quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

História (230 ): Templos religiosos e imigração italiana em São Caetano do Sul (1)


A questão da religiosidade sempre acompanhou a trajetória dos imigrantes italianos em terras brasileiras. Na cidade de São caetano do Sul (SP) não foi diferente, conforme relato encontrado no site da Fundação Pró- Memória (autarquia municipal), em texto de autoria do jornalista Alexandre Toler Russo.
 
"Em 1717, os monges beneditinos iniciaram a construção de uma capela dedicada a São Caetano. Ficava no mesmo lugar em que hoje se encontra a Paróquia São Caetano (Matriz Velha). Em 1772, profunda reforma foi empreendida, sendo instalados coro, capelamor, sacristia, torre e sino. Nos séculos XVIII e  XIX, missas eram rezadas, todos os domingos, para os moradores do Bairro de São Caetano e para os escravos da fazenda dos monges beneditinos.

Na capela também eram realizados sepultamentos. No final do século passado, os imigrantes italianos que vieram para o Núcleo Colonial de São Caetano depararam- se com o pequeno local de culto. Em 1883, demoliram a capela e construíram a igreja conhecida, hoje em dia, por Matriz Velha.

Matriz Velha em 1908


Até o ano de 1911, quando foi instalada a Paróquia de Santo André, os habitantes de São Caetano não dispunham de assistência religiosa satisfatória. A partir dessa data, contudo, o padre Luiz Capra, sempre aos domingos, passou a celebrar missas no templo erguido pelos colonos.

Em março de 1924, finalmente, foi constituída a Paróquia São Caetano, confiada aos padres estigmatinos. O primeiro vigário foi o padre João Batista Pelanda. O coadjutor era o padre Alexandre Grigolli. Em 1946, a igreja foi contemplada com um altar feito de mármore - trabalho de Garbarino Giácomo Filho".

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Italiani – O legado de Celeste De Nardi na colonização de São Caetano do Sul (2)



O pioneirismo dos De Nardi legou à cidade o chamado Palacete De Mardi, hoje sede do Museu Histórico Municipal de São Caetano do Sul, administrado pela  Fundação Pró-Memória de São Caetano do Sul , autarquia municipal criada  em junho de 1991, que em texto assinado pelo historiador Clovis Antonio Esteves resgata a história do casarão. 

" A família dos De Nardi residiu no Palacete por muitos anos. No espaçoso terreno havia um pomar com vários tipos de frutas e, na frente da casa, havia um jardim com muitas flores e um frondoso cipreste.

Ao lado deste jardim, havia uma capela com a imagem de São João Batista, aonde o padre vinha rezar o terço em determinadas épocas. Aos domingos, a família se reunia para o almoço ao redor de uma farta mesa, em que o patriarca recordava os momentos passados na Itália, e todos ouviam com muita atenção e interesse.

Em 1937, o Palacete De Nardi abrigou em seu espaço, que foi dividido, uma família oriunda de Minas Gerais, mais precisamente da cidade de Andradas. Esta família era formada pelo casal Gabriel Rosa Alves e Mariana Norberta de Souza e seus nove filhos.

A família De Nardi permaneceu no Palacete até 1940. Em seguida, o local foi vendido para a família Perrella, que morava  em frente. Depois, a residência acabou sendo uma padaria, e abrigou vários inquilinos, sendo inclusive sede de time de futebol, o América Futebol Clube, na década de 1950. Nos anos 1970, o imóvel já tinha sofrido várias modificações e se encontrava em total abandono.

No dia 9 de agosto de 1985, o prefeito Hermógenes Walter Braido, pelo decreto 4674/85, declara o referido imóvel de utilidade pública para fins de instalação do Museu Municipal. É iniciado o processo de restauração do imóvel, com a orientação técnica do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT), órgão público estadual. Após três anos de exaustivo trabalho, o Palacete De Nardi foi entregue em 29 de dezembro de 1988 para abrigar o Museu”.


Italiani – O legado de Celeste De Nardi na colonização de São Caetano do Sul (1)


A imigração italiana  na região de São Caetano do Sul (SP), a família De Nardi tem papel de destaque. O pioneirismo dos De Nardi é resgatado no site da Fundação Pró-Memória de São Caetano do Sul , autarquia municipal criada  em junho de 1991, em texto assinado pelo historiador Clovis Antonio Esteves.


“A família De Nardi chegou a São Caetano do Sul em 28 de julho de 1877, na primeira leva de imigrantes italianos vindos da província de Treviso, Itália. Tinha como patriarca Giovanni De Nardi, que recebeu o lote 24 do Núcleo Colonial, instituído pelo Governo Imperial com o objetivo de iniciar a colonização da Fazenda São Caetano, que até então pertencia aos monges beneditinos, substituindo o trabalho escravo por trabalho livre para obter maior desenvolvimento da região.

Celeste De Nardi, um dos filhos de Giovanni, recebeu o lote 23 do mesmo
Núcleo. Em 1880, casou-se com Lorenzina Gava, sendo este casamento o primeiro a ser registrado em São Caetano. Celeste e Lorenzina foram morar na casa de Giovanni De Nardi, que possuía uma olaria de fabricação de tijolos.

Celeste De Nardi havia aprendido o oficio de pedreiro já na distante Itália, e foi
ele que desenvolveu o trabalho de reforma da antiga capela dos beneditinos, logo no início do Núcleo Colonial. Mais tarde, começou a construir a sua casa, no lote
vizinho ao de seu pai; em 1896, quando terminou a obra, foi residir neste local. 

Esta casa com grandes cômodos tinha uma fachada suntuosa e uma arquitetura bastante arrojada, inspirada nos modelos de construções da Europa. Este padrão de residência não era comum naqueles tempos, e só as famílias mais abastadas podiam construir algo deste gabarito. Os tijolos empregados foram produzidos na olaria dos De Nardi.

Esta casa, que chamava a atenção pela sua grandiosidade, passou a ser chamada de Palacete De Nardi. Celeste De Nardi foi também quemdesenvolveu os trabalhos de construção da Matriz Velha, bem como de outros prédios  em São Caetano, como a sede da Sociedade de Mutuo Socorro Príncipe de Nápoli e a Cadeia Pública.

Logo que a família De Nardi foi morar no Palacete, um dos cômodos da
moradia foi cedido para abrigar a escola feminina, uma vez que as aulas estavam
sendo ministradas, provisoriamente, na igreja, já que as casas das antigas senzalas onde funcionavam as escolas da época, tanto feminina como masculina, haviam sido cedidas a moradores. Esta escola, que passou a ser denominada Primeira Escola Feminina, permaneceu no Palacete até a construção do primeiro prédio do grupo escolar".

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

História (229 ) – “Far l’America (134 )": Rivalidades regionais entre os imigrantes italianos na cidade de Campinas (2)

A pesquisadora Maria Lúcia de Souza RangelRicci, do Centro de Memória Unicamp, autora do artigo ”Conflitos D’Italianità e Ambigüidades das Diferentes Societàs em Campinas e seus Distritos de Sousas e Joaquim Egídio (SP)”, publicado no site da  Sociedade Brasileira de Pesquisa Histórica, assim descreve o associativismo regional dos imigrantes.


“(.... ) Os italianos que se fixaram em Campinas englobando dois de seus atuais Distritos - Sousas e Joaquim Egídio - procuraram se reunir por meio de associações que conservavam um cunho nitidamente regional, aliás, idéia corrente na Itália de fins do século XIX, quando o Estado há pouco formado, não havia ainda sobrepujado a noção de região (RIOS, l950). Predominaram as ligas e sociedades beneficentes, de mútuo socorro, com denominações patrióticas, onde os indivíduos cultivavam também as tradições e atavismos de sua terra natal; as festas que promoviam eram as que prevaleciam em suas regiões e não as do país que estavam habitando, as quais lhes eram indiferentes.
(...)Assim, onde estivessem algumas dezenas de peninsulares, logo surgiria uma associação que sempre manteve espírito individualista o que constituiu sério obstáculo para o florescimento e continuidade da maior parte das associações.
Com seus estandartes, bandeiras e com número variável de participantes, as associações italianas promoviam comemorações principalmente em suas datas nacionais (onde era indispensável a presença da banda musical).
Em Campinas, desde o final do século XIX várias sociedades foram formadas e, em 1883, foi fundada a XX de Setembre que além de bailes promovia piqueniques no Bosque das Caneleiras (hoje Jequitibás), além de festas típicas italianas.
Foi muito comentada pela imprensa campineira da época a festa promovida por esta Sociedade em julho de 1897, em homenagem à memória de Sadi Carnot, sendo que um grande baile teve lugar no Salão Vitória, o mais imponente da Campinas de então. Mas, a imprensa ainda deu vivo destaque à discussão havida durante a comemoração entre o presidente da XX de Setembre - Vito Zaccara - e Antônio Vignone, que conduzia a Famigliari Regina Margherita. O desentendimento, fruto da rivalidade existente entre ambas, foi decorrente de a Regina Margherita estar com saldo em sua conta menor que a XX de Setembre, além do número de sócios desta última associação ser maior.
Como se vê os motivos nem sempre eram relevantes e, com isto, as sociedades iam se enfraquecendo. Pouco tempo depois estas duas deixaram de existir, cedendo lugar a outras que se dedicaram principalmente à manutenção de escolas onde o prioritário era o ensino do italiano, mas sem deixar de lado a função assistencial”.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

História (228 ) – “Far l’America (133 )": Rivalidades regionais entre os imigrantes italianos na cidade de Campinas (1)


O caráter heterogêneo da imigração italiana no Brasil, marcado pela diferenças sócio-culturais dos pioneiros oriundos de diferentes regiões da Península Itálica, se refletiu, de imediato, na vida cotidiana, como demonstra a pesquisadora Maria Lúcia de Souza RangelRicci, do Centro de Memória Unicamp, autora do artigo ]”Conflitos D’Italianità e Ambigüidades das Diferentes Societàs em Campinas e seus Distritos de Sousas e Joaquim Egídio (SP)”, publicado no site da  Sociedade Brasileira de Pesquisa Histórica .
  
“Em 1874, encontramos em Campinas os primeiros italianos e já em l896 representavam eles quase o dobro das demais correntes imigratórias. Em l907, ocupavam o primeiro lugar no Estado de São Paulo nas estatísticas referentes à imigração.

A maioria dos imigrantes italianos chegou às regiões ora estudadas procedentes do Norte da Itália, contratado para o trabalho na lavoura do café embora sem ter especialização e nem mesmo ofício determinado e com família já constituída. Mas, todos vieram com seus seculares preconceitos regionais.

Não seria, pois, com indivíduos tão heterogêneos, com tendências de independência econômica, de enriquecimento, além de muitos almejarem logo voltar ao seu torrão natal, possível formar quadros fixos de operários permanentes em determinado ofício.

Com um pessoal que assim pensava, com um nacionalismo exacerbado, desprezando o país em que se encontravam, apontando como estigma as doenças tropicais, as pragas, os insetos, considerando inferiores negros, mulatos e caboclos vendo-os como vadios, dados à embriaguez, mal vestidos e alimentados, não seria possível se esperar deles nos primeiros momentos da chegada algum interesse proveitoso à vida brasileira.

(...) A crise cafeeira iniciada em l929 transformou a situação até então existente nas áreas paulistas: grandes latifúndios foram repartidos e até abandonados e os colonos puderam, com o que conseguiram amealhar, se transformarem em pequenos proprietários, formarem seus sítios com a família e, assim, se emanciparem.

Especificamente no caso de Campinas, considerando-se que constituíam um grande contingente, não tardou muito para que se envolvessem em algumas confusões, apesar de seu temperamento geralmente alegre, mas agitado. Assim, uma das primeiras que se tem notícia foi a 7 de abril de 1879 - a chamada Revolução dos Italianos - quando saíram às ruas, em grande arruaça e armados, unicamente, de... sapatos! Nunca se soube exatamente o porquê deste movimento; pelo que noticiou a imprensa da época poderia ter sido para obtenção de melhores salários nas fazendas e mais trabalho na zona urbana.
Foi este acontecimento o germe primeiro para a futura criação do Vice-Consulado na cidade a fim de que os problemas que por vezes surgiam mesmo fossem resolvidos através da autoridade competente”.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Italianitá– O jeito de ser italiano na literatura do modernismo brasileiro:as sátiras de Juó Bananére (4)


Bilac de armadura em ilustração de Voltolino
Em 1915, o poeta Olavo Biliac fazia uma visita a São Paulo no boljo da Campanha Civilista (iniciada por Rui Barbosa em 1910 opondo-se à candidatura presidencial do marechal Hermes da Fonseca) . As páginas da revista “O Pirralho” apoiavam os civilistas. Mas o cronista Juó Banaére, pseudônimo do poeta e jornalista Alexandre Ribeiro Marcondes Machado, não poupava críticas irônicas a Bilac e, por ocasião da visita do “Príncipe dos poetas brasileiros” a São Paulo, publicava o artigo “O NAZIONALZIMO - A migna visita na Cademia di Cumerço du Braiz”. 

Após a publicação das críticas Bilac, Bananére deixaria de fazer do quando de cronista de “O Pirralho”, conforme anunciava a  própria revista  na edição seguinte: "Deixou de fazer parte desta revista o talentoso moço Alexandre Marcondes Machado, que sob o interessante pseudônimo de Juó de Bananére vinha ha muitos annos com as suas magníficas “Cartas d’Abaxo O´Piques” desopilando o fígado dos nossos leitores. Ao optimo companheiro os nossos agradecimentos com os melhores votos de felicidade".
Elias Thomé Saliba (Departamento. de História – USP), em artigo publicado na Revista de História ( n.137, São Paulo, dez. 1997) relembra e comenta esse episódio:

“Contra a maré de elogios e saudações públicas ao "príncipe dos poetas brasileiros", Juó Bananére escreveu uma impertinente paródia da presença de Olavo Bilac em São Paulo e, sobretudo, da famosa oração que o poeta pronunciou aos estudantes da Faculdade de Direito. Esta paródia foi publicada, um dia depois da festiva aparição de Bilac na Faculdade de Direito, na coluna de Bananére, em O Pirralho.
Bananére começa com uma notícia triunfal:‘A vesta do Bilacco - Quartaferra teve a nunciada visita du Bilacco, principe dus poeta brasileiro, o Dante nazionalo! Uh! Mamma mia, che sucesso! O saló stava xíinho di gente pindurado. Gada lustro apparicia un gaxo de banana di gente. Bilacco disse moltos suneto gotuba

.O problema é que a paródia envereda depois por lances mais delicados, por exemplo, quando o próprio Bananére se compara a Bilac: ‘Nom é só o Bilacco que é uleomo de lettera -(ío) també scrivo verso, ió també scrivo livro di poesies chi o Xiquigno vai inditá, i chi undia va vê si nom é migliore dus livros du Bilacco... ‘

Em seguida, o próprio Bananére aparece como convidado para uma ‘circunferenza na Gademia di Commerco du Braiz’; seu discurso, inteirinho em macarrônico, é uma paródia absolutamente anárquica da fala nacionalista de Bilac: 

‘Signori! Io stó intirigno impegnorato con ista magnifica rocepicó chi vuceio acaba di afazê inzima di mim. É moltas onra p'un pobri marqueiz! (tutto munnno grita: nó apuiado!) Io ê di si ricordá internamente, i con molta ingratidó distu die di oggi! I aóra mi permitano che io parli un pocco da golonia italiana in Zan Baolo, istu pidaçó du goraçó da Intalia, atirado porca sorte inzima distas praga merigana. É una golonia ingolossale! Maise di mezzo milió di italiano stó ajugado aqui, du Braiz, ó Buó Rittiro, i du Billezigno ó Bizigue! I chi faiz istu mundo di intaliano chi non toma gonta du Cumerçu, das Fabrica, da pullitica, du guvernimo - i non botta u Duche dus Abruzzo come prisidenti du Stá nu lugáro du Rodrigo Arveros?’

Finalmente, Bananére conclui sua arenga anárquica, parodiando a célebre retórica de Bilac. (Lembre-se, aqui, dos famosos reptos do discurso de Bilac, por exemplo, quando dizia: "O que se tem feito, o que se está fazendo, para a definitiva constituição da nacionalidade?"). Eis Bananére: 

‘I quali é consequenza diste relaxamento? É qui os intaliano aqui non manda nada quano puteva inveiz aguverná ista porcheria! Quale é a consequenza da bidicaçó da nostra forza i du nostro nacionalismo? É chi nasce una crianza, a máia é intaliana, o páio é intaliano e illo nasce é un gara di braziliano! Istu no podi ingontinuá, no! A voiz chi sono giovani i forte cumpette afazê a reaccó, cumbattê, vencê e dinuminá istu tudo! Tegno dito" - Rompi una brutta sarva di parma. Mi begiário, mi giugáro flor e mi liváro incarregado até o bondi inlétrico" (O Pirralho, 1915, p.9)’. 

Mas, na realidade não houve nem beijos nem abraços triunfais, pois a cidade e sua jovem elite intelectual, parece, não estavam para brincadeiras. Os estudantes da Faculdade de Direito, no dia seguinte dirigiram-se afoitos, em magotes, para uma manifestação em frente a redação d'O Pirralho - que então se localizava na rua XV de novembro, exigindo a demissão do jornalista e ameaçando empastelar o jornal. Bananére é então demitido, perdendo o seu lugar de "barbieri e giurnaliste" na sua famosa coluna "Diário do Abaixo Piques" (O Estado de São Paulo, 1915, p.7). Parecia claro que, à parte as desavenças pessoais que ajudavam a fermentar o conflito, o anarquismo lingüístico de Juó Bananére não se enquadrava facilmente em fórmulas e manifestos, que pediam um mínimo de clareza, renunciando a qualquer tipo de ambigüidade.O episódio é muito revelador dos compromissos que a jovem intelligentsia de São Paulo tinha com aquele nacionalismo algo difuso mas, que se nutria de uma única certeza: sua raiz paulista, ávida por construir e reforçar uma hegemonia e, se possível, estendê-la ao campo das letras e da cultura. 

Após a saída de O Pirralho, o cronista macarrônico chegou a escrever, a partir de 1916, muito esporadicamente nas revistas semanais O Queixoso e A Vespa. Na primeira, Marcondes Machado comparece com uma coluna intitulada "Sempr'avanti! - e na segunda revista, com a sua coluna "Cartas d'Abax'o Piques." Mas será em "O Queixoso", no final do ano de 1916, que Bananére irá detonar seu segundo desentendimento com o então jovem estreante nas letras, Oswald de Andrade”.

sábado, 25 de dezembro de 2010

História (227) - "Far l´America (132 )": Imigração e o desenvolvimento das colônias na Serra Gaúcha

“Uma gama de legislações, Provincial e Imperial, regulava a colonização das terras desocupadas, criando uma administração central em cada colônia. Um corpo funcional foi designado para a administração dos projetos de colonização e urbanização das áreas antes devolutas. A localização desta sede era escolhida em um lugar conveniente, que posteriormente se transformaria no centro do município. As primeiras instalações destas sedes (havia uma para cada uma das quatro colônias italianas) foram a casa da Comissão de Terras e Colonização, o Barracão para receber os imigrantes, um depósito de materiais e almoxarifado, o cemitério e as residências dos funcionários do governo. Posteriormente eram construídas uma igreja e uma escola (MACHADO e HERÉDIA, 2003). Logo estes núcleos foram sendo ampliados com a construção de mais moradias para os imigrantes que não se adequavam ou não queriam se dedicar às atividades agrícolas,surgindo assim os primeiros estabelecimentos de serviços, como oficinas, funilarias, botequins, casas de negócios etc.

Machado e Herédia (2003) apontam que no final do século XIX, toda a região dava sinais de prosperidade. Muitas pequenas indústrias já tinham sido instaladas. Em Caxias havia 65 moinhos, 41 serrarias, 35 alambiques, 27 ferrarias, 17 engenhos de cana, 9 curtumes, duasfunilarias, além de um sem números de outros estabelecimentos. Como resultado do crescimento econômico que as colônias vinham alcançando, em 1884 foram emancipadas as colônias de Caxias, Dona Isabel e Conde D’Eu, passando à condição de distritos. Apenas seis anos depois, em 1890, foi criado o município de Caxias, tendo por sede