Literatura e imigração. Este é o centro da pesquisa
realizada em 2008 por Maria Cristina Dadalto, doutora em Ciências Sociais pela
Universidade do Estado do Rio de Janeiro e professora do Centro Universitário
Vila Velha (ES).
A partir da produção literária produzida sobre a imigração italiana no Espírito Santo, a docente artigo busca analisar a construção do mito da italianidade como principal etnia a compor a identidade capixaba.
A partir da produção literária produzida sobre a imigração italiana no Espírito Santo, a docente artigo busca analisar a construção do mito da italianidade como principal etnia a compor a identidade capixaba.
Neste trabalho, Maria Cristina Dadalto pesquisou 45
obras (biografias, memórias, ficção e estudos acadêmicos, entre outros). A docente
explica que, da literatura analisada, 16 títulos, representando 35,7% da
produção, são memórias e autobiografias escritas ou reproduzida
por filhos e netos de imigrantes.
Dentro deste perfil, Dadalto destaca La vita de Vittorio: diário de um imigrante, de autoria de Douglas Puppin, com base no diário do imigrante Vittorio De Monti repleto de registros cotidianos, fotos , cartas entre outros documentos.
Dentro deste perfil, Dadalto destaca La vita de Vittorio: diário de um imigrante, de autoria de Douglas Puppin, com base no diário do imigrante Vittorio De Monti repleto de registros cotidianos, fotos , cartas entre outros documentos.
Um trecho do diário destacado por Daldato identifica
a família De Monti já contextualizando as razões o êxodo familiar.
“Nasci em 29
de janeiro de 1893. Filho de Santo e Nazarena. São italianos da gema,
legítimos, de Valdobbiádene. (...) Ele (papai) era um líder entre os jovens que
queriam reformas, que sofriam por querer reformas, que sofriam por ter que
viver sempre em guerra. A única saída encontrada era imigrar. Imigrando ficavam
livres das terríveis guerras e sonhavam alto nas fortunas que encontrariam na
América (PUPPIN, 1994, p. 20)”.
O livro de Puppin, de acordo com Daldato segue
mostrando “os motivos da busca por novas alternativas de grande parte dos
jovens italianos que emigraram para o Brasil, na figura de seu pai: pobres e
sem perspectivas de um futuro pleno de aventuras revolucionárias, se refugiam
no mito da fortuna presente nas terras americanas".