Durante o reinado do imperador brasileiro, Pedro I, a figura italianas de maior destaque foi, sem dúvida, o genovês Giovanni Battista Libero Badaró, médico de idéias liberais, que se tornaria um grande ativista político, sendo, por isso, perseguido e morto em São Paulo.
Badaró chegou ao Brasil em 1826 depois de ser obrigado a deixar a Itália justamente por ser considerado um agitador liberal. Radicou-se primeiro no Rio de Janeiro, onde atuou como médico, transferindo-se, posteriormente, para São Paulo.Abraçando as idéias que conquistaram as Américas e a luta pela nacionalização do nascente império brasileiro, fundou o jornal "O Observador Constitucional" (1829), o segundo jornal a ser criado na então Província de São Paulo.
O periódico fazia críticas ao autoritarismo de Dom Pedro I, e destacou-se pela defesa e propaganda dos princípios liberais na imprensa paulista. Agressivo e irreverente, o Observador tornou-se uma bandeira contra o autoritarismo do imperador e as autoridades constituídas irritaram-se contra o jornalista. Na noite de 20 de novembro (1830), os estudantes do Curso Jurídico de São Paulo promoviam uma passeata para comemorar a revolução liberal que, na França, depusera o rei Carlos X e, durante a manifestação, foi ferido mortalmente por por dois pistoleiros encapuzados, ao chegar em sua casa, na rua São José, hoje rua Líbero Badaró.
Pouco antes de morrer, no dia seguinte, teria dito: "Eu sei que vou morrer! Morre um liberal, mas não morre a liberdade". Teria ficado a sensação de que o governo mandou a polícia matá-lo e o povo o homenageou como mártir da liberdade. Sua prematura e violenta morte acelerou a crise política do primeiro reinado: mais de 5 mil pessoas compareceram ao seu enterro e multiplicaram-se as manifestações pela renúncia do imperador, que ocorreria no ano seguinte.
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