O cultivo da videira Isabel tomou expressão acentuada após a chegada dos imigrantes italianos aos altos da Serra, a partir de 1875. No início, cultivavam apenas para o consumo da família. Por volta de 1890 o êxito dessa variedade era tão surpreendente que os colonos iniciaram a comercialização do vinho Isabel para a capital do Estado e outras cidades.O transporte era feito em lombo de burro, alojado em dois barris de 40 litros cada, colocados um de cada lado do animal.
As filas de 10 ou 12 animais percorriam a distância entre a propriedade rural até os pequenos núcleos ou povoados onde havia uma casa de comércio ou armazém colonial. O colono negociava seus produtos por troca. Trocava o vinho (além dos demais produtos rurais como: queijo, porcos, feijão, trigo, etc.) por café, açúcar, tecidos, querosene e ferramentas agrícolas.
Quando chegava à casa do negociante, o vinho era transferido do barril em que vinha sendo transportado no lombo do burro para uma pipa. O barril em que era transportado tinha formato próprio e adequado à viagem e deveria retornar ao produtor. Não raro o vinho encontrava-se em condições sanitárias deficientes devido à precariedade de condições de produção e transporte.
Do negociante até os centros de consumo locais – Porto Alegre, São Sebastião do Caí, Montenegro, São Leopoldo – o vinho era transportado, às vezes, em carretões puxados por mulas, que enfrentavam os precários caminhos e intempéries por dias a fio para chegar ao destino.
Daí surge a figura épica do carreteiro que conduzia as duplas de animais puxando enormes e pesadas carretas percorrendo a íngreme serra gaúcha, que tão bem identifica a origem da colonização de Bento Gonçalves e cidades vizinhas. Outras vezes o vinho era transportado em lombo de burros, formando longas filas de animais até o destino. Para Porto Alegre, tem-se notícias de que os primeiros embarques ocorreram em 1884.
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