Outra obra de grande porte de Victor Brechret em São Paulo é o Monumento ao Duque de Caxias (Luis Alves de Lima e Silva, patrono do Exército Brasileiro).
Em 1939, por iniciativa da 2ª Região Militar, representada pelo General Maurício Cardoso, lançou-se a idéia de construir um monumento em homenagem ao Duque de Caxias.
. A "Comissão Pró-Monumento a Caxias" foi nomeada com a atribuição de organizar um concurso público internacional de projetos. Entre seus integrantes, destacavam-se o Interventor Federal em São Paulo Adhemar de Barros, o Arcebispo de São Paulo Dom José Gaspar de Afonseca e Silva, os Generais Mauricio Cardoso e Edgar de Oliveira, e o Prefeito Francisco Prestes Maia.
O projeto de Brecheret foi o escolhido. Dado o sentido patriótico e militar que se queria dar à homenagem, o escultor procurou não fazer inovações. Trabalhou com idéias clássicas, resultando numa estátua eqüestre e militar.
A Comissão Pró-Monumento a Caxias e Brecheret firmaram contrato em 1942, prevendo a implantação do Monumento ao Duque de Caxias no largo do Paiçandu.
Contudo, no ano seguinte, a Comissão transferiu à Prefeitura os direitos e obrigações relativos à construção do monumento, bem como o dinheiro que já arrecadara.
A partir de então, a Prefeitura passou a dialogar diretamente com o escultor, que logo finalizou o modelo em gesso, inclusive os relevos do pedestal. A Oficina de Cantaria A. Incerpi & Cia foi contratada para executar o pedestal em pedras lisas de granito cinza Mauá, acabadas a picola fina, retangulares, e esculturas do mesmo material. Ainda em 1943, a prefeitura abriu um crédito especial para as despesas com a construção do Monumento.
Brecheret terminou os modelos e os entregou à Prefeitura, oficialmente, em 1945.
A partir de então, os trabalhos se tornaram lentos. O largo do Paiçandu, pensado inicialmente para a implantação do monumento, tornou-se inviável dado às dimensões avantajadas do projeto de Brecheret. Um novo local precisava ser definido. Somente no final de 1948, optou-se pela praça Princesa Isabel, junto à avenida Duque de Caxias.
No mesmo ano, a prefeitura assinou contrato com o Liceu de Artes e Ofícios para a fundição e a montagem da estátua de bronze - Caxias sobre um cavalo -, que ocuparia o alto do pedestal.
A fundição foi executada entre 1948 e 1952, nas oficinas do Liceu. Para comemorar o andamento dos trabalhos, o Governador de São Paulo, Adhemar de Barros, e outras autoridades participaram de um almoço servido no interior da barriga do cavalo para cinqüenta convidados sentados e vinte em pé, em 1950.
A prefeitura assinou contrato com a firma Zarzur & Kogan em 1953, para a conclusão do monumento, incluindo a construção do pedestal, seu revestimento com as peças de granito e a colocação da estátua de bronze no topo.
Entre 1956 e 1958, os trabalhos foram interrompidos, devido à falta de recursos.
Uma estrutura metálica foi especialmente construída para a montagem do monumento em praça pública, que, depois de desmontada, foi utilizada pelo Liceu de Artes e Ofícios na construção de um prédio de três andares, na rua da Cantareira, onde foram instaladas salas de aula e oficinas.
Finalmente, o Monumento ao Duque de Caxias foi inaugurado no dia 25 de agosto de 1960, Dia do Soldado, às 16 horas. Ao ato, estiveram presentes o Ministro da Guerra, Marechal Odílio Denys, o então Prefeito Adhemar de Barros, o secretariado municipal, autoridades civis e militares. Vinte e duas palmeiras foram plantadas na praça Princesa Isabel, simbolizando os Estados do Brasil.
O monumento tem mais de 40 metros de altura, sendo quase 16 metros de estátua e cerca de 25 metros de pedestal, decorado com alto-relevos que retratam as participações de Caxias em campanhas militares: "Caxias em Bagé", "Reconhecimento de Humaitá", "Batalha de Itororó", "Enterro de Caxias".
Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias (Porto de Estrela, atual Duque de Caxias, RJ, 25.8.1803 - Rio de Janeiro, 7.5.1880), foi representado sobre um cavalo, empunhando uma espada.
Caxias destacou-se em várias campanhas do Exército Imperial, como na dissolução da Balaiada no Maranhão, na Guerra dos Farrapos no Rio Grande do Sul, e na Guerra do Paraguai. Ocupou os cargos de Ministro da Guerra e Marechal do Exército.
No dia 15 de agosto de 1991, o monumento foi danificado pela explosão de uma bomba. Parte do grupo escultórico que retrata a Batalha de Itororó foi atingido. A ação teria sido executada por um soldado, em protesto contra os baixos soldos dos militares. O Exército manifestou sua indignação e considerou a explosão como um ato de vandalismo, que resultou em prejuízo ao patrimônio público.
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