Na italianidade da Semana de Arte Moderna (fevereiro de 1922), um nome menos badalado, foi o de Zina Aita, filha de imigrantes italianos, nascida em Belo Horizonte em 1900. Poucas vezes mencionada quando o assunto é a Semana de 22, Zina viveu boa parte de sua vida na Itália, fato que talvez explique esse vazio nas análises sobre o modernismo no Brasil.
Pintora, ceramista e desenhista, seu nome de batismo era Tereza Aita. Ainda adolescente parte com a família para a Itália) em 1914 onde permanece por quatro anos, realizando estudos na Accademia di Belle Arti di Firenze [Academia de Belas Artes.
Em seu retorno ao Brasil começa a conviver com o ambiente modernista, tornando-se amida da pintora Anita Malfati e do escritor Mario de Andrade.
Em 1920 realizaria sua primeira exposição individual, justamente na sua cidade natal.
“Assim como Anita havia inaugurado o modernismo em São Paulo, desper-
tando uma estética revolucionária nas artes plásticas, Zina Aita transpôs para o
cenário cultural ainda acanhado, de Belo Horizonte, no início do século XX, uma
arte que funcionou como mecanismo de subversão ao sistema de valores plásticos
convencionais. Em 31 de janeiro de 1920 foi inaugurada, no edifício do Conselho Deliberativo da Capital, uma exposição de suas obras, que canalizou os contrastes
existentes no ambiente cultural da cidade. Partindo de uma nova sintaxe da cor e
de uma liberdade no tratamento técnico que a aproximam do fauvismo de Matisse e Derain, Zina Aita introduziu uma maneira revolucionária de pintar, estranha
ao gosto da cidade”, comenta a professora de História da Arte Mônica Eustáquio Fonseca (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais).
Para alguns estudiosos, sua pintura desse período aproxima-se do movimento art nouveau e do pós-impressionismo. Dois anos após paryocipar da Semana de Arte Moderna, Zina muda-se para Itália onde teve intensa produção artística, sobretudo como ceramista. Faleceu em Napoli em 1967.
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