Ana Cláudia Delfini, na qualidade de professora da Universidade do Vale de Itajaí – Univali - elaborou o trabalho "A imigração italiana e saúde mental: Mais um (louco) para Brusque?" . Trata-se do resultado de um pesquisa sobre saúde mental e imigração italiana em Santa Catarina, buscando “discutir os modelos institucionais de tratamento da loucura presentes no Brasil a partir do séc. XIX, avaliando seus reflexos e desdobramentos em Santa Catarina, analisando especificamente o tratamento dispensado aos doentes mentais, (dentre eles alguns descendentes de colonos italianos) pelas duas instituições que marcaram modelos e concepções diferenciadas sobre a loucura: o Asilo de Azambuja, em Brusque, e o Hospital Colônia Santana, em São José”.
(...) “Na segunda metade do século XIX, começou-se a pensar e a praticar uma assistência psiquiátrica no Brasil mediante a implantação da instituição asilar com a construção de hospitais de alienados nos principais centros nacionais, configurando-se uma assistência psiquiátrica cujo perfil estava adequado às propostas e necessidades políticas e sociais de modernização do país, conferindo antes uma assistência do que um tratamento curativo. O assistencialismo e a filantropia são característicos das instituições de misericórdia do sistema asilar, instalados no Brasil pelos colonizadores portugueses”.
“Com o fim da escravatura (oficial) e a vinda dos imigrantes, os centros urbanos aumentaram. Com a necessidade de mão-de-obra, a recuperação dos “excluídos” torna-se foco principal dos discursos psiquiátricos. O conhecimento psiquiátrico é ampliado através das universidades e hospícios no que diz respeito à loucura”.
“A construção dos hospícios-colônias teve como finalidade tanto o afastamento dos “loucos” do convívio social nos grandes centros, já que tais instituições eram afastadas, como o de fazer com que os doentes trabalhassem no auto-sustento do hospital, através das atividades na lavoura, diminuindo os gastos do Estado”.
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