Para os imigrantes italianos o sonho de "Fazer a América" em terra brasileiras no final do século XIX esbarrava em inúmeras dificuldades. Nas colônias do Paraná esse cenário não foi diferente conforme relatam Eliane Mimesse e Elaine Maschio ( Universidade de Tuiuti e Faculdade
Internacional de Curitiba) num trabalho comparando a imigração italiana em São
Paulo e no Paraná .
"De acordo com Azzi (1987:213), em 1877, desembarcaram no Porto de Paranaguá cerca de 2000 colonos vênetos, estimulados por um sacerdote do Canal de Brenta. A Colônia Nova Itália, também na região litorânea, não prosperou devido aos mesmos problemas que afetaram a Colônia Alexandra. Vechia (1998) aponta como um dos principais problemas a localização dessas colônias, que dificultava a comercialização dos produtos. Além disso, muitas outras razões levaram ao fracasso daquelas colônias. Ferrarini (1973:42) afirma que outros fatores foram mais relevantes do que a distância.
Segundo ele, o presidente da província, em visita à Colônia Nova Itália, em 1878, relatou a precariedade das condições de sobrevivência e a insatisfação dos colonos ali estabelecidos: estavam sem alimentação nem vestuário e acometidos de muitas doenças decorrentes do clima do litoral. Havia mais de 800 famílias ocupando 610 lotes, dentre os quais, alguns eram impróprios para o plantio. Tudo isso dificultava a permanência desses colonos nessas localidades.
O padre Pietro Colbacchini, em relatório datado de 13 de outubro de 1892, endereçado a Volpi Landi, presidente da Società Italiana de San Rafael e responsável pela assistência aos imigrantes, informou as condições dos colonos que viviam no litoral paranaense, nos anos de 1875 e 1877.
Entre tantos problemas, Colbacchini destacou as doenças mais graves, principalmente aquelas causadas por insetos.
Azzi (1987:213) e Balhana (1958), também se referem às doenças causadas por insetos e pelo clima tropical. Mas o que gostaríamos de destacar no apontamento desses autores, é a transferência gradativa dos colonos do litoral em direção a Curitiba. Como nos informa Balhana (1958), a maior parte do contingente de imigrantes estabelecidos no litoral dirigiu-se a Curitiba e sua acomodação no planalto curitibano deu-se de modo diversificado. Muitos imigrantes que deixaram o litoral por conta própria e acabaram se instalando em colônias já existentes.
A maior parte se fixou em novas colônias formadas nos arredores de Curitiba devido à compra de terras feita pelo governo.
Embora criadas no mesmo momento, as colônias dinamizaram formas de organização social, condizentes com cada grupo de imigrantes que nelas se estabeleceu e com a interação que esses diferentes grupos fizeram com a população brasileira. Assim, enquanto umas mantiveram por mais
tempo uma cultura ligada a seu país de origem, outras sofreram mais rapidamente um processo de integração com a população paranaense, como foi o caso da Colônia Alfredo Chaves”.
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