Na cidade de Orleans, em Santa Catarina, existe uma devoção que venera um religioso piemontês que viveu no Brasil entre 1900 e 1902: padre Vittorio Pozzo.
"Pozzo era italiano, nascido em Butigliera D’Asti, Piemonte. Chegou ao Brasil em 22 de dezembro de 1900. Logo, foi designado para instalar-se na localidade de Rio Pinheiros Alto, interior de Orleans, como coadjutor da Paróquia de São Ludgero. A idéia era a de que o padre de São Ludgero atendesse as comunidades de descendência alemã, enquanto o padre Vittorio Pozzo desse atenção necessária aos imigrantes e descendentes italianos. Em pouco tempo, o padre Vittorio Pozzo já havia conquistado a confiança, respeito e a amizade dos fiéis. Menos de dois anos depois de sua chegada o padre faleceu tragicamente.
Conforme relatos de historiadores, o padre Pozzo se dirigia para rezar um terço na capela de São João Batista, em Grão-Pará. Devido ao calor excessivo, o padre parou às margens do Rio Pequeno. Ele buscou um lugar mais reservado e despiu-se para banhar-se nas águas do rio. Naquele momento, um menino polonês, que muito admirava o padre, atirou-lhe uma pedra, como uma brincadeira, para, quem sabe, assustar o religioso. Por uma infelicidade, a pedra acertou o padre na nuca. O religioso caiu e bateu a testa em uma pedra do rio, o que o fez desmaiar e sinistramente morrer afogado. Era dia 6 de fevereiro de 1902.
Logo em seguida, o corpo do religioso foi descoberto pelos fiéis que o aguardavam para o terço. A notícia abalou a comunidade, que passou a tomar todas as providências. Cavaleiros saíram em disparada para avisar todas as capelas e comunidades que o padre atendia em seu sacerdócio. Os mensageiros saíram para as regiões de Tubarão, Urussanga e Criciúma.
Numa espécie de maca improvisada, alguns fiéis de Grão-Pará se anteciparam e se dirigiram para Rio Pinheiros Alto, trasladando o corpo. Ao chegarem no encruzo da estrada que vai para as localidades de Vila Nova e Barracão, uma comitiva da capela já o aguardava com seus trajes de sacerdote e naquele mesmo local o vestiram para os atos fúnebres.
Enquanto o corpo do padre era levado por entre as matas, grupos de pessoas das cidades da região também se deslocavam para aquela localidade para prestar homenagens ao falecido padre.
A total inexistência de qualquer tipo de comunicação não impediu a afluência de católicos de toda a região. Seis padres da região dirigiram os atos de fé. Uma multidão, até então jamais vista na região, aglomerou-se para acompanhar o sepultamento no Cemitério de Rio Pinheiros Alto, onde se conserva o túmulo até hoje. Já existe na região, de maneira muito discreta, um movimento em favor de sua beatificação, que é justificada por alegadas graças alcançadas por devotos" (Fonte: Folha do Vale).
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