O relato dos primeiros tempos da colonização italiana em São Caetano (São Paulo), trabalho das pesquisadoras Eliane Mimesse e Elaine
Maschio (Universidade Tuiuti do
Paraná, e Faculdade Internacional de Curitiba), mostra claramente as dificuldades enfrentadas pelos pioneiros.
“A extensão de terras da antiga fazenda dos beneditinos foi o local ideal para abrigar os recém-chegados italianos no núcleo colonial de São Caetano, por estar próxima da Capital, ser local de passagem dos trens, além de contar com rios e terras férteis para o plantio e, ainda, pastagens para a criação de animais (...) Mas as condições de vida dos colonos foram extremamente precárias quando de sua chegada, em 28 de julho de 1877. As 28 famílias encontraram em ruínas as construções da antiga fazenda composta pela casa-grande, a capela e as 12 casas das antigas senzalas.
Além disso, moravam no local quatro famílias de brasileiros, três formadas por ex-escravos dos beneditinos e uma família de alemães. Tudo estava por fazer: as casas, as plantações, as divisões dos lotes, as picadas para identificar o local. (...)Nesse período muitos faleceram, principalmente crianças, devido à febre tifóide, o que gerou outros problemas, como falta de um cemitério na colônia e de um padre para encomendar os mortos. A solução foi o comparecimento quinzenalmente de um padre na localidade para celebrar missas, batizar crianças e rezar pelos falecidos.
Mas os mortos ainda não tinham um cemitério. Eram enterrados no de São Bernardo, até que o pároco local não os aceitou mais. Eram então encaminhados ao cemitério da Consolação, na cidade de São Paulo entre 1878 e 1893. A partir desse ano passaram a serem sepultados no recém-inaugurado Cemitério Municipal do Brás, também na cidade de São Paulo, até a construção do cemitério local, no ano de 1911”.
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