Maria Catarina Chitolina Zanini, professora da Universidade
Federal de Santa Maria, no trabalho "Um olhar antropológico sobre fatos e memórias da
imigração italiana"
analisa trechos das memórias doimigrante vêneto Julio Lorenzoni (1863–1934).
"A sociabilidade daqueles colonos era limitada às festas religiosas, à missa dominical, quando se reuniam na igreja e, em seguida, na bodega, na qual compravam artigos que não produziam para o sustento familiar. Ali também ficavam a par dos acontecimentos mais distantes e, algumas vezes, recebiam notícias da "patria lontana. Julio Lorenzoni narra que, em 1879, já possuindo ele seu cavalo, que era um símbolo de status, rumava para a sede de Silveira Martins. Lá, aos domingos, encontravam-se os colonos, e as casas comerciais enchiam-se de gente. Nelas, bebiam e comiam. Depois, iam fechar seus negócios e fazer compras. A maioria logo voltava para casa, outros, porém, ficavam para jogar a mora, jogar bochas, de modo que alguns retornavam a casa 'bem alegres' . Esse era um universo primordialmente masculino, pois as mulheres, depois da missa — quando iam — tinham que retornar a casa e cuidar da prole, dos animais e dos demais serviços domésticos.
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