quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Oriundi - Sangue italiano nas veias do Modernismo brasileiro: as telas de Candido Portinari (1)

Candido Portinari nasceu no dia 30 de dezembro de 1903, numa fazenda de café em Brodoswki, no Estado de ão Paulo. Filho de imigrantes italianos (Domenica Torquato e Baptista Portinari – ambos imigrantes oriundos da Região Veneto) -, de origem humilde, recebeu apenas a instrução primária de desde criança manifestou sua vocação artística. Aos quinze anos de idade foi para o Rio de Janeiro em busca de um aprendizado mais sistemático em pintura, matriculando-se na Escola Nacional de Belas Artes. Em 1928 conquista o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro da Exposição Geral de Belas-Artes, de tradição acadêmica. Vai para Paris, onde permanece durante todo o ano de 1930.

Longe de sua pátria, saudoso de sua gente, Portinari decide, ao voltar para o Brasil em 1931, retratar nas suas telas o povo brasileiro , superando aos poucos sua formação acadêmica e fundindo a ciência antiga da pintura a uma personalidade experimentalista a anti-acadêmica moderna.













Em 1935 obtém seu primeiro reconhecimento no exterior, a Segunda menção honrosa na exposição internacional do Carnegie Institute de Pittsburgh, Estados Unidos, com uma tela de grandes proporções intitulada CAFÉ, retratando uma cena de colheita típica de sua região de origem. A inclinação muralista de Portinari revela-se com vigor nos painéis executados no Monumento Rodoviário na estrada Rio de Janeiro-São Paulo, em 1936, e nos afrescos do novo edifício do Ministério da Educação e Saúde, realizados entre 1936 e 1944. Estes trabalhos, como conjunto e como concepção artística, representam um marco na evolução da arte de Portinari, afirmando a opção pela temática social, que será o fio condutor de toda a sua obra a partir de então.

Companheiro de poetas, escritores, jornalistas, diplomatas, Portinari participa da elite intelectual brasileira numa época em que se verificava uma notável mudança da atitude estética e na cultura do país. No final da década de trinta consolida-se a projeção de Portinari nos Estados Unidos. Em 1939 executa três grandes painéis para o pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Nova York.

Neste mesmo ano o Museu de Arte Moderna de Nova York adquire sua tela O MORRO. Em 1940, participa de uma mostra de arte latino-americana no Riverside Museum de Nova York e expõe individualmente no Instituto do Artes de Detroit e no Museu de Arte Moderna de Nova York, com grande sucesso de crítica, venda e público.

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