terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Italianità: o legado da imigração em Varre-Sai, município do Rio de Janeiro

A Microbacia Ribeirão do Varre-Sai está localizada no município de Varre-Sai, Noroeste do Estado do Rio de Janeiro (foto/www.skyscrapercity.com) O lugar se desenvolveu tendo como base o plantio de café. No fim do século XIX com a abolição da escravatura, as fazendas ficaram carentes de mão de obra. Em 1897 chegaram os imigrantes italianos, principalmente nas fazendas do Cigarro e Bela Vista.

Tais fazendas absorveram a mão de obra italiana e as famílias trabalharam muitos anos como colonos, até adquirir recursos para comprar suas próprias terras.

Muitos italianos adquiriram suas terras em Varre-Sai atraídos pelo clima de baixas temperaturas semelhante à Itália. Eles man­tinham o hábito de produzir suas próprias massas, pães e bolos. Porém, poucos eram os que conseguiam plantar uva para a fabricação do vinho. Diversas frutas foram testadas para substituir a uva, na fabricação do vinho, até chegarem na jabuticaba, uma fruta nativa. Vários experimentos foram feitos e aperfeiçoados, até conseguirem fabricar o tão famoso e prestigiado vinho de jabuticaba. 

O município tem em seus registros uma predominância de descendentes italianos, em menor número de portugueses, seguido de afro-descendentes, alguns poucos sírio-libaneses e os descendentes de puri (índios). Apesar de outras influências, a identidade local é totalmente italiana.

Os italianos chegaram juntos e criaram grupos com valores em comum e vieram por vontade própria. Sempre se preocupavam em manter as tradições e a união, os festejos e até a documentação de sua história. Na Casa de Cultura da cidade há um pouco da história destes imigran­tes, que em sua maioria veio da região central da Itália - Toscana, Lazio e Úmbria e de lá embarcaram nos navios Andes, Colombo e Attivitá. As famílias que vieram no vapor Attivitá embarcaram em Gênova, e desembarcaram no porto do Rio de Janeiro em 14/11/1897.

Um grande contingente de italianos que chegou no Estado se fixou no noroeste fluminense na fazenda Bela Vista, no município de Natividade, e posteriormente transferiram-se para Varre-Sai. A fabricação de vinho de jabuticaba atingiu um alto grau de aceitação que deu origem ao tradicional Festival do Vinho, que ocorre todos os anos no mês de julho, para comemorar a chegada das famílias italianas.

Nesta festa ocor­rem desfiles em carros abertos, pertencentes aos descendentes que homenageiam as suas respectivas famílias, com comidas típicas, ves­timentas e danças tradicionais. Quanto à alimentação não deixam a desejar na fabricação de pães, panetones, macarrão italiano e diversas massas, hábitos estes não apenas dos descendentes, mas generalizado entre os varresaenses.

É fundamental destacar como aspecto cultural a religio­sidade existente entre os imigrantes italianos e seus descendentes. Entre as muitas igrejas no município, é possível perceber que elas se localizam em lugares altos, ostentando sua soberania. Varre-Sai é um município que preserva sua cultura. A história, a memória, a cultura e a tradição local são contadas por adultos e por crianças em todas as esferas da sociedade. As crianças aprendem na escola (livros didáticos) a sua história e tradição, desde a administração local, à chegada de cada imigrante, e tudo isso é comemorado.

7 comentários:

  1. Procuro alguma informação sobre minha tataravó Carlota de Castro,filha de Rita Veboina de Lannes,certidão de casamento, ou alguma informação que ajude na busca,grato pela atenção.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Procuro informação sobre a origem de meus ancestrais, a parti da minhs bisavó MARIA AMADO COLOMBO.

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  4. Procuro informações sobre Giacomo Bertolini e Thereza Sola.

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  5. Nasci nessa cidade que amo muito. Parece outro país . Quando estou aí me sinto
    Na Europa . Meus antepassados da minha avó paterna são italianos do meu avô paterno pasmem doou para a igreja as terras que hoje é a cidade. A homenagem feita a ele e o nome da rua principal Felicíssimo Faria Salgado. O que importa não é ter herança e saber que meu coração está aí nessa cidade sempre .

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  6. Procuro sobre meus tataravós Nicolau bassano

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