quarta-feira, 17 de março de 2010

História (116)– Especial: Imigrantes e Fascismo(3)

A difusão do regime fascista de Benito Mussolini encontrou no Brasil uma ponte segura e eficaz representada pelo associativismo italiano, sobretudo as sociedades de mútuo-socorro. É o que mostra  o trabalho de Rosane Siqueira Teixeira quem tem por título  Nacionalismo-fascismo-italianidade .

"No Brasil, de maneira geral, a Itália fascista mantinha uma boa imagem na opinião da população (Cf. Cervo, 1992). O primeiro Fascio foi constituído em São Paulo no ano de 1923 e após os anos trinta já contava com um número considerável de organizações espalhadas por todo o Estado. O Partido Nacional Fascista 'viu desde início a emigração como expressão máxima de uma vigorosa vitalidade expansionista dos italianos' e, para este, era necessário 'levar os que residiam fora das fronteiras da pátria a identificar a italianidade com o fascismo' (Trento, 1989, p. 333). Assim, o ponto forte de penetração fascista foram as sociedades italianas, incluindo as associações de socorro mútuo e de beneficência, que apesar de não contarem com um número tão expressivo de sócios, como por exemplo, nas associações da Argentina, espalharam-se por todo território nacional (Cf. Trento, 1989). A tese de que essas associações poderiam ser um poderoso instrumento de difusão dos ideais nacionalistas, contudo, não era nova. De Luca (1990, p. 150) assinala que desde 1910 o governo italiano já havia pensado na possibilidade de apoiá-las “em função de sua importância como instrumento capaz de de preservar a italianidade".

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