“O Theatro Municipal foi finalmente inaugurado no dia 12 de setembro de 1911, com toda a aristocracia paulistana presente, além de uma multidão que somava vinte mil pessoas abarrotadas em suas portas e jardins no entorno. Foi registrado pela prefeitura da época o primeiro congestionamento da história de São Paulo nesse dia: um terço dos automóveis da cidade (aproximadamente cem) estavam na região, além de muitos carros puxados a cavalo.
A ópera de estréia do Theatro foi “Hamlet”, do francês Ambroise Thomas, que foi trazida à cidade pela prestigiada companhia do cantor italiano Titta Ruffo. No entanto, alguns paulistanos queriam que o espetáculo da estréia fosse de um compositor brasileiro, e na hora foi decidido que seria tocada a introdução da ópera “O Guarani”, de Carlos Gomes, antes de “Hamlet” começar. Esse “imprevisto” acabou por atrasar toda a apresentação, que só foi terminar na madrugada do dia seguinte, sem a encenação do último ato de “Hamlet”.
Uma revista da época, a Gazeta Artística, descreveu a noite de inauguração da seguinte maneira: Esteve deslumbrante a inauguração do Theatro Municipal pela companhia do barítono Titta Ruffo. Desde que anoiteceu o teatro ficou interior e exteriormente iluminado.
Nas vizinhanças via-se numeroso público, carros e automóveis, com pessoas da melhor sociedade, que admiravam o belíssimo panorama. O Viaduto estava repleto. Pouco depois das 20 horas começaram a chegar os espectadores, todos em traje de rigor. A apresentação terminou às 12 horas e 25 minutos da noite, no meio ao grande entusiasmo do público. No interior do teatro foram distribuídas riquíssimas “plaquettes”, contendo a descrição e o histórico do teatro até sua inauguração. Durante o espetáculo foram tiradas muitas fotografias a magnésio. No jardim permaneceram numerosas famílias até tarde da noite”. (Fonte: Mariana Cuencas Santos - Unisantos)
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