Um dos maiores juristas brasileiros do século XX, Miguel Reale, tinha sangue italiano nas veias. Confira o perfil de Miguel Reale publicado no site da OAB do Distrito Federal.
"Paulista de São Bento de Sapucaí, Miguel
Reale nasceu em 6 de novembro de 1910.
Descendente de italianos, filho do médico Braz Reale e de Felicidade da Rosa Góes
Chiarardia Reale.
Ainda adolescente, despertou
sua vocação para o ensino, dando aulas de francês
e latim para estudantes de escolas particulares.
Estudou no internato do então Instituto Médio
Dante Alighieri, colégio clássico que, segundo
Reale, decidiu seu destino humanístico e sua
razão existencial. Casou-se com sua colega de
classe, Filomena Pucci Reale, ou simplesmente
Nuce.
Formou-se em Direito pela Universidade de São Paulo (1934), e
posteriormente desenvolveu uma longa carreira como professor.
Como estudante escreveu seu primeiro livro, O Estado Moderno,
em que debatia as ideologias do fascismo, do comunismo e do
liberalismo. Por duas vezes foi reitor da USP, em 1949 e 1969, onde
implantou as reformas administrativas e universitárias,
substituindo as cátedras pelos departamentos. Implementou e
urbanizou o campus da universidade, construindo cerca de 250 mil
metros quadrados de edifícios destinados ao ensino, à pesquisa e ao
esporte.
No ano de 1949, foi fundador do Instituto Brasileiro de Filosofia e
cinco anos depois, da Sociedade Interamericana de Filosofia. Reale
revelou valores esquecidos do pensamento brasileiro em seus
estudos sobre a teoria da cultura. Determinou as diretrizes do
culturalismo, movimento que sugere a idéia de que não basta
analisar as condições subjetivas do conhecimento, mas também as
objetivas e as histórico-sociais. Para o filosófo e jurista, a cultura
não era apenas o aprimoramento do intelecto, e sim o conjunto de
tudo que o homem realizou no plano material e espiritual, por
meio do processo das gerações. 'Em toda a minha vida representaram os trágicos conflitos
militares e sociológicos do século XX, tendo sido a minha perene
preocupação de compor em unidade integral a liberdade, a
pluralidade e a solidariedade', contou Miguel Reale no artigo
Variações a Partir de Si Mesmo, de 2005
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