No ensaio “A propósito de imigração e urbanização: correntes imigratórias da Itália meridional às ‘outras Américas’ ”Vittorio Capelli, professor-associado de História Contemporânea na Universidade da Calábria (tradução da Profa. Dra. Núncia Santoro de Constantino,docente do Programa de Pós-Graduação em História da PUCRS.-2006) revela traços da presença italiana na Bahia no séculos XIX e XX.
"Poderá surpreender que se fale de imigração italiana na cidade
mais africana do Brasil, habitada por larga maioria de negros e
mulatos, uma ex-capital em declínio nos anos sessenta do século
XIX.
Contudo, Thales de Azevedo, há muito tempo já assinalava
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uma presença dos italianos bem mais significativa do que se pensa
comumente. Ele recorda que, em 1861, existia em Salvador uma
“Sociedade Italiana de Recreio e Beneficência”. E pouquíssimos
anos depois, teriam chegado de Trecchina, um pequeno paese da
Basilicata no limite com a Calábria, os primeiros imigrantes espontâneos
que deram vida, a partir de 1878, à uma ativa e interessante
colônia italiana em Jequié, promovendo com originalidade o comércio
e a agricultura.23 Tanto que, dos 200.000 habitantes atuais
de Jequié, pelo menos 2.000 são de origem italiana.
Essa corrente migratória de Trecchina encontra ampla repercussão
no vizinho município calabrês de Laino Borgo, a julgar pela
informação do cônsul italiano L. S. Rocca. Segundo ele, deste pequeno
paese provêm quase todos os 500 italianos presentes na Bahia
no início do século XX século.24 Muitos eram sapateiros e concentraram-
se, na virada para o século XX, na Baixa dos Sapateiros,
no Maciel e nas ruas vizinhas de Salvador, onde são numerosas as
lojas de calçados e de tecidos, os empórios e as oficinas mecânicas
dirigidas por italianos, que têm todos a mesma proveniência geográfica
e que trabalham há muito tempo ao lado de comerciantes
árabes e judeus".
Parabéns pelo trabalho
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