quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Historia ( 233) - "Far l'Amercia (136 )": Ecos da imigração italiana no Espírito Santo ( 2)


No texto  "O discurso da italianidade no Espírito Santo: realidade ou mito construído?", Maria Cristina Dadalto, doutora em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e professora do Centro Universitário Vila Velha (ES), analisa a imigração italiana a partir de obras lierárias como o livro La vita de Vittorio: diário de um imigrante, de autoria de Douglas Puppin, com base no diário do imigrante Vittorio De Monti repleto de registros cotidianos, fotos , cartas entre outros documentos.
 
“Já assentado no território capixaba (Vittorio De Monti), explicita as expectativas e ansiedades dos membros da colônia italiana, a ação presente no cotidiano por meio dos mecanismos prescritivos e normativos em sua ordem social e os lastros que mantinham com a terra de origem:

‘ Era a primeira reunião de professores que ensinavam o italiano no Estado e nela estavam presentes (...). O homem falava bem, estava bem vestido e foi logo entrando no assunto: primeiro agradecia em nome do governo italiano o trabalho que vinha sendo feito por nós professores, que precisamos ensinar bem os nossos alunos; fornecer para eles os cadernos e livros; ensinar tudo sobre a Itália nossa querida terra natal; mostrar a eles que a Itália tinha que estar no coração de cada um (...) (PUPPIN, 1994, p. 47)’. “

“Na narrativa de Vittorio, se apresenta também a dificuldade da população de se manter nas colônias, isoladas da capital, sem amparo de serviços de saúde e comerciais, e as estratégias criadas para superá-las:

‘ (...) há necessidade de fundar-se uma sociedade em benefício dos italianos e foi assim que se fundou a: Fratellanza Agrícola di Beneficenza Societá di Alfredo Chaves – Carita – Pátria – Instruzione – Lavoro. “Uno per Tutti – Tutti per Uno’ (PUPPIN, 1994, p. 143)’.

Contando a história de Vittorio, Puppin oferece a possibilidade de se conhecer a realidade experimentada pelos imigrantes e os meios que buscaram para solucionar coletivamente suas dificuldades. Assim, fundaram associações culturais, agrícolas, entre outras, tecidas no inventário de suas memórias e representações da experiência vivida por eles próprios ou por seus pais e avós na Itália”.

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