No texto "O
discurso da italianidade no Espírito Santo: realidade ou mito construído?", Maria Cristina Dadalto,
doutora em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e
professora do Centro Universitário Vila Velha (ES), analisa a imigração italiana
a partir de obras lierárias como o livro La vita de Vittorio: diário de um
imigrante, de autoria de Douglas Puppin, com base no diário do imigrante
Vittorio De Monti repleto de registros cotidianos, fotos , cartas entre outros
documentos.
“Já assentado no
território capixaba (Vittorio De Monti), explicita as expectativas e ansiedades
dos membros da colônia italiana, a ação presente no cotidiano por meio dos
mecanismos prescritivos e normativos em sua ordem social e os lastros que
mantinham com a terra de origem:
‘ Era a primeira reunião de professores que
ensinavam o italiano no Estado e nela estavam presentes (...). O homem falava
bem, estava bem vestido e foi logo entrando no assunto: primeiro agradecia em
nome do governo italiano o trabalho que vinha sendo feito por nós professores,
que precisamos ensinar bem os nossos alunos; fornecer para eles os cadernos e
livros; ensinar tudo sobre a Itália nossa querida terra natal; mostrar a eles
que a Itália tinha que estar no coração de cada um (...) (PUPPIN, 1994, p. 47)’.
“
“Na narrativa de
Vittorio, se apresenta também a dificuldade da população de se manter nas
colônias, isoladas da capital, sem amparo de serviços de saúde e comerciais, e
as estratégias criadas para superá-las:
‘ (...) há necessidade de fundar-se uma sociedade em
benefício dos italianos e foi assim que se fundou a: Fratellanza Agrícola di
Beneficenza Societá di Alfredo Chaves – Carita – Pátria – Instruzione – Lavoro.
“Uno per Tutti – Tutti per Uno’ (PUPPIN, 1994, p. 143)’.
Contando a história
de Vittorio, Puppin oferece a possibilidade de se conhecer a realidade
experimentada pelos imigrantes e os meios que buscaram para solucionar
coletivamente suas dificuldades. Assim, fundaram associações culturais,
agrícolas, entre outras, tecidas no inventário de suas memórias e
representações da experiência vivida por eles próprios ou por seus pais e avós
na Itália”.
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