Na segunda geração do Modernismo brasileiro, Alfredo Volpi, italiano natural de Lucca ( 1896) foi, sem dúvida, um dos grandes nomes.
O site doMuseu de Artte Conteporânea, USP), assim descreve Volpi, falecido em São Paulo em 1988.
"De origem italiana humilde, Alfredo Volpi chega ao Brasil com dois anos de idade e na adolescência começa a trabalhar como pintor-decorador de paredes. Desde então, manifesta uma pintura dotada de um procedimento artesanal cuidadoso, que irá se
manter ao longo de toda sua trajetória artística.
Autodidata e à margem da movimentação modernista
decorrente da Semana de 1922, Volpi elabora sua
pintura a partir da observação atenta de cenas de
gênero (família, trabalho, cotidiano simples dos
arredores de São Paulo) e de paisagens, resultando
em uma poética intuitiva e de linguagem simplificada,
decorrente de seu autodidatismo.
É a partir de sua proximidade com os artistas do
Palacete Santa Helena1, e da formação da Família
Artística Paulista em 1937, que Volpi entra em
contato com a arte moderna italiana influenciada pelas
pesquisas de Paul Cézanne e pela metafísica, e com
a obra de Ernesto De Fiori que irão influenciá-lo.
Passa a compreender que a qualidade da pintura está,
como afirmava, em 'resolver o quadro'.
Sua
primeira exposição individual, em 1944, evidencia o
percurso traçado pelo pintor em busca do domínio
das cores para atingir a harmonia entre as formas
que compõem suas imagens e o modo inteligente
como soube traduzir as influências recebidas. 'O plasticismo italiano concorre com a cor
matissiana para criar um novo universo estilístico,
que será um ponto de chegada para a pesquisa
de Volpi. É significativo, porém, que a cristalização
desse universo se dê num campo delimitado pela
pintura popular' afirma o teórico Lorenzo Mammì
em sua análise da obra do artista.
A crítica daquele
momento o compreende como um artista
promissor.
Como um artesão imerso em seu ofício, Volpi produz
suas próprias têmperas e faz surgir, na superfície das
telas, casarios e fachadas marcados pelo gesto
cuidadoso das pinceladas que preenchem as formas
sensivelmente geometrizadas. Gradativamente sua
pintura deixa de sugerir a ilusão de profundidade e
toda a composição passa a se realizar num primeiro
plano.
Em 1950, tem a oportunidade de ver na Itália mestres
pré-renascentistas como Giotto e Margarito d'Arezzo.
Nas imagens frontais realizadas a têmpera e nos
antigos painéis italianos, Volpi confirma as
possibilidades poéticas que com maestria saberá
interpretar nas séries de imagens sacras das décadas
de 1950 e 1960.
O reconhecimento de sua obra inicia-se com o Prêmio
de Pintura Nacional que divide com DI CAVALCANTI na
II Bienal do MAM de São Paulo, em 1954, por influência
do crítico inglês Herbert Read. A agitação cultural provocada pelas bienais,
com a decorrente assimilação das vanguardas européias, como a abstração
geométrica e a arte concreta, iriam transformar o gosto do público e a arte
brasileira.
Esta transformação também se percebe na produção de Volpi. '
[…] Mar e céu desaparecem em simples faixas coloridas, telhados viram
simples triângulos, ladeiras e ruas são lisas formas retangulares em diagonal,
portas e janelas se reduzem a retângulos e quadrados […]', verifica Mário
Pedrosa no final dos anos 1950.4
A síntese de elementos alcançada por Volpi em suas composições a
partir de formas como casarios, fachadas, bandeirinhas, mastros e barcos
à vela, proporcionam à arte moderna brasileira uma dimensão de estilo
inconfundível".
Um blog para difundir e aprofundar temas da presença italiana no Brasil, bem como valorizar o Made in Italy. Um espaço para troca de informações e conhecimento, compartilhando raízes comuns da italianidade que carregamos no sangue e na alma. A italianidade engloba a questão das nossas raízes italianas e também reserva um olhar para a linha do tempo, nela buscando e resgatando uma galeria de personagens famosos ou anônimos que, de alguma forma, inseriram seus nomes na História do Brasil.
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