O professor-associado de História Contemporânea na Universidade
da Calábria, Vittorio
Capelli, no ensaio “A propósito de imigração e urbanização: correntes
imigratórias da Itália meridional às ‘outras Américas’ ”(tradução
da Profa. Dra. Núncia Santoro de
Constantino,docente do Programa de Pós-Graduação em História da
PUCRS.-2006) aborda a italiana em Recife (séculos
XIX e
XX).
“Os imigrantes de Recife têm a mesma origem geográfica dos
italianos de Salvador e de Aracaju. Muitos desses imigrantes chegam
da pequena Trecchina e de outros 'paesi' da Basilicata. Também
a composição social e os percursos de integração são semelhantes:
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trata-se de artesãos e de pequenos comerciantes que, com freqüência,
começaram como empregados em oficinas e pequenas lojas, ou
como mascates na zona rural. Foram inicialmente financiados pelos
conterrâneos que lhes precederam e que os convidaram a emigrar.
Numerosos eram os artesãos especializados no trabalho com
metais, como caldeireiros, funileiros, fundidores, chamados a partir
da multiplicação das usinas de açúcar; muitos também eram
alfaiates e sapateiros; e não poucos foram aqueles que se tornaram
industriais: no início da década de 1930 encontra-se uma fábrica di
licores e de gasosas, uma indústria de tecidos, a fundição ‘Vesúvio’,
outras indústrias metalúrgicas e de calçados.
Mais do que em outras cidades, parece que no Recife houve
uma relação estreita entre ofícios artesanais e atividades industriais,
sendo freqüente a passagem de uns às outras. Em suma, a
capital pernambucana confirma as características fundamentais da
presença italiana em todo o nordeste. Entretanto, talvez fosse mais
acentuada a presença em indústrias e menor a participação na
expansão e nas reformas urbanas, a exemplo de Aracaju; exceções
foram o mausoléu a Joaquim Nabuco, executado por Giovanni
Nicolini (1910), e o Palácio de Justiça, em estilo renascentista, de
Giacomo Palumbo (1930).
No plano artístico, também é preciso destacar a presença do
pintor Murillo La Greca, nascido em 1899, caçula dos doze filhos
do casal de imigrantes Vincenzo La Greca e Teresa Carlomagno,
provenientes de diferentes lugares dos confins calabro-lucanos.
Tendo herdado juntamente com os irmãos a usina açucareira de
Palmares, perto de Recife, o jovem La Greca realizará sua formação
artística baseada nos indiscutíveis cânones clássicos, inicialmente
no Rio de Janeiro e depois em Roma, onde aprendeu a técnica
do afresco. Retornando para sempre ao Brasil às vésperas da
Segunda Guerra Mundial, é contratado para pintar os afrescos da
Basílica de Nossa Senhora da Penha, em Recife, construída em
1870 nos moldes arquitetônicos de Palladio.
Enfim, do ponto de vista quantitativo, a presença italiana em
Recife é a mais consistente de todo o nordeste. Tanto é que, ainda
hoje, ali residem cerca de dois mil cidadãos italianos, além de dezenas
de milhares de descendentes. Ao contrário, no estado limítrofe
da Paraíba, encontram-se arquitetos e construtores italianos
que permitem imaginar uma situação semelhante àquela encontrada
em Aracaju, onde se destaca o aspecto qualitativo.
Um blog para difundir e aprofundar temas da presença italiana no Brasil, bem como valorizar o Made in Italy. Um espaço para troca de informações e conhecimento, compartilhando raízes comuns da italianidade que carregamos no sangue e na alma. A italianidade engloba a questão das nossas raízes italianas e também reserva um olhar para a linha do tempo, nela buscando e resgatando uma galeria de personagens famosos ou anônimos que, de alguma forma, inseriram seus nomes na História do Brasil.
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Olá Sr. Eduardo, sou recifense e minha bisavó registrada numa cidade do interior do estado, mais precisamente Timbaúba, era filha de um italiano mas não temos muita informação sobre ele. Apenas alguns detalhes mais, há alguns anos pesquiso sobre ele mas sem grandes resultados. O senhor sabe se há alguma lista de nomes dos navios ou algum tipo de registro dos que vieram nessa época ou um pouco antes. Agradeço de coração qualquer informação.
ResponderExcluirProfessor, o Sr. tem algum material sobre a imigração dos Vita, de Trecchina, que fundaram a Fratelli Vita no Nordeste? estou finalizando um livro sobre eles. gtarruda@pop.com.br
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