Marco Antonio Giffoni Junior no texto "A Imigração Italiana na Cidade de Guaratinguetá
(1880 - 1930)”
relata a formação dos núcleos coloniais na região do Vale do Paraíba (São Paulo).
"O núcleo colonial de Canas, situada entre as cidades de Lorena e Cachoeira Paulista, foi criado com base na Lei da Assembléia Provincial de São Paulo n.º 28 de 29 de março de 1885. As terras onde se assentou o núcleo colonial foram, em sua maioria, adquiridas do Alferes Francisco Ferreira dos Reis e foram divididas em cerca de 82 lotes rurais de 10 hectares cada, que foi aumentado posteriormente para 111 lotes que, foram logo vendidos e ocupados pelos colonos e seus familiares de nacionalidade brasileira e estrangeira".
"O núcleo colonial de Canas contava com uma escola primária, uma igreja católica (todos os colonos deste núcleo professavam esta religião), um serviço de saúde, dentre outras benfeitorias.
Além da produção de cereais, destinados tanto para a subsistência dos colonos, quanto para a venda no comércio local, a colônia de Canas destacou-se também pela produção de cana-de-açúcar, que era comercializada com o Engenho Central de Lorena, grande produtor de açúcar e um dos fatores que motivaram a criação da referida colônia. A produção e a comercialização de cana ajudou os colonos a saldarem a compra de seus lotes, bem como a execução de diversas benfeitorias na colônia".
"O núcleo colonial de Quiririm, tem suas origens, segundo o relatório do Engenheiro Leandro Dupret , quando o Dr. Francisco de Paula de Toledo contratou com o Ministério da Agricultura a fundação de um núcleo colonial na fazenda do Quiririm, de sua propriedade, localizada no município de Taubaté, sob diversas condições que, em última análise, reduziam-se a mandar o governo dividir a fazenda em lotes, cedendo o Dr. Toledo sem remuneração alguma, metade da área medida e ficando para si com a outra metade em lotes, intercalados com os do governo, mas obrigando-se a vendê-los a imigrantes nacionais e estrangeiros.
Lavrada a escritura de cessão, nomeou o governo uma comissão para dar começo aos trabalhos técnicos e, em 16 de agosto de 1890, era inaugurada a colônia, que tinha sua sede junto à estação de Quiririm da Estrada de Ferro Central do Brasil".
"Sua população era de 424 pessoas, distribuídas em 60 lotes urbanos, 48 suburbanos e 56 rurais, sem incluir os lotes que ficaram pertencendo à herança do Dr. Francisco de Paula Toledo.
Esse núcleo colonial possuía diversas benfeitorias e, o estado dos colonos, segundo o relatório de Dupret, era considerado próspero e, ressaltava ainda que faltavam poucos colonos para saldarem a dívida com o governo. Além da produção agrícola, a colônia de Quiririm destacou-se pelo fato de grande parte dos colonos terem se dedicado à produção de tijolos, que eram consumidos em Taubaté, bem como na própria colônia, onde era utilizado na construção de casas.
O núcleo colonial da Boa Vista, na cidade de Jacareí, foi estabelecido em terras da Fazenda Boa Vista, adquirida pelo Governo Geral ao Major Vitoriano Pereira de Barros a 18 de setembro de 1888. Possuía 91 lotes rurais, com uma população de cerca de 455 habitantes. Em seu relatório de 1893, Dupret frisa que a grande maioria dos colonos já estavam com seus lotes quitados e devido a este fato, em pouco tempo esta colônia já poderia ser emancipada, o que de fato ocorreu.
Analisaremos agora, de maneira mais aprofundada por tratar-se de um dos objetivos proposto neste trabalho, a colônia de Piaguí, localizada na cidade de Guaratinguetá".
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