A Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais assim comenta a obra do romano Enrico, artista radicado no Brasil desde 1937. O comentário é assinado por Roberto Pontual.
"O conhecimento imediato com Portinari, no ano seguinte à chegada ao Brasil, marcou
definitivamente o desenho e a pintura de Enrico Bianco desde então. (...) Assim, vemos
desenvolver-se, ao longo da obra de Bianco, a busca de fusão entre pólos aparentemente
opostos, quais sejam a disciplina organizativa do espaço pictórico segundo esquemas de
linearidades e jogos de planos sutilmente cubistas, e a propensão.
Em verdade, mais
abrangente, no sentido da veemência expressionista. Decorreu daí o predomínio da figura
no trabalho de Bianco, tratada sob preocupação de registrar a dramaticidade de
contingências típicas do mundo de hoje, acrescido de guerras globais, ou sob o estímulo de
outras memórias do drama, na série de pinturas de fundamento religioso. As paisagens, por
sua vez, acentuaram presença na obra atual, sem que nelas, no entanto - apesar da agilidade
e idêntica veemência no tratamento do conjunto -, se possa experimentar aquela mesma
densidade expressionista de abordagem dos outros temas; é possível inclusive sentir, nesses
trabalhos, direcionamento para a simplificação abstratizante de cada elemento e de seu
contexto, embora a paisagem continue ali, visível e reativada".
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