Outro grande músico e letrista brasileiro a trazer no sangue origens italianas é Antonio Pecci Filho, que na sua bem sucedida carreira artística é conhecido como Toquinho, autor de canções (solo ou parceria) que fizeram sucesso no Brasil e no exterior, principalmente na Itália.
Toquinho, nascido em 6 de julho de 1946 ( São Paulo) é neto de imigrantes italianos. Os avós paternos Giovanni Pecci, (Molise) e , Filomena Agazio Pecci (Calábria) , chegaram ao Brasil em 1895. Em seu site, o artista conta que na infância a mãe o chamava de ‘meu toquinho de gente’, donde veio o apelido Toquinho que se confirmaria como nome artístico.
“Nasceu em 1946, em São Paulo, com o nome de Antonio Pecci Filho. Era o novo integrante de uma família de ascendência italiana: a mãe, Diva Bondeolli Pecci; o pai, Antonio Pecci; e o irmão de quatro anos, João Carlos Pecci. Moravam no bairro do Bom Retiro, na rua Anhaia, 1144, bem próximo à várzea do rio Tietê, onde se espalhavam vários campos de futebol. Não havia calçamento, a rua era de terra, por onde desfilavam, em fila organizada, obedientes vacas leiteiras carregando enormes tetas. E após sua passagem, a bola rolava outra vez no chão de terra dura: o portão da cocheira era o gol da gurizada".
"Tendo sido aluna de violino na escola dirigida pelo Maestro Memore Peracchi, Dna. Diva tornou-se professora e depois trancou o instrumento no armário, onde o tempo e o desuso se incumbiram de desintegrá-lo. Num dia de faxina, baixou do armário a caixa do violino. A família se apressou ao redor daquela relíquia por tantos anos adormecida. A tampa envolta em bolor soltou-se da caixa, revelando um violino sem cordas, madeira encarapinhada, arco afrouxado. Um instrumento a decompor-se. Mesmo assim, iluminava os olhos do menino: 'Foi minha primeira sensação da existência de um instrumento', explica Toquinho. 'Sempre tive vontade de ver o violino que minha mãe guardava lá em cima do armário. Foi a primeira vez que peguei num instrumento, mas num desses que facilitam a intimidade com as pessoas, que se pode levar para qualquer lugar, instrumentos que colam no corpo. A primeira vez que peguei num, foi naquele violino'
“A música começou a entrar mesmo em minha vida através dos discos que meu pai comprava', afirma Toquinho. Seu Nico, como era conhecido o Antônio pai, não completara nem o ginásio. Portava uma sabedoria extraída da vida e guardava dentro dele amores a certas artes. Ia freqüentemente ao cinema, mesmo sozinho, nos espaços vazios de algumas tardes. Chegava a assistir o mesmo filme três ou quatro vezes. Tanto que, na quase rudeza de sua cultura, ia colecionado discos de todos os gêneros e plantava em sua própria casa os primeiros tentáculos do talento de um dos filhos. 'Eu ouvia os discos do Luiz Gonzaga e sentia uma estranha euforia. Emocionava-me com a Ângela Maria cantando, com o Francisco Alves. E de repente estávamos almoçando com orquestrações do Ray Antony, Ray Coniff. Ou com aqueles clássicos italianos nas vozes de Beniamino Gigli, Gino Becchi. São canções que ainda circundam meus ouvidos. E muitas vezes se jantava com Chopin na vitrola...', completa Toquinho.
Essa influência tinha um avesso representado pela Nadir, a empregada. Seu radinho pendurado no trinco da geladeira, apoiado na janela da pia, na beira do fogão, no móvel da sala, na penteadeira do quarto espalhava por toda a casa as vozes de Anysio Silva, Orlando Dias, Nelson Gonçalves".
Te nho certeza que muitas pessoas não tem a mínima idéia que Toquinho nasceu na Barra Funda em São Paulo, como muitos até hoje a falar de João Rubinato - o saudoso Adoniran Barbosa, desconhecem sua descendência italiana. Ssugiro à organização do Ano da Itália no Brasil, que será em 2011, que o tenha no ról dos convidados. Minha idéia é fazer se possivel em 2012, o Ano de São Paulo na Itália.
ResponderExcluirAbraços
Otavio Demasi - consultor de turismo/jornalista Mtb 32548
www.otaviodemasi.com
nascido no bairro do Brás em 1947