A música popular brasileira deve tributo a um compositor de primeira linha. Seu nome: Paulo Vanzolini, filho de imigrante italiano, nascido em São Paulo em 25 de abril de 1924. O Dicionário Cravo Alvim de Música de MPB assim descreve esse grande artista.
“Juntamente com Adoniran Barbosa é reconhecido como o grande nome do samba paulista. Filho do engenheiro (italiano)Alberto Vanzolini, aos quatro anos mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde seu pai iria construir, no bairro da Tijuca, o prédio do Instituto de Educação. Durante os dois anos em que passou a infância no Rio, começou a tomar gosto pelos programas musicais que ouvia no rádio. Veio a Revolução de 1930 e a família voltou para São Paulo, onde seu pai foi ser professor da Escola Politécnica.
A paixão pelo samba surgiu desde que tinha dez anos de idade.
Cursou o primário no Instituto Rio Branco e depois concluiu o ginásio numa escola pública estadual. Gostava de ir aos bailes na sede do Glorioso Futebol Clube, perto de sua casa, e lá se sentava ao lado da orquestra, somente para ouvir música. Na adolescência começou a freqüentar rodas de malandros, cultivando desde então uma combinação peculiar entre boemia e paixão pelos estudos. O interesse por zoologia de vertebrados levou-o a cursar a Faculdade de Medicina onde se diplomou em 1947.
Em 1944, seu primo Henrique Lobo foi ser locutor da Rádio América e o convidou para trabalhar no programa Consultório Sentimental, apresentado pela atriz Cacilda Becker, com quem o compositor fez amizade. Participava no programa como o Dr. Edson Gama, falando aos ouvintes sobre receitas para emagrecer. Saindo da casa dos pais, pois queria ganhar a vida com seu próprio sustento, foi morar no Edifício Martinelli, onde estreitou os laços com a boemia.
No prédio, havia até um táxi-dancing, que Vanzolini e os amigos freqüentavam de graça, fazendo amizade com os músicos e com as dançarinas. Entre 1944 e 1945 foi servir o exército no quartel do Ibirapuera, na Cavalaria, apesar das cicatrizes na perna em conseqüência das operações sofridas na adolescência por um grave problema nos ossos. Mas por essa época, já estava cansado de ser tratado pela família como um rapaz doente. Tornou-se professor do Colégio Bandeirantes e ingressou como pesquisador no Museu de Zoologia, da Universidade de São Paulo, onde viria a exercer o cargo de diretor cerca de vinte anos mais tarde.
Casou-se, em 1948, com Ilze, então secretária da Reitoria da USP e com quem teria cinco filhos, entre os quais o diretor de cinema e vídeo e sócio da Conspiração Filmes, Tony Vanzolini.
No final da década de 1940, embarcou com a esposa para os Estados Unidos e lá tornou-se Doutor em Zoologia, pela Universidade de Harvard. Nos Estados Unidos, conviveu com músicos de jazz em Nova Orleans. De volta ao Brasil, trabalhou na produção de programas para a TV Record, na década de 1950. Diretor do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, entre 1963 e 1993, tornou-se um dos zoólogos mais respeitados pela comunidade científica internacional. Aposentado compulsoriamente, continuou ainda a desenvolver suas pesquisas no Museu, trabalhando de segunda a sábado. No Museu de Zoologia da Usp, organizou uma das maiores coleções de répteis do mundo. Com o próprio dinheiro montou um biblioteca sobre o mesmo tema”.
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