Nascida em São Paulo no dia 2 de dezembro de 1889, Anita Catarina Malfatti era filha de pai italiano católico (Samuel Malfatti, natural de Lucca – Região Toscana) e mãe americana de origem alemã (Betty Krug).Um defeito congênito a tornou uma falsa canhota; trazia sempre um lenço colorido cobrindo a mão direita deformada. Essa limitação foi marcante para sua personalidade e características emocionais. Criança, uma vez se deitou numa vala por onde passou um trem só para perder o medo; de olhos fechados, tudo o que vê são cores. Acontece a revelação de seu destino: quer ser pintora. Mais tarde vai experimentar voluntariamente a fome, a cegueira e a sede, buscando na sensação física a "superação do eu".
Era expressionista antes de saber o que significava o termo. Em 1912 fixa-se em Berlim, onde estuda com Lovis Corinth, artista que trabalha com valores cromáticos do impressionismo, com pinceladas vibrantes que o aproximam dos expressionistas, apesar de discordar deles.
De volta a São Paulo realiza sua primeira exposição individual em 1914, mas a crítica artística paulistana, orientada pelos cânones acadêmicos, vê na pintora apenas uma iniciante talentosa.
Em 1915/16 Anita está em Nova Iorque, inscrita na Art Students League, onde só mantém um interesse duradouro: aulas de gravura.
É quando ela acha a escola que tanto desejava encontrar na vida, a Independent School of Art, cujo professor, Homer Boss, é um pintor-filósofo de tendência realista. Absorve de cada pintor, de cada escola - fauvismo, sincronismo ou cubismo - só as características necessárias para montar sua própria linguagem.
. Desta temporada são os seus
retratos mais significativos como A Estudante
Russa, O Japonês, A Mulher de Cabelos Verdes e
O Homem Amarelo.
Depois de seu retorno e de um bom tempo de
relutância para expor suas telas, DI CAVALCANTI
convence Malfatti a organizar o que seria a sua
segunda individual, a "Exposição de Pintura
Moderna Anita Malfatti" em 1917. Esta mostra
causa impacto e escândalo e, se por um lado atrai
vários dos futuros modernistas, por outro convive
com o repúdio estético de Monteiro Lobato que
escreve o célebre artigo "A propósito da exposição
Malfatti". Neste, o escritor explica os motivos que
o fazem considerar os trabalhos da artista uma
arte anormal ou teratológica (relativo à
monstruosidade). Esta exposição é um ponto de
inflexão na arte brasileira, novos rumos a partir
dela são tomados e inaugura-se o Modernismo
no Brasil. (Fonte: Museu de Arte Conteporânea - USP)
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