quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

História (77 ) - "Far l´America ( 45)": imigrantes italianos no Estado do Espírito Santo

A grande imigração italiana também ganhou o pequeno território do Estado do Espírito Santo, tema do trabalhoGênero e estratégias migratórias: mulheres italianas imigrantes no Estado do Espírito Santo Brasil, 1894-1895 , cuja autora é Chiara Vangelista (Università degli Studi di Torino).

“Marginalizado economicamente por motivos estratégicos no período colonial, a Província do Espírito Santo foi objeto de uma política de povoamento a partir da primeira metade do século XIX, principalmente através da formação de colônias imperiais. Os imigrantes europeus (sobretudo alemães e italianos) se inseriram desta maneira em um fluxo imigratório já alimentado, desde o início do século, por mineiros e cariocas, os quais, ocupando os territórios dos grupos indígenas da região, introduziram o cultivo da cana e, desde 1840, o do café”.
“No caso da imigração italiana, todos os estudos sobre o assunto concordam em indicar, além da primeira relevante imigração em 1877, dois momentos importantes: o biênio 1888-1889, logo depois da abolição da escravidão, e o triênio 1893-1895. No ano seguinte, houve um declínio na entrada de italianos, devido à proibição da emigração para o Espírito Santo, estabelecida pela lei italiana de 23 de julho de 1894”.

“Embora tenham chegado neste Estado espanhóis, portugueses, alemães, suíços, árabes, franceses (Nagar, 1895, p. 29) os italianos representaram, neste período, a parte mais numerosa da imigração. Segundo os dados levantados por Demoner a imigração italiana representou 91% da imigração total no ano de 1892, 77% em 1893, 81% em 1894, 99% em 1895 e 94% em 1896.

”O porto de Vitória, que em 1892-1894 deu abrigo a 111 navios ingleses e 226 italianos, em 1902 recebeu um só navio italiano, e nenhum em 1903”

“No final do século, o período da grande imigração estran- geira havia terminado para o Espírito Santo. No entanto, as transfor- mações que a imigração propiciou manifestaram-se também a médio e longo prazo, mesmo depois do fim do movimento”.

“As transformações geradas pela imigração – interna e internacional – são evidentes seja no acréscimo populacional, seja na ocupação do território. De 1872 até 1920, a população do Espírito Santo apresentou uma taxa de cresci- mento superior à do Brasil, passando de 82.137 habitantes em 1872 a 209.783 em 1900, e a 457.328 em 1920 (IBGE, 1995). Ao mesmo tempo, a população italiana ou de origem italiana no Estado continuava crescendo, passando de 20.000-35.000 indivíduos em 1894, a 40.000-75.000 em 1900 e a 50.000 em 1910”

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