quinta-feira, 15 de abril de 2010

História (161): Italianidade na construção da igreja de Vigolo, Nova Trento (SC)

"No período de 1876 a 1879, foi construído na região de Vígolo a Capela de São Jorge, onde os moradores da região foram responsáveis pela obra. Já no ano de 1879, recebe Pe. Servanzi que realiza durante oito dias uma santa missão, neste período ele também benze com grande solenidade a mesma capelinha. Antes mesmo de concluir a obra de construção da capela os moradores da região planejaram a construção de uma bela Igreja, e com o apoio do Pe. Marcello Rochi iniciaram a construção.

Por motivação e devoção do sacerdote a Nova Igreja foi dedicada em honra a Nossa Senhora de Lourdes. No ano de 1888, chegou da França a imagem da Virgem de Lourdes, que ficou na Igreja de Nova Trento até dia 11 de fevereiro de 1889.
Em 11 de fevereiro de 1890, depois de um tríduo de preparação inaugura-se a Gruta e colocaram nela a Imagem da Virgem Imaculada de Lourdes" (Cf. Madre Doroteia, Ic. P.22) Neste mesmo período que se inaugura a gruta é feito a demolição total da Capelinha de São Jorge, onde em seu lugar é erguido o Santuário. "Após poucos anos, conseguiram levantar o Santuário dedicado a Nossa Senhora de Lourdes. (Cf. Madre Doroteia, Ic. P.22)

No dia 11 de fevereiro do ano de 1895 conforme descreve o Diário Della Residenza, foi feito a benção do novo Santuário. "Bem cedo, muita gente foi a festa da Virgem de Lourdes. Estava lá desde a tarde anterior o Pe. Manardi. Foi ainda o Pe. Parisi para ajudá-lo nas confissões. Mais tarde, foram os padres Sabbatini e Rocchi. A missa foi cantada "interzo" com o acompanhamento da (banda) de música de Nova Trento. Benzeu-se o no Santuário, levou-se em procissão a Estátua da Imaculada. Todas as filhas de Marias de várias valadas. Entramos na Igreja, o Pe. Rocchi disse algumas palavras ao colocar a estátua no nicho da gruta. Todo o povo replicou três vezes  'E viva Maria.

Depois, no Evangelho, pregou o Pe. Manardi. Após a missa, seguiu-se a benção do Santíssimo Sacramento. No dia 19 de outubro do ano de 1991, um dia após a beatificação de Madre Paulina, é colocada a imagem da beata, e o lugar histórico passa a receber muitos romeiros que chegavam a Vígolo para agradecer a Deus pela intercessão de Madre Paulina e para fazer seus pedidos. Dom Eusébio Oscar Scheid, então Arcebispo de Florianópolis da época, no dia 09 de julho de 1998, data comemorativa a festa litúrgica de Madre Paulina, tornou público a Igreja de Vígolo como Santuário Madre Paulina, até ser construído o novo Santuário em honra a Bem aventurada Madre Paulina". (fonte Santuario Santa Paulina )

Italiani– Paulina, a santa imigrante de Nova Trento

 “Imigrante italiana radicada no Brasil desde os nove anos de idade, Santa Paulina adotou o Brasil como sua pátria e os brasileiros como irmão.. “Nascida no dia 16 de dezembro de 1865, em Vígolo Vattaro, Trento, norte da Itália recebeu o nome de Amábile Lúcia Visintainer.

Foi a segunda filha de Antônio Napoleone Visintainer e Anna Pianezzer. Imigrou para o Brasil, com 9 anos de idade, juntamente com seus pais, seus irmãos e outras famílias da região Trentina, no ano de 1875, estabelecendo-se na localidade de Vígolo - Nova Trento - Santa Catarina - Brasil. Em 1887 faleceu sua mãe e Amábile cuidou da família até o pai contrair novo casamento.

Desde pequena ajudava na Paróquia de Nova Trento, especificamente na Capela de Vígolo, como paroquiana engajada na vida pastoral e social. Com um grupo de jovens ajudou na compra da imagem de Nossa Senhora de Lourdes, que é conservada na gruta do Santuário. Aos 12 de julho de 1890 com sua amiga, Virginia Rosa Nicolodi, deu início à Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, cuidando de Lúcia Angela Viviani, portadora de câncer, em fase terminal, num casebre doado por Beniamino Gallotti. Após a morte da enferma, em 1891, juntou-se a ela a segunda irmã Teresa Anna Maule.

Em 1894 o trio fundacional da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, transferiu-se para a cidade de Nova Trento. Receberam em doação o terreno e a casa de madeira dos generosos benfeitores: João Valle e Francisco Sgrott. Em 1903, Santa Paulina foi eleita, pelas Irmãs, Superiora Geral, por toda a vida. Nesse mesmo ano, deixou Nova Trento para cuidar dos ex-escravos idosos e crianças órfãs, no Ipiranga, em São Paulo - SP. Recebeu apoio do Pe. Luiz Maria Rossi e ajuda de Benfeitores em especial do conde Dr. José Vicente de Azevedo.

Em 1909 a Congregação cresce nos Estados de Santa Catarina e São Paulo. As Irmãs assumem a missão evangelizadora na educação, na catequese, no cuidado às pessoas idosas, doentes e crianças órfãs. Nesse mesmo ano, Santa Paulina é deposta do cargo de Superiora Geral pela autoridade eclesiástica e enviada para Bragança Paulista a fim de cuidar de asilados onde testemunha humildade heróica e amor ao Reino de Deus. Em 1918, Santa Paulina é chamada à viver na Casa Geral onde testemunha uma vida de santidade e ajuda na elaboração da História da Congregação e no resgate do Carisma fundante. Acompanha e abençoa as Irmãs que partem em missão para novas fundações.

Alegra-se com as que são enviadas aos povos indígenas em Mato Grosso, em 1934. Rejubila-se com o Decreto de Louvor dado pelo Papa Pio XI em 1933 à Congregação. Santa Paulina morre aos 77 anos, na Casa Geral em São Paulo, dia 9 de julho de 1942, com fama de santidade; pois viveu em grau heróico as virtudes de FÉ, ESPERANÇA e CARIDADE e demais virtudes. Processo de Canonização O processo, iniciado em 03 de setembro de 1965, celebrou um momento forte com a Beatificação de Santa Paulina, proclamada pelo Papa João Paulo II, no dia 18 de Outubro de 1991, em Florianópolis-SC - Brasil.

A culminância desse processo, dá-se com a Canonização, no dia 19 de maio de 2002, em Roma. Canonização é uma sentença definitiva e oficial da santidade de Madre Paulina, heroína da vida cristã e se pode fazer culto público, em toda a Igreja. Está incluída na lista (cânone ) das Santas e Santos da Igreja Católica”. (Fonte: Santuario Santa Paulina)