domingo, 28 de fevereiro de 2010

História (84) - Especial: Influência de socialistas e anarquistas italianos no movimento operário brasileiro (1)

A presença do trabalhador italiano nas cidades brasileiras, fruto das políticas oficias de incentivo à imigração, abriu um capítulo de grande importância na história do movimento operário no Brasil, trazendo à tona, inclusive, a primeira greve geral registrada no País, em 1917. Com o objetivo de resgatar na linha do tempo a participação de italianos e descendentes nas lutas trabalhistas em São Paulo e outras cidades, este Blog inicia um Especial dedicado a esse tema ainda é fonte de pesquisa no meio acadêmico.

Pesquisas na internet mostram que já no final do século XIX, São Paulo se deparava com a ação de anarquistas italianos reprimidos pela força coercitiva do governo. Em 1906 um total de 32 delegados na sua maioria do Rio e São Paulo, lançou as bases para a fundação da Confederação Operária Brasileira (C.O.B.).
Nesse Congresso participaram as duas tendências existentes na época: Anarco-Sindicalismo, que negava a importância da luta política privilegiando a luta dentro da fábrica através da ação direta. Negava também a necessidade de um partido político para a classe operária. Socialismo de caráter reformista, propunha a transformação gradativa da sociedade capitalista, defendia a Organização Partidária dos Trabalhadores e participava das lutas parlamentares. A ação anarquista começa a se desenvolver entre 1906 até 1924.

A crise de produção gerada pela Primeira Guerra Mundial e a queda vertiginosa dos salários dos operários, caracterizou-se por uma irresistível onda de greves - 1917 a 1920. Em 1917, em frente ao Cotonfiício Crespi tinha início o movimento grevista que recebeu a solidariedade e adesão inicial de todo o setor têxtil, seguindo as demais categorias.

Italianità - Especial: De Palestra Italia a Palmeiras(7)

Durante a Segunda Guerra Mundial, em 1942, por causa de decreto do governo Getúlio Vargas, que proibia em qualquer entidade o uso de nomes relacionados aos países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), o Palestra Itália foi obrigado a mudar de nome, passando a chamar-se Palestra de São Paulo, posto que "palestra" é uma expressão grega, o que não contrariaria a decisão governamental.

A mudança não aplacou as pressões políticas e até esportivas e, sob pena de perder seu patrimônio para outro clube e ser retirado do campeonato que liderava, o Palestra viu-se obrigado a mudar de nome novamente. Nas vésperas da partida final do campeonato paulista, que seria realizada em 20 de setembro de 1942, a diretoria palestrina, em reunião tensa, mudou o nome do clube.

Quando as discussões estavam no auge, o Dr. Mario Minervino pediu a palavra e solicitou ao secretário, Dr. Pascoal W. Byron Giuliano que anotasse na ata: - Não nos querem Palestra, pois seremos Palmeiras e nascemos para ser campeões. A partida final foi tensa, nosso adversário foi o São Paulo Futebol Clube, com quem os ânimos estavam acirrados no episódio da troca de nome, já que eles reivindicavam para si o patrimônio do então Palestra Itália. O Palmeiras entrou em campo conduzindo a bandeira brasileira sob o comando do capitão do Exército Adalberto Mendes.

O Palmeiras vencia o jogo por 3 a 1 quando teve um pênalti a seu favor. Foi então que o São Paulo Futebol Clube, que instruiu seus atletas a encararem os jogadores do Palmeiras como inimigos da Pátria, desistiu do jogo e deixou o campo sob vaias até da própria torcida. As comemorações começaram ali. No dia seguinte, os jornais esgotaram-se nas bancas. Todos queriam ver a foto do Palmeiras entrando em campo e a manchete: "Morreu líder, nasceu campeão".