quarta-feira, 21 de abril de 2010

Italiani - A chegada dos religiosos josefinos ao Brasil

A Congregação de São José -  Josefinos de Murialdo  foi  fundada por São Leonardo Murialdo no dia 19 de março de 1873, em Turim na Itália. Chamam-se “Josefinos’, porque a Família de Nazaré, em especial São José, é o modelo onde a congregação foi buscar suas inspirações originais. Josefinos de Murialdo porque o fundador foi São Leonardo Murialdo.

Seu empenho apostólico se endereça preferencialmente à educação e promoção de crianças, adolescentes e jovens pobres, órfãos e abandonados, diremos hoje, em situação de risco pessoal e social, sendo para eles amigos, irmãos e pais. Sua atuação se faz em obras sociais, paróquias, centros educativos, centros de formação profissional, casas-famílias (abrigos), oratórios, escolas. Voltam-se, sobretudo, para os bairros populares, periferias de centros urbanos, fazendo de suas obras e paróquias centros de irradiação e animação da promoção humana, social e cristã.

Atualmente a congregação está presente: na Europa (Itália, Espanha, Albânia, Romênia); na Ásia (Índia); na África (Guiné Bissau, Serra Leoa, Gana); na América (Estados Unidos, México, Equador, Colômbia, Argentina, Chile e Brasil).

Josefinos no Brasil No Brasil os Josefinos de Murialdo chegaram em 05 de janeiro de 1915, procedente da Itália, aportando na Estação de Quinta, Rio Grande, RS; depois Jaguarão, RS, mais tarde em Pelotas e por fim, em Ana Rech, Caxias do Sul. Os sacerdotes Pe.. Oreste Trombem e Pe.. Giuseppe Longo foram os dois primeiros josefinos que apostaram em terras brasileiras em 1915.

Em março do mesmo ano chegaram também o Pe. Umberto Pagliari e o Irmão. Ermenegildo Guerrini. Antes de ser tornar província, a Congregação no Brasil viveu diversas etapas: Primeira: a presença dos Josefinos no Brasil foi institucionalizada inicialmente como Missão, de 1915 até 1935, com sede em Jaguarão; Segunda: de 1935 a 1937, vice-província do Brasil, com sede no Brasil, abrangendo também a Argentina; Terceira: de 1938 a 1946, a província da América Latina, com sede em Buenos Aires. A instituição da Província Brasileira do Imaculado Coração de Maria ocorreu no dia 26 de outubro de 1946, com sede em Caxias do Sul, RS.

Opção pelos pobres

" São Leonardo Murialdo nasceu em Turim no dia 26 de outubro de 1828. Ali viveu praticamente toda sua vida e ai morreu em 1900. O pai, Leonardo Franchino Murialdo, um rico agente de câmbio morre em 1833. A mãe, Tereza Tho, uma senhora muito piedosa, envia o pequeno “Nadino” para o colégio de Savona, dirigido pelos Padres Escolópios.Desde jovem, foi tocado pelo abandono em que viviam as crianças pobres para os quais dedicou todo sua vida.

Três são os setores principais nos quais Murialdo desenvolveu sua atividade: os oratórios, a acolhida aos jovens mais pobres e abandonados e o movimento católico.

No início de seu apostolado, Murialdo orientou sua atividade para o atendimento dos adolescentes da periferia de Turim; aqueles que passavam todo o dia na rua, sem ir para a escola, ou aqueles já empenhados no trabalho junto aos negócios e oficinas da cidade.

De 1866 em diante empenhou toda sua vida aos meninos mais pobres e sem família, ou aqueles que foram abandonados pelas famílias: entra no mundo do Colégio dos Artigianelli e das obras que dependiam desta instituição. Um terceiro âmbito de trabalho que o envolveu foi aquele do movimento católico. Ele colaborou com a União Operária Católica de Turim, interessando-se pela organização em apoio aos operários e pela formação cristã dos mesmos; na Obra dos Congressos, trabalhou, sobretudo, no campo da imprensa popular com orientação cristã. 

Sua existência terrena termina em 30 de março de 1900, mas nós, ainda que há uma centena de anos longe no tempo, podemos haurir de sua preciosa herança espiritual, confirmada pela proclamação de sua santidade em 1970. A festa de São Leonardo Murialdo é celebrada no dia 18 de maio". (Fonte: Josefinos Murialdo)

Oriundi - Padre João Dall´Alba e o Museu ao Ar Livre, na cidade de Orleans, Santa Catarina

O Museu ao Ar Livre, iniciado em 1974 pelo padre oriundo João Leonir Dall’Alba após a devastação das enchentes, resgata todas as fases da colonização da região de Orleans (Santa Catarina). Entre outras curiosidades, são mostrados engenhos e serrarias movidos por roda d’água ou pela força de bois. O museu foi inaugurado em 30 de agosto de 1980.
 


"Nascido em em Caxias do Sul (Rio São Marcos), no dia 2 de fevereiro de 1938. e falecido em Ana Rech, Caxias do Sul, dia 12 de junho de 2006, padre João Leonir era filho de Carino Dall' Alba e de Lúcia Ballardin. Conheceu os religioso josefinos (ordem de San Giuseppe) através do padre. Honorino, também falecido e entrou no seminário em 1949, em Fazenda Souza. Fez o noviciado em 1955 em Conceição da Linha Feijó. Profissão Perpétua em 1961. Realizou seu estágio em Orleans, onde foi um dos pioneiros na construção do Seminário São José. Fez os estudos filosóficos e teológicos na Itália onde também foi ordenado sacerdote em 1966.De regresso ao Brasil, foi enviado novamente a Orleans em 1967 onde ficou até 1980. Neste período em Orleans, além de dedicar-se à formação dos seminaristas, demonstrou grande habilidade na área do ensino, não apenas dentro do Seminário, mas dedicou suas capacidades para levar o Ensino Médio para Orleans no Colégio Tonezza Cascais no qual foi diretor por diversos anos.


Numa sua autobiografia falando de Orleans escreve: “Em Orleans incentivei muito a cultura que muito favoreceu a transformação da cidade. Consegui fundar diversos museus entre eles, o Conde D’Eu e o Museu ao Ar Livre único no gênero na América Latina”. Foi participante na fundação da Febave (Fundação Educacional Barriga Verde), hoje entidade de ensino superior, sem dizer de outras inúmeras atividades em prol do município de Orleans.
Em todas estas iniciativas soube trabalhar sem descanso. Doou-se totalmente, embora no começo poucos acreditassem em seus sonhos e em suas tarefas. Após tantos anos dedicados a formação dos seminaristas e à cultura de Orelans, esteve por alguns anos em Araranguá, onde como professor iniciou as famosas semanas culturais. Uma novidade na vida dele aconteceu em 1987, quando se dispôs a participar num projeto missionário no Equador. Partiu para novas terras, nova língua, novos costumes na missão do Napo. Foi ali que apareceram novas qualidades no padre João.

Não apenas escritor, não apenas artista, escultor, não apenas exímio poeta, mas agora também missionário. Missionário junto à tribos de índios apenas chegados as noções da civilização ocidental. Ali organizou comunidades igrejas, usando métodos de envolvimento das pessoas, formando lideranças. Ficou no Equador até 1999. De volta ao Brasil, colaborou em Belém do Pará e depois em Ana Rech onde veio a falecer". (Fonte: Congregazione di San Giuseppe )

Italianità– Genealogia preserva raízes em Orleans, Santa Catarina


A cidade de Nova Orleans foi uma das tantas localidades do Estado de Santa Catarina a receber imigrantes italianos, cuja presença na região gerou importantes legados. O trabalho do Instituto Cultural Padre Pozzo, fundado em 2001, ajuda a preservar essas raízes italianas em santa Catarina:

O projeto Genealogia Italiana , com base em informações da etnia italiana vinda para a região das Colônias Azambuja (130 anos) e Colônia Imperial Grão Pará (125 anos) propõe a levantar a genealogia de famílias oriundas, completando a árvore genealógica com os dados dos descendentes dos imigrantes. Esse trabalho quer estabelecer “Um Banco de dados dos Descendentes de Famílias Italianas que pretende resgatar informações sobre as famílias de descendentes dos imigrantes italianos que vieram diretamente para Orleans. Basicamente serão pesquisados elementos para se estabelecer a árvore genealógica de cada família, obtendo-se informações desde o mais velho imigrante, até o mais jovem descendente. Cada família organiza o seu ramo de descendentes e deposita no banco de dados para posteriormente retirar informações maiores de todo o conjunto para a Árvore genealógica.

Os dados serão computados pelo Instituto a quem caberá orientar os interessados, bem como fornecer todas informações e instruções para facilitar a pesquisa. Com este trabalho, que possivelmente demandará num grande esforço das famílias interessadas, haveremos de despertar na comunidade um maior interesse pela cultura italiana, notadamente pela origem de cada um..  Os associados ajudarão na divulgação de nosso projeto para conhecimento das famílias descendentes e recrutarão pessoas interessadas, em cada grupo ou ramo de família, para assumir o encargo da pesquisa”. (Fonte: Instituto Cultural Padre Pozzo).

Italiani - Devoção ao padre Vittorio Pozzo

Na cidade de Orleans, em Santa Catarina, existe uma devoção que venera um religioso piemontês que viveu no Brasil entre 1900 e 1902: padre Vittorio Pozzo. "Pozzo era italiano, nascido em Butigliera D’Asti, Piemonte. Chegou ao Brasil em 22 de dezembro de 1900. Logo, foi designado para instalar-se na localidade de Rio Pinheiros Alto, interior de Orleans, como coadjutor da Paróquia de São Ludgero. A idéia era a de que o padre de São Ludgero atendesse as comunidades de descendência alemã, enquanto o padre Vittorio Pozzo desse atenção necessária aos imigrantes e descendentes italianos. Em pouco tempo, o padre Vittorio Pozzo já havia conquistado a confiança, respeito e a amizade dos fiéis. Menos de dois anos depois de sua chegada o padre faleceu tragicamente. Conforme relatos de historiadores, o padre Pozzo se dirigia para rezar um terço na capela de São João Batista, em Grão-Pará. Devido ao calor excessivo, o padre parou às margens do Rio Pequeno. Ele buscou um lugar mais reservado e despiu-se para banhar-se nas águas do rio. Naquele momento, um menino polonês, que muito admirava o padre, atirou-lhe uma pedra, como uma brincadeira, para, quem sabe, assustar o religioso. Por uma infelicidade, a pedra acertou o padre na nuca. O religioso caiu e bateu a testa em uma pedra do rio, o que o fez desmaiar e sinistramente morrer afogado. Era dia 6 de fevereiro de 1902. Logo em seguida, o corpo do religioso foi descoberto pelos fiéis que o aguardavam para o terço. A notícia abalou a comunidade, que passou a tomar todas as providências. Cavaleiros saíram em disparada para avisar todas as capelas e comunidades que o padre atendia em seu sacerdócio. Os mensageiros saíram para as regiões de Tubarão, Urussanga e Criciúma. Numa espécie de maca improvisada, alguns fiéis de Grão-Pará se anteciparam e se dirigiram para Rio Pinheiros Alto, trasladando o corpo. Ao chegarem no encruzo da estrada que vai para as localidades de Vila Nova e Barracão, uma comitiva da capela já o aguardava com seus trajes de sacerdote e naquele mesmo local o vestiram para os atos fúnebres. Enquanto o corpo do padre era levado por entre as matas, grupos de pessoas das cidades da região também se deslocavam para aquela localidade para prestar homenagens ao falecido padre. A total inexistência de qualquer tipo de comunicação não impediu a afluência de católicos de toda a região. Seis padres da região dirigiram os atos de fé. Uma multidão, até então jamais vista na região, aglomerou-se para acompanhar o sepultamento no Cemitério de Rio Pinheiros Alto, onde se conserva o túmulo até hoje. Já existe na região, de maneira muito discreta, um movimento em favor de sua beatificação, que é justificada por alegadas graças alcançadas por devotos" (Fonte: Folha do Vale).