domingo, 18 de abril de 2010

Oriundi - A poesia de Décio Pignatari

A poesia moderna brasileira tem em Décio Pignatari um de seus grandes nomes. 

"Poeta, ensaísta, ficcionista, tradutor e publicitário, nasceu na cidade paulista de Jundiaí, em 1927 e formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.

Estréia como poeta em fevereiro de 1949 nas páginas da Revista de Novíssimos, juntamente com os irmãos Haroldo e Augusto de Campos, com os quais também colaborou na Revista Brasileira de Poesia, porta-voz da geração de 45.

Em 1950 publicou seu primeiro livro, O carrossel. Em 1952, ainda com os irmãos Haroldo Campos, fundou o Grupo Noigandres, entrando em contato com os músicos e pintores do grupo Ruptura, ligado ao concretismo. Em janeiro de 1954 leciona em Teresópolis o curso "Raízes da Poesia Moderna", enfatizando as contribuições da literatura européia e americana (Rimbaud, Laforgue, Corbière, Mallarmé, Joyce, entre outros) e colocando criticamente a situação da poesia brasileira.

Entra em contato com músico francês Pierre Boulez e parte para Europa, onde vive até 1956, tendo conhecido vários músicos e intelectuais de vanguarda, dentre eles, Tomás Maldonado e o poeta suiço-boliviano Eugen Gombringer. Quando retorna ao Brasil, propõe a Gombringer adotar o nome "poesia concreta" para a designação dos novos trabalhos que estavam sendo feitos no país pelos poetas concretos como Ferreira Gullar e os participantes do Grupo Noigandres, proposta que foi aceita pôr Gombringaer. Com o Grupo Noigandres, participa da Exposição Nacional de Poesia Concreta nos museus de Arte Moderna (Mam-SP) e de Arte Contemporânea de São Paulo (Mac-Usp). Faz conferência, juntamente com Oliveira Bastos, no Mam-SP, sobre a nova poesia, e, em fevereiro de 1957, a propósito da edição carioca da exposição, fala na sede da União Nacional dos Estudantes (UNE), em palestra que acirra o debate sobre a arte concreta.

Ainda neste mesmo ano publica artigos teóricos no "Suplemento Dominical" do Jornal do Brasil, trabalha como redator publicitário e planejador de lay-outs. Em 1958 assina o Plano-Piloto para poesia concreta. Em 1960 publica Organismo e colabora com a composição da página "Invenção", do Correio Paulistano. Em 1961, apresenta a tese "Situação Atual da Poesia no Brasil" no II Congresso Brasileiro de Crítica e História Literária de Assis, em São Paulo, na qual anunciou o "salto participante" da poesia Noigandres.

Torna-se professor da Escola Superior de Desenho Industrial Esdi) no Rio, e posteriormente da Universidade de Brasília (UnB), que deixou em 1964. Em Brasília organiza a Escola de Publicidade da Faculdade de Comunicação da Unb. Na década de 1960 exerce várias atividades de comunicação: foi cronista de futebol da Folha de S. Paulo; fez crítica política e de costumes num happening no João Sebastião Bar; e fundou o Marda (Movimento de Arregimentação Radical em Defesa da Arte). Em 1967, escreve "Teoria da Guerrilha Artística".

Torna-se professor de Teoria Literária no curso de pós-graduação da PUC-SP; doutora-se, em 1973, sob orientação de Antonio Candido. Escreveu obras teóricas como Semiótica e literatura e reuniu seus poemas em Poesia, pois é, poesia. Publicou ainda o romance Panteros. Sua biografia foi publicada em O Rosto da Memória, de 1986". (Fonte: CPDOC - FGV)

Italiani – Pietro Maria Bardi e as obras de artistas italianos no MASP (6)

O pintor romano Ciro Ferri (1634 – 1689) é outro artista italiano que faz parte do acervo que Pietro Maria Bardi construiu no Museu de Arte de São Paulo (MASP).  O quadro  "Moisés e as Filhas de Jetro" Óleo é  sobre tela  tela (123 x 169 cm), obra deste artista do barroco tardio. 

"Moisés, ainda jovem, refugiado entre os Kenitas depois de haver matado um egípcio, salva de pastores impetuosos as filhas do sacerdote Jetro, que levavam suas ovelhas para a fonte. A tela divide-se em dois momentos: o sereno universo das mulheres, que, apesar da ameaça, pouco se abalam e a violenta luta entre Moisés e os pastores, potencializada pelos corpos robustos e pelo jogo espacial das lanças, com suas diagonais e horizontais ameaçadoras. As variações tonais dos azuis e vermelhos demonstram a grande habilidade de Ferri em compor passagens cromáticas, que evocam diferentes estados de espírito e diversas sensações de texturas matéricas. O poço, momento circular da composição, também estabelece com as ortogonais angulares das lanças um equilíbrio gerado a partir dos contrastes".(fonte: Catálogo do Masp)