domingo, 7 de março de 2010

Italiani: Família Dedini e o progresso de Piracicaba, interior de São Paulo

No site da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) o trabalhoA imigração como fator para o desenvolvimento econômico e diversidade cultural: estudo de caso do município de Piracicaba – SP dá uma pincelada na italinidade em Piracicba, interior de São Paulo, focando brevemente as figuras de Mario e Armando Dedini, o pioneiro imigrante italiano que fundaria as bases de bem sucedido grupo agroindustrial. A imigração como fator para o idesenvolvimento econômico e diversidade cultural: estudo de caso do município de Piracicaba – SP I

" ITALIANOS - Esses imigrantes se destacaram pela forte contribuição demográfica e cultural, desde o inicio do séc. XX, em virtude do grande fluxo imigratório. Ao longo desse século chegaram a obter grandes representatividades socioeconômicas, culturais e política. Há registros que em 1905, pelo menos metade dos habitantes do município de Piracicaba era de origem italiana. A cultura italiana foi de forte influência para a formação econômica e cultural do município.

Somente durante a Segunda Guerra Mundial, os hinos italianos, comum nas rádios piracicabanas, foram proibidos. Os clubes beneficentes formados pelos italianos, como o Mutuo Soccorso e Circolo Italiano Cristofaro Colombo, 'abrasileiraram' seus nomes para não serem perseguidos. Nos detalhes arquitetônicos do município, encontramos diversas construções com características da arquitetura italiana. Desde de 1887, após restauração no ano de 1997, o Clube Ítalo Brasileiro – Sociedade Italiana de Mútuo Socorro, mantém atividades inerentes à cultura italiana, como exemplo; ensino da língua, festas típicas, exposições, como formas de manter as tradições. A presença italiana no campo ainda é muito forte e mesmo com o êxodo rural, muitos permaneceram fieis a terra.

Um caso típico de imigração e permanência no campo foi a formação dos bairros rurais de Santana e Santa Olímpia, formada por um grupo de tiroleses, provenientes da Província de Trento, então território sob domínio austríaco, que em conseqüência da política européia, passava por miséria, sendo assolada pela fome e falta de trabalho.

Os trentinos vieram para o Brasil no ano de 1877 e em Piracicaba, no ano de 1893, as famílias Vitti e Forti e seus descendentes se juntaram na fazenda Sant Anna. A partir de 1910, como parte da cultura trentina começaram a dividir a fazenda entre os descendentes.

Os tiroleses de Piracicaba foram os únicos do estado de São Paulo que permaneceram em comunidade, preservando toda uma cultura e tradição. Se o compararmos com os de outros estados do Brasil, como os do Rio Grande do Sul, do Espírito Santo, do Paraná e de Santa Catarina, percebemos que são eles os que têm características mais originais preservadas até hoje, inclusive no aspecto físico: loiros de olhos azuis. Isso se deve, em parte, ao fato de se casarem com parentes. (Leme, 2001 p.74).

Um imigrante italiano que se destacou na formação econômica de Piracicaba foi Mário Dedini. Chegou em Piracicaba em 1914 , acompanhado do irmão Armando e em 1920, compraram uma pequena oficina de consertos de carroças e charretes para fabricação e consertos de veículos e utensílios agrícolas.

Com a morte do irmão Armando, em 1926, Mário assume os negócios da oficina, transformando seu pequeno negócio em grande complexo industrial, formado por empresas que atuam em diversos setores da economia nacional. A década de 1930 favoreceu a modernização dos antigos engenhos, com a criação do IAA – Instituto do Açúcar e do Álcool que determinou o aumento da produção de açúcar no Estado de São Paulo. Hábil negociante, Dedini entrou como sócio em vários empreendimentos e dez anos mais tarde já vendia usinas de fabricação própria e abria novas empresas, estabelecendo o Grupo Dedini".

Italianità: Caminhos de Pedra, roteiro das raízes italianas na serra gaúcha (3)

Os  Caminhos de Pedra , rota da italianidade na serra gaúcha, indicam mais de 50 pontos de Observação Externa do patrimônio arquitetônico e da paisagem local. A seguir alguns desses locais.


Casa Gilmar Cantelli



"Totalmente construída em pedra irregular. Entre 1877 e 1883 foi propriedade de Giovanni Carlin. Desde 1920 é propriedade da família Cantelli. É um dos exemplares mais rústicos e que melhor conservam a arquitetura dos primeiros tempos da imigração. Devido à mudança de traçado da estrada ficou desabitada por mais de 40 anos. Por iniciativa da Associação Caminhos de Pedra teve seu restauro acompanhado pelo arquiteto Fernando Pasquali, a partir de 2001. De abril de 2003 até abril de 2009 foi moradia e atelier do escultor João Bez Batti".



Casarão Barp



"Construído por Tomaso Barp por volta de 1915. Está localizado bem no centro da vila.

É bem representativo do período do apogeu da arquitetura colonial italiana, um dos poucos exemplares que não teve "amputado" o seu andar superior.

O porão é de pedras regulares e a casa, de dois pisos, totalmente em madeira com tábuas inteiriças de 7 metros.

Observam-se ainda os vestígios da cozinha separada, característica da época, e o forno”.

Italianità: Caminhos de Pedra, roteiro das raízes italianas na serra gaúcha (2)

No Caminhos de Pedra, roteiro da italianidade na serra gaúcha, os chamados Pontos de Visitação (13 no total, mas em expansão) são propriedades particulares de descendentes dos imigrantes, com atendimento realizado geralmente pelos proprietários, onde há demonstração e/ou degustação e explicação local. Por esse motivo em alguns locais é cobrada uma taxa por visitante.

Abaixo alguns a descrição de alguns desses locais


Restaurante Nona Luidia - Casa Bertarello




“Casa construída por volta de 1880 pelo imigrante Giuseppe Dall'Acqua. Foi adquirida pela família Bertarello, por volta de 1925, e rebocada em 1930, ficando totalmente descaracteriza por mais de 60 anos. Em 1984 readquiriu a beleza original sendo a primeira casa restaurada pelo Projeto Cultural Caminhos de Pedra. Atualmente é propriedade de Hari Bertarello, e abriga restaurante típico colonial italiano dirigido pelas famílias Casagrande e Cantelli. Ao lado da casa destaca-se a enorme Maria Mole (ou Umbu) sob seu tronco e raízes forma uma pequena gruta que era utilizada como abrigo pelos primeiros imigrantes”.

Casa da Tecelagem 

"O velho casarão construído pelo imigrante Ângelo Giacomin em 1915 no município de Flores da Cunha - Travessão Hortência - Lote N° 50, foi desmontado e transferido para São Pedro em 2004. Manteve todas as características originais, sendo-lhe acrescentado o porão em pedras irregulares. No velho casarão relocado passou a instalar-se em dezembro de 2008 a Casa da Tecelagem, propriedade da família de Justina Foresti Cavalet, mantendo a produção manual de tecidos, (mantas, tapetes, etc.) em históricos teares artesanais. Além de presenciar o processo de produção o visitante poderá adquirir artigos confeccionados na casa".