sexta-feira, 30 de abril de 2010

Italianità: 'Miracolo di San Gennaro"

"São Januário (San Gennaro) nasceu em Nápoles, no ano 270 d.C. Nada se sabe ao certo sobre os primeiros anos de sua vida. Em 302 foi ordenado sacerdote, e por sua piedade e virtude foi escolhido, pouco depois, para Bispo de Benevento. Sua caridade, infatigável zelo e solicitude pastoral desterraram de sua diocese a indigência, tendo ele socorrido a todos os necessitados e aflitos.

Quando em 304, o imperador romano Diocleciano desencadeou em todo o Império cruel perseguição contra o Cristianismo, obrigando os fiéis a oferecer sacrifícios às divindades pagãs, Januário teve muitas ocasiões de manifestar o valor de seu zelo, socorrendo os cristãos, não só nos limites de sua diocese, mas em todas as cidades circunvizinhas. Penetrava nos cárceres, estimulando seus irmãos na fé e perseverança final, alcançando também, naquela ocasião, grande número de conversões. O êxito de seu apostolado não tardou a despertar atenção de Dracônio, governador da Campânia, que o mandou prender. Diante do tribunal, São Januário foi reprovado pelo pró-cônsul Timóteo, que lhe apresentou a seguinte alternativa: «Ou ofereces incenso aos deuses, ou renuncias à vida». «Não posso imolar aos demônios, pois tenho a honra de sacrificar todos os dias ao verdadeiro Deus»” – respondeu com vigor o santo, referindo-se à celebração eucarística. Irado, o pró-cônsul ordenou que o santo Bispo fosse lançado imediatamente numa fornalha ardente. Mas Deus quis renovar em favor de seu fiel servo o milagre dos três jovens israelitas, atirados também nas chamas, de que fala o Antigo Testamento. São Januário saiu desta prova do fogo ileso, para grande surpresa dos pagãos. O tirano, atribuindo o prodígio a artes mágicas, ordenou que São Januário e mais seis outros cristãos fossem conduzidos a Puzzoles, onde seriam lançados às feras na arena. No dia marcado para o suplicio, o povo lotou o anfiteatro da cidade.

No centro da arena. São Januário encorajava os companheiros: «Ânimo, irmãos, este é o dia do nosso triunfo, combatamos com valor nosso sangue por Aquele Senhor, a quem devemos a vida». Mal terminara de falar foram libertados leões, tigres e leopardos famintos, que correram em direção às vítimas. Mas, em lugar de despedaçá-las, prostraram-se diante do Bispo de Benevento e começaram a lamber-lhes os pés. Ouviu-se então um grande murmúrio no anfiteatro, que reconhecia não existir outro verdadeiro Deus senão o dos cristãos. Muitos pediram clemência. Mas o pró-cônsul, cego de ódio, mandou decapitar aqueles cristãos, sendo executada a ordem na praça Vulcânia.

Os corpos dos mártires foram conduzidos pelos fiéis às suas respectivas cidades. Segundo relataram as crônicas, uma piedosa mulher recolheu em duas ampolas o sangue que escorria do corpo de São Januário, quando este era transportado para Benavento. Os restos mortais do Bispo mártir foram transladados para sua cidade natal — Nápoles — em 432. No ano 820 voltaram para Benavento.

Em 1497 retornaram definitivamente para Nápoles, onde repousam até hoje, em majestosa Catedral gótica. Aí se realiza o perpétuo sangue, que se dá duas vezes por ano, no sábado que antecede o primeiro domingo de maio aniversário da primeira transladação, e a 19 de setembro, festa do martírio do santo (Igreja Latina) e no dia 16 de dezembro (dia em que Nápoles foi protegido da erupção do Vesúvio). As datas da liquefação do sangue de São Januário são celebradas com grande pompa e esplendor.

As relíquias são expostas ao público, e se a liquefação não se verifica imediatamente. Iniciam-se preces coletivas. Se o milagre tarda, os fiéis compenetram-se de que a demora se deve a seus pecados. Rezam então orações penitenciais, como o salmo «Miserere», composto pelo Santo Rei Davi. Quando o milagre ocorre, o Clero entoa solene «Te Deum», a multidão prorrompe em vivas. Os sinos repicam e toda a cidade se rejubila. Entretanto, sempre que nas datas costumeiras o sangue não se liquefaz, Isso significa o aviso de tristes acontecimentos vindouros, segundo uma antiga tradição nunca desmentida.

San Gennaro é padroerio de Nápoles e também do bairro da Mooca, em São Paulo, região que recebeu grande contingente de imigrantes napolitanos. (Fonte: Site Ecclesia


Italianità - Da Puglia para São Paulo: a devoção a San Vito Mártir

"Vito era filho de Illa, guerreiro e perseguidor de cristãos e foi criado por um casal de cristãos, servos do pai. Ao descobrir que o filho crescera cristão, Illa mandou prender e açoitar os três. Ajudado por um anjo, Vito conseguiu fugir, mas acabou preso pelo Imperador Dioclesiano, torturado e morto em 15 de junho de 303 d.C.

No ano 801 d.C., apareceu para a princesa Florência de Salerno, pedindo-lhe que enterrasse seus ossos na cidade Polignano a Mare, onde foi erguida a atual Igreja de São Vito. O milagre de suas aparições se espalhou e sua devoção ganhou o sul da Itália e a cidade de São Paulo. É considerado o protetor dos artistas, das doenças nervosas e dependentes de drogas.

A Associação Beneficente São Vito Mártir foi fundada por italianos e descendentes, em 1919. Ano que aconteceu a primeira festa, inaugurando uma nova e autêntica manifestação cultural italiana em São Paulo.

Desde então, a Associação realiza esta manifestação em homenagem a São Vito Mártir, o padroeiro da cidade de Polignano a Mare,  na Puglia  Foi desta região que veio a maioria dos imigrantes que se instalaram e formaram o Brás em 1889". (FonteAssociação Beneficente São Vito Mártir)"