segunda-feira, 17 de maio de 2010

Oriundi: Cleyde, mais um talento da família Becker Yáconis (2)

A força melodramática de Cleyde Yáconis também conquistou fãs na televisão, como lembra o site da Fundação Nacional das Artes (Funarte) "Entra para a televisão em 1966, na TV Paulista, mas logo é levada por Cassiano Gabus Mendes para a TV Tupi de São Paulo, onde aparece nas novelas O Amor Tem Cara de Mulher (1966), Mulheres de Areia (1973) e Gaivotas (1979).

Na TV Globo, faz Rainha da Sucata (1990), Vamp (1991) e As Filhas da Mãe (2001). Em 2006, na TV Record, trabalha em Cidadão Brasileiro. Em teatro, brilha mais uma vez em 2002 ao lado de Sergio Britto, em Longa Jornada de um Dia Noite Adentro, de Eugene O’Neill, sob a direção de Naum Alves de Souza. Em 2003 conquista o Grande Prêmio da Crítica da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) pelo conjunto da obra. Neste mesmo ano, recebe o Prêmio Nacional Jorge Amado de Literatura & Arte do Governo da Bahia.

Em 2005 é agraciada com a Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura. Por sua interpretação na primeira montagem brasileira de Cinema Éden, de Marguerite Duras, com direção de Emílio Di Biasi, é indicada em 2005 para o Prêmio Shell de Teatro. Em 2006 subia novamente ao palco em A Louca de Chaillot, de Jean Giradoux, peça inédita nos palcos brasileiros, sob o comando dos jovens diretores Ruy Cortez e Marcos Loureiro. Em 2010 faz parte do elenco da novela Passione (Rede Globo).

Oriundi: Cleyde, mais um talento da família Becker Yáconis (1)

Entre os Becker Yáconis não foi só o talento artístico da então Cacilda Bcker que brotava na década de 40. Sua irmã, Cleyde Yáconis, também se firmaria como nome de grande sucesso nos palcos e na TV. O site da Fundação Nacional das Artes (Funarte) assim retrata a atriz, filha de Edmundo Radamés Yacónis (descendente de gregos e italianos calabreses que imigraram para o Brasil em 1880) e Alzira Becker.

“Cleyde Becker Yáconis nasce em Pirassununga, São Paulo, em 14 de novembro de 1923. As dificuldades da sua infância pobre aumentam aos 4 anos de idade quando o pai abandona a família. Incentivada pela mãe professora, faz o curso normal e, simultaneamente, o de enfermagem, com a ideia de se formar em medicina. Em 1950, levada pela irmã Cacilda Becker, trabalha no guarda-roupa do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Mesmo sem intenção de se tornar atriz, substitui Nydia Licia no papel de Rosa Gonzalez, em O Anjo de Pedra, de Tennessee Williams. Por sua atuação, Ziembinski a convida para o papel de Annette, em Pega-fogo, de Jules Renard. Com isso, desiste de prestar exame para a Faculdade de Medicina.

No ano seguinte, 1951, torna-se a atriz-revelação do teatro paulista, premiada pela Associação Paulista de Críticos Teatrais (APCT), por sua atuação em Ralé, de Maximo Gorki. De 1950 a 1964 participa de 35 montagens no TBC, entre as quais, Santa Marta Fabril S.A., de Abílio Pereira de Almeida (1955); Adorável Júlia, de Marc-Gilbert Sauvajon (1957); e A Morte do Caixeiro-viajante, de Arthur Miller (1962). Mas é em 1953 que ganha seu primeiro grande papel no TBC, a Senhora Flora, protagonista de Assim É Se lhe Parece, de Luigi Pirandello, quando abiscoita o Prêmio Governador do Estado como melhor atriz do ano. Em Maria Stuart, de Schiller(1955), também é premiada como melhor atriz: Prêmio Saci.

Três anos depois, ao lado de Cacilda Becker, Ziembinski, Walmor Chagas e Fredi Kleeman, funda o Teatro Cacilda Becker. A companhia estreia com O Santo e a Porca, de Ariano Suassuna, em maio de 1958. Em 1964 tem outro desempenho consagrador: vive nos palcos Yerma, de Garcia Lorca, dirigida por Maurice Vanneau. Durante a temporada de Vereda da Salvação, de Jorge Andrade, é detida pela ditadura militar, mas o prestígio de Cacilda faz com que seja liberada. Desliga-se do TBC e, em 1965, a convite de Nelson Rodrigues, aceita viver a prostituta Geni de Toda a Nudez Será Castigada, com direção de Ziembinski. Por seu desempenho é premiada com o Molière. Em 1966 integra o Grupo Opinião em Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come, de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar, com direção de Gianni Ratto.

Em 1967 substitui Teresa Rachel em Édipo Rei, de Sófocles, e dá vida a outra grande personagem, Jocasta, a mãe de Édipo, este vivido por Paulo Autran, sob a direção de Flávio Rangel. Em 1976 faz A Rainha do Rádio, de José Safiotti Filho, direção de Antonio Abujamra. Em 1988 dá início à parceria com o diretor Ulysses Cruz com Cerimônia do Adeus, de Mauro Rasi, em que interpreta Simone de Beauvoir. Em 1995, com o mesmo diretor, atua em Péricles, Principe de Tiro, de Shakespeare".