sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Italiani - Pedro Biagi: imigrante na uisna de açúcar no interior paulista (2)

A visão do italiano Pedro Biagi como homem de negócios é evidenciada no trabalho Italianos em São Paulo: de colonos a empresários do açúcar. 1876 -1941 , texto de autoria de Zóia Vilar Campos.


 “Procurando alcançar independência financeira, Pedro passou a comercializar, também, aguardente. Adquiria-a do Antonio Fernandes Luiz, pelo preço de vinte e cinco réis o quinto. Segundo o contrato firmado, o comprador deveria fornecer os vasilhames para o senhor-de-engenho e a entrega deveria ser efetuada em 90 dias”.

 “Com o resultado obtido na comercialização dos produtos, uma demonstração do seu espírito empreendedor , Pedro Biagi arrendou, em 1915, a fazenda Barbacena do Sr. Joaquim Thomaz de Aquino, com o objetivo de aumentar a sua produção oleira; aproveitar a madeira existente na referida propriedade e explorar a atividade pastoril. Dois anos depois, tornou-se proprietário da fazenda, em sociedade com Mario Brighetti; tornando-se fornecedor de cana para o engenho central do Coronel Francisco Schimidt. Em 1918, deu inicio ao processo de transformação da fazenda Barbacena em usina Barbacena, que, em 1922 produziu 6.400 sacas de açúcar de 60 quilos".

"Sete anos depois, em 1929, vendeu a sua parte na usina para o Sr. Francisco Frascino e em 1931, fundou a usina da Pedra, em Serrana. Em 1936 viabilizou para os seus filhos Baudílio, Gaudêncio e Maurílio a compra da Usina Santa Elisa e a transformou em sociedade anônima: a Usina Açucareira Santa Elisa S/A. A fábrica se modernizou e foi ampliada, ainda pertence à família Biagi que possui destilaria de álcool, é uma empresa coligada a Case – Comercial Agrícola Sertãozinho Ltda, empresa dedicada basicamente à cultura da cana de açúcar, a qual funciona como suporte para a Usina e a destilaria, o que assegura matéria-prima para o fabrico do açúcar e do álcool,e reduz assim, seus riscos produtivos, oriundos da falta de suprimento do setor industrial e a má qualidade das sementes de cana; torna-se dessa forma uma empresa autônoma".

"Pedro Biagi, morreu em 1973, com 92 anos. Um dos pioneiros da indústria açucareira no município de Sertãozinho, foi um empreendedor, sempre atento às boas oportunidades que lhes possibilitassem desdobramentos favoráveis aos seus negócios e o conseqüente aumento do seu patrimônio".

Italiani - Pedro Biagi: imigrante na uisna de açúcar no interior paulista (1)

 A história da imigração italiana em São Paulo (capital e interior) registra vários casos de famílias que construíram grandes grupos empresariais. É o caso dos Biagi, nome ainda hoje tradicionalíssimo no setor sucroalcooleiro nacional. Quem conta, inada que de forma compacta, a trajetória da família Biagi no Brasil é Zóia Vilar Campos, no texto Italianos em São Paulo: de colonos a empresários do açúcar. 1876 -1941. Ela conta que Pedro Biagi “filho de colono, tornou-se usineiro, porque conseguiu ampliar, progressivamente, a modesta gleba adquirida pela família e tornar-se usineiro”.

“Nasceu em 31 de maio de 1881, na província de Padova, na região do Vêneto/Itália. Em 18 de janeiro de 1888, desembarcou com seus pais no porto de Santos e em 10 de setembro de 1904, casou-se, em Sertãozinho, com Eugênia Viel. Depois de casado continuou trabalhando com o seu pai, Natale Biagi (Biaso), no sítio da família em lagoa de Itararé, no cultivo da lavoura, na fabricação de aguardente e na olaria”

“Em1909, adquiriu o sitio Vargem Rica, situado em Pontal, com 12 alqueires. Sua primeira propriedade. Sonho de imigrante, realizado 28 anos depois de sua chegada no Brasil: resultado da sua persistência e fruto do seu trabalho árduo, da comercialização da produção familiar; e, principalmente, da sua determinação em superar os obstáculos com o intuito de atingir as suas metas de vida” .

“Um ano depois, em 1910, comprou, pelo valor de 200 mil réis, em Pontal mais um pedaço de terra, este da fazenda Contendas, de propriedade do Sr. Ezequiel Francisco do Nascimento e da Sra. Maria Sabina de Oliveira. Mudou-se para o sítio com a sua família. Continuou, no entanto, com o negócio de olaria; com o cultivo da terra; com a própria comercialização das suas mercadorias. Nesse ano, a região de Sertãozinho foi vitima de uma grande chuva de granizo, responsável pela destruição de um grande número de telhados das casas situadas na região. Pedro Biagi, como bom empreendedor, aproveitou-se da situação para incrementar o sua olaria”. integrante dos Anais do XVIII Encontro Regional de História – O historiador e seu tempo. ANPUH/SP – UNESP/Assis)