quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Italianità - Raízes no agroturismo



Não é só na Itália que as cidades do campo investem numa atividade bastante lucrativa: o agroturismo. No principal estado brasileiro, São Paulo, um grupo de fruticultores, grande parte oriundos, aposta nesse tipo de atividade como meio de valorização da produção de frutas como uvas, morangos, goiabas, figos, ameixas e  pêssegos. Para tanto, fundaram, no final de 2000, a  Associação de Turismo Rural do Circuito das Frutas com o objetivo de estimular as atividades turística numa região formada pelas cidades de  região Indaiatuba, Itatiba, Itupeva, Jarinu , Jundiaí,  Louveira, Valinhos e Vinhedo. Um dos produtores associados, é a Famiglia Brugnolli, que colhe anualmente 400 toneladas de uvas, em férteis terrenos em Jundiaí. Além das plantações e da cantina, os Brugnolli comandam um restaurante com comidas típicas do Veneto, de onde partiu em 1889 o jovem Antonio Brugnolli decidido a “far l´america”. As tradições familiares também estão conservadas no belo  Museu do Vinho. As propriedades do Brugnolli fazem parte dos roteiros organizados pela  a  Associação de Turismo Rural do Circuito das Frutas. Dessa forma, os visitantes podem conhecer a força e tradição da imigração italiana em São Paulo. 


Mais informações sobre o circuito das frutas - www.circuitodasfrutas.com.br.

Cultura- Arte italiana nos palácios paulistas


No rico acervo dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo (Capital e Campos do Jordão) existe a marca da italianidade com quadros de expoentes da pintura modernista no Brasil como as bandeirinhas do lucchese Alfredo Volpi (1896 -1988) e  dos brasileiros descendentes de italianos, Cândido  Portinari (1903-1962) e Anita Malfatti (1896 – 1964). Em 2004, a professora Nereide Schilaro Santa Rosa reuniu imagens desses acervos no livro Arte nos Palácios. "Conhecendo essas obras – afirma a professora - é possível aprender mais sobre a história do Brasil. A Arte é um meio de expressão do homem que sempre se renova. Por meio das cores, formas, massas e volumes os artistas expressam seus pensamentos e suas idéias". Nas livrarias virtuais como FNAC é possível comprar o livro da professora  Nereide por preços entre R$ 15 e R$ 20,00.     

História 3 - Vespúcio e Mundus Novus

Outro texto de grande importância atribuído a Amerigo Vespucci é "Mundus Novus" editado entre 1503 e 1504. É um sumário sobre duas expedições ao Brasil endereçado a Piero Soderini, senhor em Firenze.O autor descreve (em latim) uma terra cheia de surpresa: homens e mulheres nus, cultura antropofágica, animais selvagens, natureza exuberante. Em seu livro, "o Brasil de Américo Vespucio" (1996), o italiano radicado no Brasil, Riccardo Fontana, traz uma tradução desse texto. Abaixo, fragmentos de "Mundus Novus".


"(...) Este país é mais habitado do que qualquer outro que tenha visto e as pessoas são muito dóceis e mansas. Não ofendem ninguém, andam totalmente nuas como a natureza as criou, nuas nascem e nuas depois morrem; têm corpos muito bem modelados e bem proporcionados; a cor puxa para o avermelhado e isso acontece porque, estando nuas, são facilmente queimadas pelo calor do sol. Têm cabelos negros, mas longos e corridos. Têm, a face de belo e gentil, nas fazem-na virar feia de maneira incrível, porque a trazem toda furada, isto é as maças do rosto, as maxilas, o nariz. os lábios e as orelhas; não de um só pequeno furo, mas de muitos e grossos furos.(...) Extraída a carne, enchiam a cavidade de certas pedrinhas esbranquiçadas, marmóreas e cristalinas ou de lindíssimo alabastro"




 "(...)Se quisesse lembrar quanto ali existe e descrever todas as espécies de animais, nunca terminaria. (...) Todas as árvores são odíferas e todas produzem goma, óleo ou algum líquido, que trariam saúde aos nossos corpos, se porventura as conhecêssemos. Considero que se o paraíso terrestre fosse neste mundo, não ficaria longe destas regiões"  











História 2 - A carta de Vespúcio III



Quem tiver curiosidade de ler a carta de Vespucci a Soderini encontrará a integra do documento (no original em latim e tradução para o italiano) no site da Università di Firenze (eprints.unifi.it/archive/00000533/02/Lettera_al_Soderini.pdf  ).
O pesquisador italiano radicado no Brasil, Riccardo Fontana, é autor livro "O Brasil de Américo Vespúcio" (1996). Na obra, a  referida carta foi traduzida para o português. Um trecho narrativo da viagem que trouxe Vespucci ao Brasil dá conta da epoeia do navegante fiorentino. "Zarpamos do porto de Cadiz com três naus de reconhecimento em 18 de maio de 1449 e começamos nosso percurso direto às ilhas de Cabo Verde, passando pela Ilha Canária), e navegamos tanto que tocamos uma ilha que se chama Ilha do fogo; e feito alí nosso aprovisionamento de água e de lenha, retomamos nossa navegação com vento sudoeste, chegamos em 44 dias a uma nova terra que julgamos ser terra firme e continua àquela da qual se faz menção na (viagem) precedente., que fica situada dentro de uma zona tórrida e fora da linha equinocial em direção austral; sobre ela o Pólo Sul se eleva a 5 graus fora de todo o clima e dista das supracitadas 500 léguas com vento de sudoeste; e descobrimos que os dias eram iguais às noites porque alcançamos aquela terra em 27 de junho, quando o sol está próximo do Trópico de Câncer.; e observarmos que esta terra era alagada e cheia de grandíssimos rios".