terça-feira, 8 de junho de 2010

Italiani - O legado de Domenico De Angelis em Manaus (1)

"Um dos nomes marcantes para as artes no Amazonas é do italiano Domenico De Angelis. Nascido em Roma em 1852 ou 1853, ele estudou na célebre Academia di San Luca, uma das mais antigas e renomadas escolas de arte, desde a sua fundação no Renascimento (século XVI).

Nesta escola, De Angelis teve como principais professores os Cavalieri Carta e Podesti, bem como Alessandro Marini, conhecido retratista daqueles dias.

O curso dos estudos numa Academia como a de San Luca incluíam concursos, provas de habilidade e um prestígio advindo de concorrências públicas, exames para obtenção de bolsas, etc. Caminhos semelhantes tomavam os formados na egrégia instituição, candidatando-se aos trabalhos mais cobiçados. De Angelis associou-se a Giovanni Capranesi, colega seu de academia e que mais tarde obteve o maior de todos os trunfos, sendo diretor em 1911 da Academia di San Luca. Com Capranesi, excelente pintor, De Angelis obteve triunfos de grande brilho.

Seu primeiro trabalho em conjunto foi em 1882, numa sala do Palácio Ferri, que rendeu-lhe os mais rasgados elogios de Luca Carimini, outro egresso da Academia di San Luca e que ostentava enorme prestígio naquele momento. Ao bem-sucedido início da dupla, seguiram-se mais trabalhos de importância igual como as decorações do Salão do Banco da Itália e do Salão de Bailes do Palácio Campanari, toda a idealização da câmara do Imperador da Germânia dentro do Quirinal e a pintura da Capela do Sagrado Coração na Igreja de São Inácio, para citar apenas alguns.

Justamente pela mestria no trabalho com temas sacros é que De Angelis foi convidado para vir ao Brasil pela primeira vez. Dom Antonio de Macedo Costa, Bispo do Pará, planejava um remodelamento para a Catedral de Belém e, com o apoio direto do imperador brasileiro e do Vaticano, conseguiu trazer o ateliê De Angelis/Capranesi para a execução dos trabalhos (1882)". (Fonte Biblioteca Virtual do Amazonas)

Oriundi - O talento e o acervo do pintor Murilo La Grecca

"Filho de italianos, nascido em Palmares (Pernambuco), em 3 de agosto de 1899, Murilo La Grecca teve seu interesse artístico despertado no Recife, ainda criança, e sua formação construída entre o Rio de Janeiro – onde freqüentou o importante atelier Bernadelli – e Roma. De volta ao Recife, participa da fundação da Escola de Belas Artes, em 1939.

A anatomia humana é desenvolvida pelo artista ao longo da sua produção com forte influência da “Real Academia Del Nudo” onde estudou por 8 anos. Produziu intensamente por mais de 70 anos, deixando, por ocasião da sua morte, em julho de 1985, um acervo com 1.400 desenhos e 240 pinturas, cartas trocadas com Portinari e Giacometi, além de vários discos e mobiliários.

O Museu, instalado numa residência construída nos anos 60, de arquitetura modernista, foi inaugurado em 12 de dezembro de 1985, pela Fundação de Cultura da Cidade do Recife (FCCR) com o objetivo de abrigar a coleção de obras do pintor – composta por desenhos de técnicas variadas como fusain, crayon, sanguínea, pastel, aquarela, “esfumato”, afresco e pinturas, além de objetos pessoais e mobiliários – doado, na sua integridade, à (FCCR), processo acompanhado na época pelo próprio pintor. O acervo foi catalogado e inventariado para constituir o que seria a Casa/Atelier do pintor, que veio a falecer antes da sua conclusão. No Museu também se encontram estudos feitos sobre uma obra executada na Basílica de Nossa Senhora da Penha, Os três Evangelistas, exemplo único no Brasil de um verdadeiro afresco". (Fonte: Prefeitura do Recife)