domingo, 10 de janeiro de 2010

Oriundi (Arquitetura) –As marcas de Rino Levi


Filho de imigrantes italianos, o paulistano Rino Levi (1901 – 1965) é escreveu páginas importantes na história da arquitetura nacional. Sua formação, enquanto profissional está ligada à Itália. Em 1921 ingressa na Escola Preparatória e de Aplicação para os Arquitetos Civis em Milão, Itália, em 1921. Três anos mais tarde passa a freqüentar a a Escola Superior de Arquitetura de Roma. De volta ao Brasil, sua carreira passa pela construção de pequenas residências e conjuntos de casa de aluguel para pessoas da comunidade italiana paulista.
Seus primeiros projetos modernos foram realizados entre 1929 - quando visitou a residência modernista de Gregori Warchavchik e ficou bastante impressionado - e 1930.


São desse período o conjunto de casas Previdelli e o estudo para o Edifício Columbus, de fevereiro de 1930, na Avenida Brigadeiro Luis Antônio (primeiro condomínio de apartamentos da metrópole, demolido em 1971). Outras obras de vulto foram o cinema UFA-Palace, na Avenida São João, a Residência Médici, em Santo Amaro, e o Edifício Sarti, na Praça da República.




Estes edifícios paulistanos racionalistas, apresentam volumes simples, com estrutura evidenciada. O projeto do Cine Ufa-Palácio, pelos princípios de acústica aplicados, lhe rendeu diversos outros projetos de cinemas: Cine Universo (1936), o Cine Art-Palácio de Recife (1937) o Cine Ipiranga (1941) e o Teatro Cultura Artística (1942). Seus projetos são, na ocasião, publicados na Revista Politécnica e nas revistas Architettura (Itália) e Architecture d'Aujourd'Hui (França). São Paulo tem outras importantes obras de Rino Levi, como o Teatro Cultura Artística, no bairro da Consolação, em São Paulo (1942), o edifico sede da Fiesp na Avenida Paulista, e o Hospital Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo (1958). Em Santo André, no ABC paulista, Levi projetaria seu último edifício, o Centro Cívico em 1965.

Oriundi (Música) – A obra Radamés Gnatalli


Considerado um dos mais completos músicos brasileiros, o gaúcho Radamés Gnatalli (1906-1988) Tornou-se célebre por transpor a fronteira que, até então, separava a música erudita da popular, e acabou por influenciar uma geração de compositores. Filho do músico italiano Alessandro Gnatalli (natural de Verona) e da pianista gaúcha Adélia Fossati Gntalli (neta de piemontoses – Torino), começou a estudar piano aos seis anos.

O site de Radamés Gnatalli apresenta sua autobiografia e detalhes de sua origem, além de um belo álbum de fotos. “O pai, imigrante operário, marceneiro de ofício, chegou ao Brasil com 20 anos, em 1896. Na bagagem, o desejo ferrenho de tornar-se músico. Aida, sua filha, esclarece: ‘Não havia nenhum Gnattali músico até então. Os músicos eram os Fossati. Ao chegar a Porto Alegre, papai foi informado de que havia lá uma família de músicos e professores de música. Eram os Fossati' ”

Em 1920, Radamés ingressou no Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul (atual Instituto da Artes da UFRGS). Concluiu aos 18 anos o curso de piano, recebendo o grau máximo, e na mesma ocasião foi entregue ao precoce músico a medalha de ouro no curso de piano Araújo Viana. Deixou extensa obra, com destaques para a Sinfonia Miniatura, Sinfonia Popular, Azulão, Casinha Pequenina e Prenda Minha.

Apesar de ser exímio pianista e compor para os mais variados instrumentos, Gnattali se imortalizou por causa das composições para violão. As obras vão desde solos, música de câmara com violão, quatro concertos para violão e orquestra, dois concertos para dois violões e orquestra, além de um concerto para flauta, violão e orquestra.

História 16 - Libero Badarò, um ativista no Brasil do imperador Dom Pedro I


Durante o reinado do imperador brasileiro, Pedro I, a figura italianas de maior destaque foi, sem dúvida, o genovês Giovanni Battista Libero Badaró, médico de idéias liberais, que se tornaria um grande ativista político, sendo, por isso, perseguido e morto em São Paulo. Badaró chegou ao Brasil em 1826 depois de ser obrigado a deixar a Itália justamente por ser considerado um agitador liberal. Radicou-se primeiro no Rio de Janeiro, onde atuou como médico, transferindo-se, posteriormente, para São Paulo.Abraçando as idéias que conquistaram as Américas e a luta pela nacionalização do nascente império brasileiro, fundou o jornal "O Observador Constitucional" (1829), o segundo jornal a ser criado na então Província de São Paulo.


O periódico fazia críticas ao autoritarismo de Dom Pedro I, e destacou-se pela defesa e propaganda dos princípios liberais na imprensa paulista. Agressivo e irreverente, o Observador tornou-se uma bandeira contra o autoritarismo do imperador e as autoridades constituídas irritaram-se contra o jornalista. Na noite de 20 de novembro (1830), os estudantes do Curso Jurídico de São Paulo promoviam uma passeata para comemorar a revolução liberal que, na França, depusera o rei Carlos X e, durante a manifestação, foi ferido mortalmente por por dois pistoleiros encapuzados, ao chegar em sua casa, na rua São José, hoje rua Líbero Badaró.

Pouco antes de morrer, no dia seguinte, teria dito: "Eu sei que vou morrer! Morre um liberal, mas não morre a liberdade". Teria ficado a sensação de que o governo mandou a polícia matá-lo e o povo o homenageou como mártir da liberdade. Sua prematura e violenta morte acelerou a crise política do primeiro reinado: mais de 5 mil pessoas compareceram ao seu enterro e multiplicaram-se as manifestações pela renúncia do imperador, que ocorreria no ano seguinte.