terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Italianità – O trabalho do Gruppo Folklorístico Italiano Giuseppe Garibaldi

"O Brasil é um país formado por inúmeras etnias, as quais influenciaram a nossa história, cultura, economia, em todos os âmbitos da sociedade.

Os costumes, a alimentação, o vestuário e a própria língua foram enriquecidos pela miscigenação dessas culturas. Sabemos pela história que muitos imigrantes italianos fugindo das guerras que ocorreram no século passado na Itália, vieram para o Brasil e aqui trabalharam muitas vezes em regime semi-escravo.

Mas um povo corajoso e com mesma determinação e consciência que aqui chegaram venceram dificuldades quase sobre-humanas, doenças, miséria, fome e se superaram ao ponto de colaborarem na construção de uma nova pátria, chamada Brasil. Foi com esta consciência que um grupo de amigos de Cutitiba-PR reuniu-se com o objetivo de criar um grupo folclórico autêntico, que fosse fidedigno às tradições e à cultura italiana, e dispostos a trabalharem para divulgação desta cultura no Brasil. Então, em outubro de 1991, foi fundado o Gruppo Folklorístico Italiano Giuseppe Garibaldi, que começou a divulgar a tradição e a cultura italiana através de danças típicas de várias regiões da Itália.

Com muito sucesso, nestes 18 anos de existência, o grupo participou de diversos eventos no estado do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Desde festas populares a espetáculos em grandiosos teatros, o grupo leva a alegria contagiante e séculos de história de um povo cuja cultura nos enriquece até hoje nos mais variados aspectos.

AS APRESENTAÇÕES 

Em suas apresentações o grupo tem como objetivo mostrar o lado divertido e curioso desta descendência, que são estudados e pesquisados seriamente através de contatos com grupos folclóricos e entidades italianas, onde são mostrados com fidelidade cada costume, cada passo e cada coreografia do espetáculo. Através das músicas e das encenações teatrais das danças o grupo enriquece os conhecimentos não só dos descendentes de italianos, mas da população em geral, dessa cultura que está inserida no dia-a-dia de cada um, nos gestos, palavras e no sangue quente, demonstrado através das emoções.

As danças retratam, entre outras coisas, o cotidiano italiano em meados de 1800 a 1950. Nas cenas familiares da vida doméstica, são mostrados os casamentos e os hábitos. No trabalho, o cultivo da uva, do café e bem como alguns trabalhos manuais desenvolvidos pelos camponeses. Na fé, os costumes religiosos. O período da imigração também é apresentado, bem como a viagem, as esperanças e sentimentos do povo em relação a uma terra desconhecida, alegrando e emocionando pessoas de todas as idades.

Italianità-Especial: De Palestra Italia a Palmeiras(4)

Fundado em 1914, o Palestra Itália realizaria sua primeira partida somente em 1915. No dia 24 de janeiro daquele ano, a recém-formada equipe se deslocou de trem até Sorocaba para seguir adiante até a cidade de Votorantin, local do jogo contra uma equipe local, o Savoia que já contava com 15 anos de vida e colecionava várias vitórias. O time escalado para o primeiro desafio palestrino era formado por: Silitiano. Bonato e Fúlvio. Police. Bianco e Vale,Cavinato. Fiaschi. Alegretti. Amílcar e Ferré.

Vicenzo Ragognetti, assim descreveria a histórica partida (Fonte site Palestrinos):

“Às 14:15 exatamente o árbitro Sr. Sílvio Lagreca apita o início do jogo. O primeiro tempo se inicia com um ataque à vala do Palestra. Mas a audaz tentativa dos vermelhos é desfeita por Valle que devolve a pelota ao campo contrário. Ataques e contra-ataques se sucedem vivamente e bem conduzidos. O público ferme continuamente incitando os jogadores. Bianco desenvolve um jogo maravilhoso. Após tirar habilmente a bola de Cardoso, tenta uma descida para o gol de Curbert, mas a poucos metros erra, mandando muito alto. Não foi apenas este o perigo passado pelo Savoia no primeiro tempo. Por várias vezes a sorte o protegeu no exato momento em que o ponto parecia assegurado. Termina o primeiro tempo sem que houvesse abertura de contagem.


Na fase final os elementos do Savoia redobram de energia. Desenvolvem um jogo veloz, sem trégua, disciplinado. Mas logo se mostram exaustos pela ação defensiva dos “tricolores” que atuam de modo surpreendente. De um momentâneo cansaço dos vermelhos se aproveitam os avantes adversários, que se põem a alvejar o arco de Culbert. Um gol ia sendo marcado, mas a defesa adversária prefere salvar como pode... cometendo pena máxima. Bianco atira a bola como um bólido para as redes. É o primeiro ponto da partida. Os aplausos e a conquista do ponto animam os onze de Gambini que se esforçam por manter e aumentar a vantagem obtida Um minuto depois é marcado um segundo gol. Ferreira, na área penal, comete uma falta, e o árbitro, atento é imparcial, pune inexoravelmente. Já os palestrinos não se preocupam com a ofensiva, mantendo-se em calma e prudente defesa. Observamos aqui que foi a primeira vez que o S. C. Savoia caiu vencido sem assinalar um ponto”.