Um blog para difundir e aprofundar temas da presença italiana no Brasil, bem como valorizar o Made in Italy. Um espaço para troca de informações e conhecimento, compartilhando raízes comuns da italianidade que carregamos no sangue e na alma. A italianidade engloba a questão das nossas raízes italianas e também reserva um olhar para a linha do tempo, nela buscando e resgatando uma galeria de personagens famosos ou anônimos que, de alguma forma, inseriram seus nomes na História do Brasil.
sábado, 29 de maio de 2010
Oriundi – Pastoral e política na vida de Dom Agnelo Rossi (4)
"Em 7 de outubro de
1970, dom Agnelo Rossi
enviou e publicou carta ao
governador paulista Abreu
Sodré. Sodré tinha dito nos
jornais, um dia antes, que
dom Helder Câmara, arcebispo
de Olinda e Recife,
pertencia à máquina de propaganda
do Partido Comunista,
“sendo seu elemento
de promoção na Europa”.
Dizia o governador que
“como as esquerdas querem
uma ‘vedete’ não de barbas
e charuto na mão, mas de
batina, usam-no no exterior
para denegrir o Brasil. É o
que esse Fidel Castro de batina
tem feito na Europa”.
Dom Agnelo exigiu explicações.
“Fico na constrangedora
contingência
de solicitar-lhe provas de
sua afirmação, e, ao mesmo
tempo, direito de defesa
ao acusado”. Sodré não
deu resposta. Tempos de
ditadura são assim". (Fonte: Arquidiocese
de São Paulo (Jornal O São Paulo-junho de 2008)
Oriundi – Pastoral e política na vida de Dom Agnelo Rossi (3)
O site da Arquidiocese de São Paulo (Jornal O São Paulo-junho de 2008) assim relata o perfil de Dom Agnelo Rossi
"(..)Preocupou-se com as comunidades estrageiras de São Paulo. Para formar leigos auxiliares, criou o Instituto Paulo 6º, em Taboão da Serra (Grande SP). Através do Instituto Mater Ecclesiae, incentivou o estudo e o desenvolvimento da estrutura paroquial. Criou cerca de 90 paróquias novas. Através do Centro de Informações “Ecclesia”, impulsionou a comunicação. Em seu arcebispado, aconteceu o golpe militar de 1964. O esforço de dialogar com os governos militares não surtiu efeito. Quando cresciam os conflitos entre Igreja e o governo, foi chamado a Roma para chefiar a atual Congregação para a Evangelização dos Povos".
"(..)Preocupou-se com as comunidades estrageiras de São Paulo. Para formar leigos auxiliares, criou o Instituto Paulo 6º, em Taboão da Serra (Grande SP). Através do Instituto Mater Ecclesiae, incentivou o estudo e o desenvolvimento da estrutura paroquial. Criou cerca de 90 paróquias novas. Através do Centro de Informações “Ecclesia”, impulsionou a comunicação. Em seu arcebispado, aconteceu o golpe militar de 1964. O esforço de dialogar com os governos militares não surtiu efeito. Quando cresciam os conflitos entre Igreja e o governo, foi chamado a Roma para chefiar a atual Congregação para a Evangelização dos Povos".
Oriundi – Pastoral e política na vida de Dom Agnelo Rossi (2)
O escritor e jornalista Elio Gaspari, no livro A Ditadura Escancarada revela como o cardeal Rossi conviveu com o regime militar.
”O segundo remanejamento que alteraria o balanço do poder eclesiástico brasileiro ocorreu no dia 22 de março de 1964, quando o cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota, aos 74 anos de idade, despachou uma carta ao papa pedindo que o dispensasse da função. Bisneto do visconde de Caeté, era ao mesmo tempo descendente da nobreza mineira do Primeiro Reinado e exemplar típico do cardinalato principesco. Defendia um clero palaciano, que evitasse disputas políticas públicas. Condômino do poder, tivera suficiente intimidade com o governador Adhemar de Barros para aconselhá-lo, em momentos de crise, na casa da amante.6 Talvez tenha sido o único (certamente o último) cardeal brasileiro a escrever ao presidente da República pedindo a promoção de um coronel a general-de-brigada.
A saída de d. Helder do Rio e o nome do sucessor do cardeal Mota em São Paulo haveriam de favorecer o entendimento dos bispos com os generais. Em outubro de 1964, a CNBB reuniu-se em Roma. Formou-se uma maioria conservadora, derrubou-se d. Helder da secretaria geral, e defenestrou-se toda a sua equipe.8 A ofensiva foi tão profunda que em dezembro o arcebispo de Olinda foi visitado por uma carta do Santo Ofício e teve de se defender da acusação de freqüentar um templo protestante, elogiar seus fiéis e criticar a devoção católica à Virgem Maria.
O reverendo respondeu com amargura: "Pedi ao Menino Deus: que eu morra antes de causar uma apreensão justificada à Santa Sé".9 O conservadorismo colocou na presidência da CNBB o arcebispo de Ribeirão Preto, d. Agnello Rossi. Um mês depois, durante os debates da terceira sessão do Concílio,Paulo VI indicou-o arcebispo de São Paulo. Filho de um funileiro italiano, sacerdote de hábitos gentis e reputação de excelente administrador, Agnello Rossi recebeu com o pálio da sé paulista a oferta da liderança de um reordenamento conservador. A
os 51 anos, saído de um bispado sem expressão política, chefiava a maior arquidiocese do país e presidia uma CNBB sem d. Helder na secretaria geral. Tornou-se um operário do regresso. Com a ajuda da hierarquia tentou fazer que a Igreja coubesse dentro do projeto desmobilizador do regime. Diluiu a ação da CNBB, liquidou as organizações laicas da juventude católica e afastou-se do debate político”.
”O segundo remanejamento que alteraria o balanço do poder eclesiástico brasileiro ocorreu no dia 22 de março de 1964, quando o cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota, aos 74 anos de idade, despachou uma carta ao papa pedindo que o dispensasse da função. Bisneto do visconde de Caeté, era ao mesmo tempo descendente da nobreza mineira do Primeiro Reinado e exemplar típico do cardinalato principesco. Defendia um clero palaciano, que evitasse disputas políticas públicas. Condômino do poder, tivera suficiente intimidade com o governador Adhemar de Barros para aconselhá-lo, em momentos de crise, na casa da amante.6 Talvez tenha sido o único (certamente o último) cardeal brasileiro a escrever ao presidente da República pedindo a promoção de um coronel a general-de-brigada.
A saída de d. Helder do Rio e o nome do sucessor do cardeal Mota em São Paulo haveriam de favorecer o entendimento dos bispos com os generais. Em outubro de 1964, a CNBB reuniu-se em Roma. Formou-se uma maioria conservadora, derrubou-se d. Helder da secretaria geral, e defenestrou-se toda a sua equipe.8 A ofensiva foi tão profunda que em dezembro o arcebispo de Olinda foi visitado por uma carta do Santo Ofício e teve de se defender da acusação de freqüentar um templo protestante, elogiar seus fiéis e criticar a devoção católica à Virgem Maria.
O reverendo respondeu com amargura: "Pedi ao Menino Deus: que eu morra antes de causar uma apreensão justificada à Santa Sé".9 O conservadorismo colocou na presidência da CNBB o arcebispo de Ribeirão Preto, d. Agnello Rossi. Um mês depois, durante os debates da terceira sessão do Concílio,Paulo VI indicou-o arcebispo de São Paulo. Filho de um funileiro italiano, sacerdote de hábitos gentis e reputação de excelente administrador, Agnello Rossi recebeu com o pálio da sé paulista a oferta da liderança de um reordenamento conservador. A
os 51 anos, saído de um bispado sem expressão política, chefiava a maior arquidiocese do país e presidia uma CNBB sem d. Helder na secretaria geral. Tornou-se um operário do regresso. Com a ajuda da hierarquia tentou fazer que a Igreja coubesse dentro do projeto desmobilizador do regime. Diluiu a ação da CNBB, liquidou as organizações laicas da juventude católica e afastou-se do debate político”.
Oriundi – Pastoral e política na vida de Dom Agnelo Rossi (1)
O site do Pontifício Instituto Missões Exteriores ao falar sobre igreja e comunidade destaca que “em 1956, o bispo de Barra do Piraí, Dom Agnelo Rossi, preocupado com a difusão do protestantismo e com carência de padres e religiosos, formou centenas de catequistas leigos que, após alfabetizados e treinados, recebiam materiais catequéticos que explicavam em suas comunidades. Reuniam o povo para a leitura bíblica, cânticos e orações. Foi uma primeira experiência de valorização da capacidade dos leigos”.
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