segunda-feira, 7 de junho de 2010

Italiani - Giacomo Palumbo e o Palácio da Justica: monumento histórico do Recife

"O Palácio da Justiça é o edifício-sede do Poder Judiciário de Pernambuco e abriga em suas instalações o Tribunal de Justiça do Estado. Registra a história que o Tribunal de Justiça de Pernambuco passou a existir mediante o alvará de D. João VI, de 6 de fevereiro de 1821.

À época, foi denominado Tribunal da Relação de Pernambuco e instalou-se num espaço dentro do antigo Colégio dos Jesuítas do Recife, em 13 de agosto de 1822. A sede do Tribunal foi transferida algumas vezes: do Colégio dos Jesuítas passou para o imóvel do antigo Erário (demolido em 1840), depois para o Palácio do Governo, em 12 de julho de 1838. Voltou para o Colégio dos Jesuítas, funcionou na Cadeia Velha, na rua do Imperador, até a sua extinção em 8 de janeiro de 1892, data em que fora criado o Superior Tribunal de Justiça. A partir de então, funcionou num prédio que ficava entre o atual Arquivo Público e a Secretaria da Fazenda até ocupar o imponente Palácio da Justiça, localizado na esquina da rua do Imperador Pedro II, com frente para o jardim da Praça da República.

Foi no governo de Sérgio Loreto que a construção do Palácio da Justiça recebeu atenção especial, cuja pedra fundamental foi lançada no dia 2 de julho de 1924, em comemoração ao primeiro centenário da Confederação do Equador. Neste início de século, o Recife já passava por modificações urbanas de influências européias, principalmente de Paris, as quais orientavam os melhoramentos e embelezamentos da cidade. Foram obras do governo Loreto: “a conclusão do Quartel e da praça do Derby; a construção da Avenida Beira-Mar (atual Av. Boa Viagem); a dragagem do porto do Recife e ampliação de alguns cais e armazéns para permitir a entrada e acostamento de grande navios; a construção da segunda linha adutora do Gurjaú, e das estradas entre Floresta-Cabrobó-Boa Vista e entre Floresta-Salgueiro-Leopoldina-Ouricuri; restaurou prédios escolares e deu especial atenção à formação de professores”. O local escolhido para erguer o Palácio da Justiça (ilha de Antonio Vaz, bairro de Santo Antonio) fora ocupado por cinco edificações, na Rua João do Rego, e pelos prédios do Quartel da Força Pública e do convento dos frades de São Francisco (a antiga ala das enfermarias): o primeiro, voltado para a Praça da República; o segundo, se projetava em direção a mesma praça.

O projeto para a construção do Palácio da Justiça, em estilo eclético, aprovado em 1924 pelo engenheiro-chefe das Obras Complementares do Porto, é do arquiteto italiano, formado pela Escola de Belas Artes de Paris, Giácomo Palumbo (1891-1966), com a colaboração de Evaristo de Sá. Foi o quarto projeto apresentado. O primeiro, no ano de 1917, do arquiteto Heitor Mello, professor da Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro. O segundo, de Giácomo Palumbo, em estilo Luiz XVI, em dimensões menores que o projeto aprovado; e o terceiro, do arquiteto e pintor Henrique Moser.

A construção do edifício do Palácio da Justiça levou cerca de seis anos para ser concluída (foi inaugurado em 7 de setembro de 1930, no governo de Estácio Coimbra) e teve momentos de paralisação: em 29 de dezembro de 1926, com obras reiniciadas em 7 de março de 1928. Inclusive, quando do reinício dos trabalhos o projeto fora reelaborado pelo próprio arquiteto Palumbo, a pedido da Diretoria de Obras Públicas que assumira os trabalhos. Entretanto, no governo de Carlos de Lima Cavalcanti o Palácio da Justiça foi totalmente concluído: houve a aquisição do mobiliário e o acabamento final nos ambientes do edifício. O Palácio abrange uma superfície de 2.506m2 e tem cinco pavimentos. A cúpula é um pouco rebaixada do que deveria ser no projeto original. Os vitrais são do alemão Heinrich Moser e representam a 1ª Assembléia Legislativa do Estado. É também de sua autoria um quadro que representa a Justiça e que pode ser visto na atual sala das sessões do Tribunal Pleno.

Na fachada, em frente à cúpula, encontram-se dois grupos de esculturas alegóricas a justiça e à lei, intitulados 'A Justiça e a Família' e 'A Justiça e o Homem', do artista pernambucano Bibiano Silva. São também de sua autoria os bustos dos juristas pernambucanos [Francisco de] Paula Batista e Gervásio Pires, localizados na Sala dos Passos Perdidos. Da sua inauguração até os nossos dias, o interior do Palácio, no que se refere aos ambientes e seus usos, sofreu muitas modificações. A exemplo deste fato, a Sala de Casar, onde eram realizados casamentos civis, hoje é ocupada pelo imponente Salão Nobre. A cidade do Recife, desde o início da década de 1930, pode então contemplar quatro monumentos históricos na Praça da República: os Palácios do Governo e da Justiça, o Teatro Santa Isabel e o Liceu de Artes e Ofícios. É parada obrigatória como ponto turístico de Pernambuco.(Fonte:Virgínia Barbosa - Bibliotecária Fundação Joaquim Nabuco)

Italiani - A obra do escultor Giovanni Nicolini na capital pernambucana

"O cemitério de Santo Amaro, o maior cemitério público da cidade do Recife, fica localizado na rua do Pombal, sem número, no bairro de Santo Amaro. A sua construção foi iniciada no governo de Francisco do Rego Barros e a sua inauguração ocorreu no dia 1º de março de 1851, sob a denominação de Cemitério do Bom Jesus da Redenção de Santo Amaro das Salinas

. O cemitério possui uma capela em estilo gótico, com formato octogonal, obra de Mamede Ferreira, que foi erguida no centro do grande terreno. Internamente, observam-se pinturas de Rinaldo Lessa. Quatro lápides resumem a estória da referida capela: A Câmara Municipal do Recife a mandou fazer em 1853. ...1855, segundo o plano do engenheiro civil José Mamede Alves Ferreira. Reaberta e melhorada na administração do Exmo. Dr. Esmeraldino Olympio de Torres Bandeira, prefeito do Município do Recife. Em 16 de junho de 1899. Restaurada na administração do Exmo. Sr. Dr. Francisco da Costa Maia, prefeito do Município, 1930. Um dos túmulos mais visitados do cemitério de Santo Amaro, é o da Menina-sem-Nome. Está sempre coberto de flores, de ex-votos, de jarros, de velas. Nele, lê-se: Menina-sem-Nome. Sofrestes na terra, mas por prêmio ganhastes o céu.

O mausoléu de Joaquim Nabuco é o mais valioso de todos. O mausoléu de Joaquim Nabuco é uma obra artística do escultor Giovanni Nicolini, professor em Roma, e feita em mármore de Carrara. A obra retrata o fato mais importante na vida do famoso abolicionista: a libertação dos escravos no Brasil. Ela apresenta alguns ex-escravos que levam, sobre suas cabeças, o sarcófago simbólico de Joaquim Nabuco. Na frente do monumento, vê-se o busto do abolicionista (Fonte da Foto: Blog do Washington Luiz Peixoto Vieira)
 
A seu lado, a escultura de uma mulher, simbolizando a História, que enfeita de rosas o pedestal do seu busto, onde é possível se ler: A Joaquim Aurélio Nabuco de Araújo. Nasceu a 19 de agosto de 1849. Faleceu a 17 de janeiro de 1910. Na base do pedestal de Nabuco, onde está presente uma coroa de flores, está escrito: A Joaquim Nabuco, o comandante, officiais e guarnição do 'Minas Gerais'. Washington, 14-3-1916. E, na parte posterior do mausoléu do abolicionista, lê-se ainda: Homenagem do Estado de Pernambuco ao seu dileto filho, o Redentor da raça escrava no Brasil".(Fonte: Fundação Joaquim Nabuco)