quinta-feira, 17 de junho de 2010

Italiani - Na Bahia, a influência dos arquitetos vindos da Itália

"A década de 1910 coincide com a chegada, em Salvador, de diversos engenheiros, arquitetos e construtores estrangeiros, principalmente italianos, que vão se ocupar da construção dos novos edifícios institucionais e da renovação dos antigos palácios e sobrados coloniais, ao mesmo tempo em que erguem os palacetes da nova burguesia baiana, financiados com os recursos oriundos da atividade industrial e das plantações de fumo do Recôncavo e de cacau do sul da Bahia.

  Segundo Godofredo Filho , essa renovação arquitetônica e artística se deve principalmente aos  'técnicos italianos aqui chegados a partir de 1912, no 1º Governo Seabra, quando o Secretário Geral Arlindo Fragoso e, sobretudo, o Intendente Júlio Viveiros Brandão, buscaram abastecer-se em São Paulo, de arquitetos, escultores, pintores, decoradores e artesãos especializados, com o fito de mudar, como pretenderam e em parte conseguiram, a grave e tranqüila fisionomia plástica de Salvador': Os Chirico, os Conti, os Santoro, os Rossi, os Sercelli e tantos outros, diferentes entre si nos misteres e nos méritos, trabalharam com afinco, brindando a cidade ora de bronzes e mármores duradouros, ora de pinturas de salão mundano em igrejas austeras e, ainda, em edifícios públicos e particulares, da glace caricatural dos estuques, as grinaldas, os festões, as águias de bico voraz e asas abertas, e, até, de mulheres aladas ou de corpo natural inteiro, todas elas de seios duros e pontudos ede Dânae de Corregio, por onde se pudessem modelar, acaso, as taças cônicas das festanças inaugurais.

Dentre os arquitetos, engenheiros e construtores ] italianos que atuaram, ainda que temporariamente, em Salvador entre as décadas de 1910 e 1920 podemos destacar: Júlio Conti, responsável pela versão original do projeto de reconstrução do Palácio Rio Branco, iniciada em 1912, pela nova Igreja da Ajuda, construída entre 1912 e 1923, e pela construção do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, também inaugurado em 1923 (PUPPI, 1998, p. 129); Alberto Borelli, que chegou a Salvador, procedente de São Paulo, em 1912 e que foi autor do projeto do Gabinete Português de Leitura, inaugurado em 1918 (ibid., p. 107); e Michele Caselli, autor do projeto original da nova Igreja de São Pedro da Piedade, datado de 1914 e não executado" (Fonte: A Influência Italiana na Modernidade Baiana: O caráter público, urbano e monumental da arquitetura de Filinto Santoro de autoria de Nivaldo Vieira de Andrade Junior)