sábado, 13 de março de 2010

História ( 107)- “Far l´America (58)”: A colonização de Jundiaí, no interior de São Paulo

Entre os núcleos de colonização italiana que se desenvolveram no Brasil no final do século XIX estão aqueles do interior de São Paulo. Jundiaí, assim como outras cidades paulistas recebeu um grande números de italianos. O site da Prefeitura Municipal de Jundiaí, traça um breve relato histórico desse período.

“Ao longo dos séculos XVII, XVIII e início do XIX, a economia da cidade se limitou a pequenas lavouras de subsistência, que abasteciam moradores da vila, tropeiros e bandeirantes. Na época, a região era formada por várias sesmarias pertencentes à Capitania de São Vicente, conhecida como ‘Portão do Sertão’, início do caminho de muitas entradas e bandeiras. Durante longo período, a escravidão indígena foi a base da mão-de-obra local, embora essa prática fosse proibida por lei".

“Em meados do século XVIII o número de escravos indígenas e de escravos de origem africana já era praticamente o mesmo, mas a partir da segunda metade deste século, a quantidade de africanos se intensificou, até que a mão-de-obra indígena foi totalmente abandonada. À medida que o número de africanos aumentava, também cresciam os focos de resistência, entretanto, há poucos registros históricos sobre a vida destes trabalhadores. Em 28 de Março de 1.865 Jundiaí foi elevada à categoria de cidade”.

”A partir da segunda metade do século XIX a produção cafeeira ganhou força para o oeste e isso promoveu o crescimento da cidade, e junto com o café vieram a ferrovia e as indústrias. A Ferrovia Santos-Jundiaí foi inaugurada em 1.867, época em que se observava a crise do escravismo e a conseqüente alta do preço do escravo. Neste contexto, os grandes produtores rurais passaram a buscar novos trabalhadores e teve início o amplo processo de imigração, com a participação direta do Governo Federal.”

“Os primeiros foram os italianos, que se instalaram preferencialmente na região da Colônia, no Núcleo Barão de Jundiaí, implementado pelo então presidente da Província de São Paulo, Dr. Antônio de Queiroz Telles (Conde de Parnaíba), filho do Barão de Jundiaí. Depois, outros europeus foram instalados no comércio e na lavoura e alguns passaram rapidamente de colonos a proprietários, incrementando a atividade agrícola. A imigração estimulou o crescimento comercial e industrial e, ainda, do segmento de serviços e infra-estrutura urbana”.

"Com o fim do trabalho escravo no País, os grandes senhores da terra de São Paulo passaram a investir na mão de obra dos imigrantes europeus, que fugiam dos horrores da guerra. Jundiaí recebeu grande números de italianos e, para abrigar as famílias de imigrantes, foram criados na cidade, por iniciativa do presidente da Província de São Paulo, Antônio de Queiroz Telles, o Conde do Parnaíba, quatro núcleos coloniais, entre eles o "Barão de Jundiaí", que deu origem ao bairro da Colônia".

"Em 1887, 22 colonos italianos chegaram ao núcleo Barão de Jundiaí e em poucos meses, esse contingente chegava a quase 100.O cotidiano dessas pessoas não era nada fácil, pois chegaram, ao Brasil apenas com as roupas do corpo e poucos bens, sendo que as passagens foram subsidiadas pelo Governo brasileiro.
Com trabalho, as famílias italianas foram criando seus próprios meios de subsistência, cultivando terras, criando seus filhos.Muitos grupos conseguiram comprar pequenos lotes, montaram armazéns, organizaram varias culturas, principalmente de milho, feijão, arroz, batata, legumes, frutas, especialmente uva".

Italiani: As paisagens de Facchinetti

No século XIX um estrangeiro que escreveu escreveu seu nome no mundo artístico brasileiro foi o italiano Nicolau Antonio Facchinetti. Nascido em Treviso em 1824, desembarcou no Rio de Janeiro em 1849. Foi um brilhante paisagista e retratista.Faceleu no Rio de Janeiro em 1900. No site o artista ganhou o seguinte verbete:

“Destacou-se como paisagista da cidade do Rio de Janeiro e interior do estado, dedicando-se também à realização de retratos. Em telas de pequenas dimensões, segundo Carlos Rubens, ‘fez-se miniaturista ímpar’.

No livro A arte brasileira, Gonzaga Duque escreveu sobre o artista: ‘Os seus quadros são pintados com um característico e paciente cuidado, coloridos com um esplendor fora do vulgar, desenhados com um escrúpulo extraordinário, quase fatigante. (...) pela habilidade da sua técnica, pelo calor do seu colorido, é, na sua complexidade, mais uma obra de paciência, mais uma prova de infatigável cuidado, do que uma simples obra de arte’ “.

Italianità - De Palestra Italia a Cruzeiro (2)

O primeiro jogo do Palestra aconteceu no dia 3 de abril de 1921, no estádio do Prado Mineiro. Vitória pelo placar de 2 x 0. O adversário foi um combinado do Villa Nova e do Palmeiras de Nova Lima. O time dessa histórica partida era formado por: Nullo; Polenta e Ciccio; Quiquino, Américo e Bassi; Lino, Spartaco, Nani, Henriqueto e Armandinho.

A primeira conquista significativa do Palestra é o tricampeonato mineiro entre 1928 e 1930, sendo os dois últimos de forma invicta. O crescimento do time na cidade força as outras grandes equipes da época a se organizarem e em 1933 criam a primeira liga profissional do estado, a Associação Mineira de Esportes.

Italianità - De Palestra Italia a Cruzeiro (1)

Em 1921, sete anos depois da fundação do Palestra Itália em São Paulo (posteriomente rebatizado de Soceidade Esportiva Palmeiras), nascia, em Belo Horizonte, um outro grande clube de futebol brasileiro com raízes italianos. Estamos falando da Societá Sportiva Palestra Itália, hoje Cruzeiro Esporte Clube. O site oficial do clube assim resume esse momento histórico:

“O Cruzeiro Esporte Clube surgiu de um antigo sonho da colônia italiana de Belo Horizonte de fundar uma associação esportiva que a representasse. Em dezembro de 1920, aproveitando a presença do cônsul da Itália em Belo Horizonte, vários desportistas da colônia resolveram levar a idéia da criação de um clube de futebol. No dia 2 de janeiro de 1921, foi fundado oficialmente a. Societá Sportiva Palestra Itália. As cores adotadas pelo Palestra foram as mesmas da bandeira italiana.

O primeiro uniforme do Clube foi camisa verde, calção branco e meias vermelhas, com detalhes em branco e verde. O primeiro jogo do Palestra aconteceu no dia 3 de abril de 1921, no estádio do Prado Mineiro. O Palestra venceu por 2 a 0 um combinado formado por jogadores de dois times de Nova Lima ( Villa Nova e Palmeiras). Porém, a primeira apresentação oficial da nova equipe ao público foi em um jogo contra o Atlético-MG. Vitória Palestrina por 3 a 0. A equipe era composta por Nullo, Henriqueto e Polenta; Grande, Gallo e Checchino; Pederzoli, Parizi, Nani, Attílio e Armandinho.

Em 1925, ocorreu a extinção da cláusula do estatuto que impedia a participação de atletas de outras nacionalidades no time do Palestra. Outra modificação feita foi o aportuguesamento do nome do Clube que passou a se chamar Sociedade Sportiva Palestra Itália. Em 30 de janeiro de 1942, em plena 2ª Guerra Mundial, o governo brasileiro, através de um decreto lei, proibiu do uso de termos e denominações referentes às nações inimigas.

Neste dia, o Palestra Itália passou a se chamar Palestra Mineiro. A idéia de transformar a equipe em uma entidade totalmente brasileira só foi concretizada em 29 de setembro de 1942, quando a diretoria aprovou uma nova mudança no nome do Clube, que passou a se chamar Ypiranga. No entanto, o time atuou com este nome em apenas uma partida. Finalmente, no dia 7 de outubro de 1942, em uma reunião entre sócios e dirigentes, foi aprovado o novo nome: Cruzeiro Esporte Clube. Uma homenagem ao símbolo maior da pátria, a constelação do Cruzeiro do Sul, o nome do maior time de futebol de Minas Gerais foi sugerido pelo ex-presidente do Clube, Oswaldo Pinto Coelho”.