quarta-feira, 3 de março de 2010

História (93 ) - "Far l'America (53)": Colonização italiana no Vale do Itajaí, em Santa Catatina

O Vale do Itajaí, em Santa Catarina, é outro local, no sul do Brasil, que aparece como pólo receptor de imigrantes italianos, foco do trabalho.A imigração italiana e a vocação religiosa no Vale do Itajaí
de Marilda Checcucci Gonçalves da Silva  (FURB / UNICAMP)

“A região denominada por Vale do Itajaí, na qual foram assentados como colonos os imigrantes italianos que deram origem à população em estudo, é formada pela bacia deste rio. Ela se encontra localizada a nordeste do Estado, situada entre o litoral e o planalto.

Antes de ser colonizada por imigrantes italianos, a região do Vale do Itajaí havia sido inicialmente povoada por grupos indígenas principalmente por tribos Kaingang, além de se registrar a presença de tribos Xokleng e Guarani. Um segundo momento do povoamento se dá com a presença de caboclos ou sertanejos, que ocuparam a terra”.

“Diferente da imigração que acontece em São Paulo, onde a houve a importação de mão-de-obra para substituir o braço escravo, a imigração que se destina ao sul do Brasil tomou a forma de colonização através da formação de núcleos de colonização, baseados na pequena propriedade”. “As razões que orientaram a colonização com agricultores europeus em Santa Catarina foram, em parte, diversas daquelas que orientaram o Brasil em procurar a imigração européia".

"Naturalmente não se tratava de fornecer mão-de-obra para fazendas a fim de substituir os escravos, como também não foi tão imperativa a necessidade de ‘branquear’ a população. A razão era simples, não existia na Província de Santa Catarina o latifúndio. Havia grandes propriedades de terra na zona de Lages mas eram utilizadas para a criação de gado e não necessitavam de muita mão-de-obra”.

“Havia uma razão mais importante para concentrar grandes contingentes migratórios. A colonização ocorreu pela necessidade principalmente de valorização de terras desocupadas, cobertas de florestas, bem acidentadas e de abertura de vias de comunicação que ligassem o litoral ao planalto. (Petrone, 1982:32) Nessas condições, torna-se compreensível que as terras que os imigrantes receberam tenham sido, sem exceção, as mais montanhosas, isoladas e de difícil acesso não sendo, de modo algum, cobiçadas pela grande propriedade”. “Um outro fator que irá concorrer para o estímulo da ocupação do território com a colonização baseada na pequena propriedade camponesa, está na necessidade de defesa das fronteiras do território”.

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