segunda-feira, 8 de março de 2010

História (100)- Especial: italianos na Imprensa anarquista brasileira (2)

A imprensa anarquista (de origem italiana) no Brasil teve em Oreste Ristori, um um de seus mais expressivos nomes ligado ao jornal La Battaglia: Nascido na Toscana, em 1874, desembarcou em Buenos Aires e em seguida veio ao Brasil, onde chegou em 1904. Mas que era esse jovem toscano? Carlo Romani (pesquisador Unicamp) descreve um rápido perfil de Oreste Ristori no trabalho Individualismo à italiana  .

“Segundo os relatórios policiais, este libertário não era dos mais comportados. Das práticas de investigação resulta que Ristori é um anarquista exaltado, de alma má, avesso ao trabalho, capaz de qualquer ação delituosa. Possuía uma brochura anarquista com métodos de fabricação de explosivos, porém não encontrada na perseguição que lhe foi feita. ...Desde 1894 era considerado das autoridades de P.S. como anarquista, exaltado, prepotente e temível..." Alma má, vagabundo, exaltado, violento. Oreste, filho de uma família de camponeses sem terra e sem emprego fixo habitantes, nascido na Toscana em 1874, não era propriamente o tipo de homem que a polícia, a burguesia e os padres gostariam de ter em sua paróquia.

Ristori foi um desses adolescentes, que muito cedo aprendeu a "se virar na vida", fazendo pequenos rolos para conseguir sobreviver. Sem instrução, sem grandes perspectivas de vida, foi aproximando-se desses anarquistas que se constituíram nos mercados e bares ao redor das praças. A partir dos dezessete anos de idade foi elaborando, de modo intuitivo, um discurso teórico que ouviu nos bares que freqüentou, pondo-o em prática naquelas ações transgressivas que denominamos de individualismo à italiana.

Com o passar dos anos, Ristori foi modificando suas práticas aproximando-se do comunismo anárquico. Já no Brasil, Oreste Ristori tornou-se o diretor responsável pela publicação do principal periódico anárquico do país, que funcionou em São Paulo, entre 1904 e 1913, com o nome de La Battaglia. Moveu intensa campanha contra a imigração ao Brasil, combatendo a exploração de colonos nas fazendas de café”

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