terça-feira, 2 de março de 2010

Italiani - Ettore Ximenes e o Monumento à Independência do Brasil

Outro grande marco da arquitetura italiana em São Paulo é o Monumento à Independência do Brasil, erguido no bairro do Ipiranga. Trata-se de uma obra de Ettore Ximenes (Palermo - Sicília , 1855 - Roma, 1926).


Ximenes iniciou seu percurso no mundo artístico com estudos na cidade natal (1869-1871). Depois partiria para Napoli e Firenze.Deixou importantes obras na Itália e no exterior. Desembarcou no Brasil em 1919. onde permaneceu até 1926.



O Monumento à Independência foi criado em 1922 como parte das comemorações do centenário da emancipação política brasileira. Em 1917, o Governo do Estado organizou um concurso, aberto à participação de artistas brasileiros e estrangeiros que apresentaram projetos e maquetes. O conjunto de maquetes foi exposto no Palácio das Indústrias.

O meio cultural fez críticas à realização do concurso, à participação de artistas estrangeiros e à composição da comissão julgadora. O projeto de Ettore Ximenes foi o vencedor, mas aprovação não teve a unanimidade da comissão, que estranhou a ausência de elementos mais representativos do fato histórico brasileiro a ser perpetuado. O projeto de Ximenes foi então alterado, com a inclusão de episódios e personalidades vinculados ao processo da independência, tais como: a Revolução Pernambucana de 1817, a Inconfidência Mineira de 1789, as figuras de José Bonifácio de Andrada e Silva, Hipólito da Costa, Diogo Antonio Feijó e Joaquim Gonçalves Ledo, principais articuladores do movimento.


 O monumento, embora não concluído, foi inaugurado em 7 de setembro de 1922, ficando completamente pronto somente quatro anos depois. O artista usou 131 peças esculpidas em bronze.



Ao longo do tempo, o monumento sofreu vários acréscimos. Em 1953, começou a ser construída, em seu interior, a cripta, onde seriam depositados os despojos da Imperatriz Leopoldina, em 1954.Em 1972, consolidou-se a sua sacralização com a vinda dos despojos de D. Pedro I e, posteriormente, em 1984, dos restos mortais de D. Amélia, segunda Imperatriz do Brasil. Em 2000 foi criado um novo espaço em seu interior, concebido pelo Departamento do Patrimônio Histórico (DPH), possibilitando o acesso público às entranhas desta escultura comemorativa. O trabalho concentrou-se nas alterações arquitetônicas no interior do monumento: novos acessos da Capela Imperial, construção da escada monumental , sanitários, áreas de apoio e serviços. Externamente foram restaurados os grupos escultóricos do monumento. O painel em alto-relevo, “Independência ou Morte”, recebeu intervenção interna e externa.

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