quinta-feira, 25 de março de 2010

Italiani: Os missionários scalabrinianos (4)

Na obra missionária do padre Giuseppe (José) Marchetti religiosas italianas da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo tiveram papel fundamental. O site da  Congregação conta como tudo começou.


"Em 1895, Pe. José Marchetti, missionário scalabriniano, sentindo a urgência do ramo feminino para atender os órfãos migrantes no Orfanato Cristóvão Colombo por ele fundado em São Paulo, Brasil, preparou, reuniu e apresentou a Scalabrini as quatro primeiras Irmãs: Carolina Marchetti, Assunta Marchetti, Ângela Larini e Maria Franceschini, que as admitiu aos votos religiosos e as enviou à missão. Durante a travessia as quatro pioneiras, migrantes com os migrantes, dedicaram as primícias de sua vocação, dando catequese a 86 crianças que, ao desembarcarem em terras brasileiras, receberam a primeira eucaristia das mãos de padre José Marchetti, co-fundador e capelão de bordo.

O Orfanato Cristóvão Colombo, SP, sediou a primeira comunidade de Irmãs MSCS e os órfãos ali acolhidos foram os primeiros destinatários de sua missão. Em diversas circunstâncias o Orfanato do Ipiranga mereceu de João Batista Scalabrini uma especial menção como a que consta em relatório enviado à Propaganda FIDE, datado de 10 de agosto de 1900: 'A bordo do navio em que viajava um Missionário, Pe. José Marchetti (ex-professor no Seminário de Lucca), morria uma jovem mãe, deixando um orfãozinho bebê e o esposo sozinho, desesperado.

O Missionário para acalmar aquele desolado que ameaçava jogar-se ao mar, prometeu-lhe cuidar da criança, e como prometeu fez. Chegou ao Rio de Janeiro, levando no colo aquela inocente criaturinha e apresentou-se com ela ao exímio conde Pio de Savoia, no momento cônsul geral daquela cidade. Ele não pôde dar ao jovem Missionário mais que palavras de encorajamento, mas tanto bastou para que este, batendo de porta em porta, chegasse por fim a deixar o pobre orfãozinho com o porteiro de uma casa religiosa. Daquele momento em diante a idéia de fundar em São Paulo (onde tinha chegado) um orfanato para os filhos dos italianos não lhe saía da cabeça e, com grandes sacrifícios, conseguiu fundá-lo de fato. Agora tem seis anos de vida, com 200 orfãozinhos e um mártir que reza por eles no céu, porque as grandes fadigas que suportou, custaram a vida ao piedoso e zeloso Missionário. Descanse em paz a sua alma, já pronta para o céu aos trinta anos!'

Com o desdobramento do Orfanato do Ipiranga, a sessão feminina do mesmo estabeleceu-se em Vila Prudente onde, em 1907, as Irmãs sob a liderança de Madre Assunta Marchetti puderam fixar a sede geral da Congregação e crescer na identidade MSCS. A partir de 1915 a família religiosa expandiu-se no Rio Grande do Sul, em áreas de colonização italiana. O início da Congregação foi acompanhado de sucessivas dificuldades, mas foi um período rico de frutos de santidade e de afirmação da identidade congregacional graças à fidelidade carismática da co-fundadora Madre Assunta Marchetti. O decreto de Pio XI, de 13 de janeiro de 1934, aprovando ad experimentum, por sete anos, as novas constituições, legitimou a Congregação como instituto religioso de direito pontifício. Seguiu-se uma época de florescimento de vocações e nova expansão das obras da Congregação.

Em 1936 ela atingiu o local de partida das quatro pioneiras, estabelecendo-se em Piacenza, Itália. Em 1941 alcançou os Estados Unidos. A re-interpretação do carisma feita por ocasião do Capítulo Especial, 1969-1971, sobretudo a opção pelo serviço pastoral junto a migrantes de todas as nacionalidades favoreceu maior internacionalização da Congregação MSCS nas Américas, na Europa, Ásia e África. Hoje a Congregação é constituída de seis províncias: Nossa Senhora Aparecida, Imaculada Conceição, São José, Nossa Senhora de Fátima, Cristo Rei e Maria, Mãe dos Migrantes.

A sede geral esteve no Brasil até 1960, ano em que foi transferida de Vila Prudente para Itália, primeiro em Acilia, periferia de Roma e desde 1982 em Roma - centro, onde agora se encontra. A Congregação desenvolve sua missão através da catequese, educação cristã, pastoral da saúde, pastoral social e das migrações, atuando em escolas, hospitais, orfanatos, presídios, centros de menores, asilos de anciãos, casas de formação, comunidades étnico-culturais, paróquias, dioceses, conferências episcopais, organismos internacionais, organizações civis, centros de promoção e de serviços de escuta, acolhida e centros de estudos e de documentação.

Em resposta aos desafios da mobilidade humana e fiel à missão que a Igreja lhe confiou, a Congregação marca presença pelo testemunho de vida consagrada no serviço evangélico-missionário aos irmãos em mobilidade e, de preferência os pobres e necessitados. O espírito que a anima é aquele da comunhão universal porque deseja visibilizar a vocação dos membros de reconhecer e amar Cristo na pessoa do migrante.

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