quinta-feira, 6 de maio de 2010

História (182) - "Far l'America (101)": Imigração italiana na história da Fazenda Santa Gertrudes (2)

"Entre 1895 a 1930, os trabalhadores de origem italiana representavam em média, cerca de 65% da mão-de-obra empregada sobre o regime de Colonato( na Fazenda Santa Gertrudes). Esta porcentagem foi maior nos anos próximos aos 1900, uma vez que a entrada de italianos no Brasil foi, na virada do século, também mais volumosa. No período de 1909 - 1918, quando a imigração italiana para o café já havia declinado bastante, os colonos de origem italiana, perfaziam em média, 64% do total dos colonos da fazenda.

Para cuidar de aproximadamente 1.000.000 de pés de café, esta propriedade necessitava manter por volta de 150 famílias para não ter que se utilizar trabalhadores avulsos assalariados. O emprego destes, os camaradas, aumentava em muito o custo da produção. Assim sendo, para evitar os prejuízos que a instabilidade do colono provocava, o recrutamento constante de novas famílias, era sempre a grande preocupação do fazendeiro. Cálculos efetuados mostram que na Santa Gertrudes deveriam ser contratadas, em média, 35 novas famílias todo ano. Estas famílias proviam ou diretamente das hospedarias dos imigrantes em São Paulo, ou eram arregimentadas nas fazendas da redondeza e ou nos municípios da região. Famílias para o Café: italianos e cearenses. Os dados levantados na hospedaria dos imigrantes, sobre as famílias com destino a Santa Gertrudes, referem-se principalmente as famílias italianas que se dirigiram à fazenda entre 1897 - 1902 e as famílias cearenses.

Que adentraram nesta propriedade em 1920. O tamanho e composição das famílias têm a ver com a própria estrutura familiar do grupo no país de origem, no caso da Itália, por exemplo, as famílias de pequenos proprietários, arrendatários e meeiros de Veneto, que predominaram na imigração para o Brasil no período anterior a 1885 eram famílias ampliadas, formadas por dois ou três homens, respectivas mulheres e filhos. Já, as famílias de Braccianti também de Veneto, que formaram a grande maioria de braços para o café, após 1885, segundo depoimentos da época, possuíam cinco pessoas no máximo, normalmente casal com filhos e algumas vezes integravam-na o pai ou a mãe do chefe. Para o período de 1903 - 1914 os registros das hospedarias anotam 30 famílias de origem européia para Santa Gertrudes.

Destas 63% eram italianas e austríacas e as restantes portuguesas e espanholas. Em 1920 foram introduzidos na fazenda, os cearenses num total de 132 famílias, e cujo tamanho era, em média de 4,8 pessoas. Diferentemente das italianas, as famílias cearenses incluíram com muita freqüência além de pais e irmãos do chefe, agregados, cunhados, tios, primos, sobrinhos, avós e netos, numa clara demonstração de que se afrouxaram as exigências quanto à composição da família que deveria receber a passagem para a cafeicultura paulista. Constata-se por outro lado, que mulheres chefes de família apareciam com certa regularidade o que era bastante raro entre as famílias italianas e européias de modo geral. No caso dos cearenses predominava como chefe às viúvas, mas ocorriam também caso de mulheres solteiras com filhos e mulheres casadas, sem marido, com filhos e outros parentes" (Fonte:.Fazenda Santa Gertrudes).

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