terça-feira, 1 de junho de 2010

História ( 213) - "Far l'America (124)": O valor da narrativa testemunhal dos primeiros imigrantes

"As sagas migrantistas, embora possam ter um valor histórico questionável, são inestimáveis, do ponto de vista antropológico, pois alertam o pesquisador acerca das categorias que, no presente, merecem ser acionadas sobre o passado.


Entre tradições inventadas ou ressignificadas (ou não), a história se refaz. Para o antropólogo, a riqueza dos escritos históricos consiste em poder neles observar, mesmo que de uma forma limitada (como foi o meu exercício neste artigo), o modo como se posicionavam, em termos sociais (espaciais e temporais também), aqueles homens e aquelas mulheres e crianças — observar não só a maneira como viviam mas, acima de tudo, o que permitiu historicamente que eles se reproduzissem culturalmente, considerando-se que a cultura é sempre um campo aberto, dinâmico, vivido por personagens reais que sentem, pensam, agem e procuram sobreviver, física ou psicologicamente.

Esses sujeitos são negociadores que aprenderam a se referenciar conforme as interações sociais advindas de suas demandas. As ítalo-brasilianidades são negociações, seja em termos individuais ou coletivos. Embora se baseie num passado tido como fonte, trata-se de uma construção do presente sobre o passado, clivada por situações de classe, gênero, idade, entre outras". (Fonte: Maria Catarina Chitolina Zanini, professora da Universidade Federal de Santa Maria, (autora do trabalho "Um olhar antropológico sobre fatos e memórias da imigração italiana" )

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