quinta-feira, 3 de junho de 2010

História (216)- "Far l'America" ( 125): Imigração meridional na Bahia

No ensaio  “A propósito de imigração e urbanização: correntes imigratórias da Itália meridional às ‘outras Américas’ ”Vittorio Capelli, professor-associado de História Contemporânea na Universidade da Calábria (tradução da Profa. Dra. Núncia Santoro de Constantino,docente do Programa de Pós-Graduação em História da PUCRS.-2006) revela traços da presença italiana na Bahia no séculos XIX e XX.

"Poderá surpreender que se fale de imigração italiana na cidade mais africana do Brasil, habitada por larga maioria de negros e mulatos, uma ex-capital em declínio nos anos sessenta do século XIX.

Contudo, Thales de Azevedo, há muito tempo já assinalava 16 uma presença dos italianos bem mais significativa do que se pensa comumente. Ele recorda que, em 1861, existia em Salvador uma “Sociedade Italiana de Recreio e Beneficência”. E pouquíssimos anos depois, teriam chegado de Trecchina, um pequeno paese da Basilicata no limite com a Calábria, os primeiros imigrantes espontâneos que deram vida, a partir de 1878, à uma ativa e interessante colônia italiana em Jequié, promovendo com originalidade o comércio e a agricultura.23 Tanto que, dos 200.000 habitantes atuais de Jequié, pelo menos 2.000 são de origem italiana.

Essa corrente migratória de Trecchina encontra ampla repercussão no vizinho município calabrês de Laino Borgo, a julgar pela informação do cônsul italiano L. S. Rocca. Segundo ele, deste pequeno paese provêm quase todos os 500 italianos presentes na Bahia no início do século XX século.24 Muitos eram sapateiros e concentraram- se, na virada para o século XX, na Baixa dos Sapateiros, no Maciel e nas ruas vizinhas de Salvador, onde são numerosas as lojas de calçados e de tecidos, os empórios e as oficinas mecânicas dirigidas por italianos, que têm todos a mesma proveniência geográfica e que trabalham há muito tempo ao lado de comerciantes árabes e judeus".

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