segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

História 17 - Teresa Cristina, princesa em Nápoles e imperatriz no Brasil


No Brasil, a história da grande imigração italiana no século XIX, tem seu cordão umbilical preso ao Segundo Reinado. Em 1840, o período regencial – iniciado em abril de 1831 após a abdicação de D.Pedro I -, entrava em sua etapa final, com o crescimento da oposição liberal, favorável á coroação de Pedro II, mesmo antes que se completasse a maioridade (18 anos) do herdeiro dos Bragança.

Em novembro daquele ano, sem ter como conter o avanço liberal, os conservadores são, finalmente, derrotados quando a Assembléia Geral Legislativa do Brasil, declarava a maioridade de D. Pedro II. Depois da coroação do jovem monarca em 1841, a diplomacia brasileira redobrava os esforços na tentativa de encontrar uma esposa para o imperador, de preferência da família real austríaca, os Habsburgo. No livro As Barbas do Imperador, Lilia Moriztz Schwarcz, afirma que a missão “não era fácil, já que D.Pedro, imperador de um território distante e desconhecido, era considerado, além do mais, pobre.” A solução encontrada foi negociar com o rei de Nápoles, Fernando II, um Bourbon sem grandes fortunas, já que uma de suas filhas, Teresa Cristina Maria, tinha uma avó do ramo dos Habsburgo. Acertado o valor do dote, o casamento seria realizado na corte napolitana, por procuração, em julho de 1843.

Em seguida, a jovem imperatriz brasileira, de apenas 20 anos de idade, embarcaria rumo ao Rio de Janeiro, onde conheceria o seu marido em setembro daquele ano. Ainda segundo Lilia Moriztz Schwarcz, “malgrado as informações que lhe haviam chegado sobre as virtudes da imperatriz, d.Pedro só pôde notar-lhe os defeitos: Teresa Cristina era baixa, gorda, e além de tudo coxa e feia. A decepção estampou-se no rosto do jovem monarca, que, dizem, chorou nos braços da condessa de Belmonte".



O casal viria a ter quatro filhos, dois meninos que logo morreriam, e duas meninas, as princesas Isabel e Leopoldina. Teresa Cristina, ao longo de sua vida ao lado de D.Pedro II, sempre procurou ficar ao lado do marido, seja viajando com ele diversas vezes para a Europa, seja acompanhando e apoiando o mecenato do monarca em favor das artes, em particular a música.



Com a proclamação da República em 15 de novembro de 1889, a família real era expulsa do Brasil e voltava para Portugal. Teresa Cristina morreria pouco tempo depois, em 28 de dezembro daquele mesmo ano, vítima de problemas cardíacos. Tinha 67 anos, dos quais 47 foram vividos em solo brasileiro.

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